Foto: Roberto Stuckert Filho
“Ao invés de você ajudar um grupo, o que tinha que fazer era viabilizar as formas mais democráticas possíveis. Mas a gente não sabia disso direito. Ninguém ali tinha essa proposta. Ninguém… Falar depois é fácil. Mas ali é que estavam as condições materiais para fazer. Por que tinha condições materiais para fazer? Porque tinha crise”.
A declaração é da ex-presidenta Dilma Rousseff, na extensa entrevista que ela concedeu à Página 13, site da tendência petista Articulação de Esquerda.
Dilma fala de um tudo na entrevista a Marcos Piccin e Valter Pomar, da geopolítica internacional à financeirização que domina hoje a economia mundial, passando, claro, pelo Brasil atual do governo Temer.
Com relação aos meios de comunicação e à questão que perdurará para sempre na cabeça de qualquer eleitor de Lula ou Dilma: por que continuar a injetar rios de dinheiro público nos grandes conglomerados de mídia durante os governos do PT? Sobre isso a ex-presidenta admitiu que foi ingênua.
“Nós não soubemos colocar bem essa discussão (da regulação da mídia). E fomos ingênuos em relação aos meios. Eles não têm nem princípios democráticos, nem republicanos. Com eles não dá para fazer ‘senta que o leão é manso’. O leão não é manso. Come sua mão, sua perna e sua alma”, afirmou Dilma.
Agora, a ex-presidenta admite que regular os oligopólios no setor da comunicação “é uma questão crucial no Brasil”. “Duas forças aqui no Brasil, hoje, são contra a mudança e a favor de medidas regressivas. Duas grandes forças. Uma são os meios de comunicação. Os meios de comunicação são antidemocráticos!”, conclui Dilma, na entrevista cuja íntegra pode ser conferida aqui.