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Repetindo o depoimento que não deveria ter ocorrido, Emílio Odebrecht, dono da Odebrecht, retirou hoje mais argumentos do juiz Sergio Moro em sua empreitada para condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sem provas.
Emílio disse que não se envolveu nos oito contratos firmados entre a empreiteira e a Petrobras, citados na ação penal. Ele disse ignorar se tais contratos estavam condicionados à aquisição de um imóvel para o Instituto Lula.
Questionado unicamente hoje pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, Emílio confirmou ter se encontrado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir o projeto Gás Brasil, que também incluía a Bolívia. Ele também disse que era comum debater assuntos relacionados a óleo e gás com presidentes da República.
E nada disso, como ressalta Fernando Brito no Tijolaço, deve fazer muita diferença para Sergio Moro, que ainda assim deve condenar Lula. “Como diz o ex-delegado federal Armando Coelho Neto, Lula está sendo processado pelo crime do “IA”: Ia receber, ia ganhar, ia se apropriar. Se é que ia, não foi”, ironiza Brito.
Segundo o jornalista Moro vai condenar Lula por este “ser o favorito nas eleições de 2018, como convém a processos que só tem de sólido o interesse político”.
Abaixo, a matéria da Agência Brasil
Por Daniel Isaia
O ex-presidente executivo e atual presidente do Conselho de Administração da empreiteira Odebrecht, Emílio Odebrecht, foi ouvido novamente hoje (12) pela Justiça Federal no Paraná a pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário é testemunha de acusação em um dos processos a que Lula responde no âmbito da Operação Lava Jato.
A sessão ocorreu por meio de videoconferência e durou pouco mais de seis minutos. Apenas Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente, fez perguntas a Emílio Odebrecht.
O empresário disse que não se envolveu nos oito contratos firmados entre a empreiteira e a Petrobras, que são citados na ação penal. Ele também disse não saber se tais contratos estavam condicionados à aquisição de um imóvel para o Instituto Lula.
Cristiano Martins, então, lembrou que Emílio Odebrecht afirmara, em depoimento anterior, ter se encontrado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir o projeto Gás Brasil, que também incluía a Bolívia. O advogado perguntou ao empresário se era comum que ele debatesse assuntos relacionados a óleo e gás com presidentes da República. “Sem dúvida nenhuma”, respondeu.
Emílio Odebrecht também disse que conhece Gilberto Carvalho, que foi titular da Secretaria-Geral da Presidência da República no governo Lula, e negou ter conhecimento se o Grupo Odebrecht contratou o escritório Baker Mckenzie para buscar um acordo de leniência com autoridades estrangeiras.
O empresário voltou a ser ouvido nessa ação penal em razão de um recurso impetrado pelos advogados de Lula. Eles alegaram que o Ministério Público Federal (MPF) incluiu documentos ao processo sem tempo hábil para serem verificados antes da oitiva do empresário.
O argumento foi acolhido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).