(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Após dois anos e meio remoendo o processo contra a chapa Dilma/Temer, através de iniciativas do próprio Gilmar Mendes, presidente do tribunal, produzindo enorme instabilidade política no país, o TSE decide, por quatro a três, arquivar o caso.
Foi tudo uma palhaçada. Uma brincadeirinha de mal gosto, conforme disse Aécio, para “encher o saco do PT”.
Agora não interessa mais, ao golpe, levar adiante a cassação. O plano B não precisa ser levado adiante, já que o plano A deu certo.
Não há vencedores na decisão do TSE. O processo não deveria ter existido, porque é absurdo que a atuação do TSE se preste ao jogo político-partidário.
Se não há vencedores, há um perdedor: a democracia e o Brasil. Michel Temer, o traidor, o usurpador, o golpista, permanece à frente da presidência, liderando o mais acelerado processo de destruição de um país já visto na história recente de qualquer país que não esteja em guerra.
A vergonha é ainda maior porque Gilmar Mendes, ao longo de todo o processo, não teve nenhum escrúpulo de parecer isento: frequentou inúmeras vezes as residências oficiais de Michel Temer, pegou carona em aviãozinho com Temer. E isso depois de ter feito o mesmo com os artífices do golpe, nas semanas e meses que antecederam o impeachment.
O julgamento do TSE ofereceu apenas um espetáculo deprimente, de juízes vaidosos, egoístas e midiáticos, nenhum deles preocupado com a democracia, que deveria ser a principal joia a ser protegida por uma instituição que custa tão caro aos cofres públicos.
Entretanto, mesmo discordando frontalmente da maneira como foi conduzido todo esse processo no TSE, eu considero que a decisão foi a menos pior possível. Esse processo deveria ter sido arquivado mesmo, porque não havia sentido anular uma eleição presidencial que mobilizou mais de 140 milhões de eleitores, com base em delações sem provas e historietas mirabolantes.
O judiciário, com essa votação, provou uma outra teoria: só há crime político no Brasil se envolver o PT. Se envolver os amiguinhos da mídia, pode-se fazer de tudo.
Como votaram os ministros: A favor da cassação: Herman, Luiz Fux e Rosa Weber. Contra: Napoleão Maia, Admar, Tarcísio Veira e Gilmar Mendes.
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