Imagem: Repórter Brasil
“Não desperdicem a recuperação”, clama o título do editorial do Estado de São Paulo de hoje, inflando ainda o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) calcado na agricultura. A Folha, que no domingo pediu um Brasil “Sem Temer”, hoje destaca o simbolismo da vitória do presidente com a aprovação da reforma trabalhista em comissão do Senado. Não por acaso, o título de seu editorial é “Agenda e sobrevida”.
O Globo apela às criancinhas para defender a reforma da Previdência. “Gastos públicos não priorizam jovens e crianças”, é o título de seu editorial, no qual, no sutítulo, “ao destinar grande parcela do Orçamento para aposentadorias, principalmente de servidores, e folha de salários do funcionalismo, Estado compromete futuro do país”.
Com este governo ou sem, defendendo desde sempre o presidente ilegítimo, como faz o Estadão, ou sua renúncia, como o Globo, ou indo e voltando a exemplo da Folha, qualquer que seja a alternativa a “grande mídia” está unida no que interessa.
A Folha antes pede a permanência, depois a saída de Temer, finge que pede eleições diretas e agora cogita, ainda, um Brasil com o atual governo até o fim de 2018. Só não muda de opinião com relação às reformas, e pra garantir que elas acontecerão, que o tal do povo não vai atrapalhar, chega a lançar pesquisa de seu desacreditado Datafolha mostrando que 51% de seus leitores preferem eleições indiretas.
O Globo e o Estadão pensam da mesma forma, assim como todo o “partido da mídia” citado por Laurindo Leal Filho, conselheiro do Barão de Itararé, na Rede Brasil Atual, no artigo “Partido da Mídia segue unido e quer saída da crise a seu modo”.
Com Temer ou sem Temer, o que interessa é entregar o país logo, inteiro, ao mercado.
A pesquisa dos gráficos que ilustram este texto pode ser conferida aqui. A mesma ONG Repórter Brasil fez também uma pesquisa sobre a mídia e a reforma trabalhista, que pode ser vista aqui.