Foto: Marcelo Camargo/AgênciaBrasil
Do Jornal GGN
Por Luis Nassif
Xadrez de um país controlado pelo crime organizado
Peça 1 – o crime apossando-se do Estado
Há uma preocupação global com a tomada do poder nacional pelo crime organizado. O Brasil se tornou um caso emblemático, inédito de jovem democracia que, após inúmeros avanços sociais, morais e econômicos, teve como desfecho a subordinação do país ao crime organizado. E não se está falando das vinculações entre o tráfico e o Congresso, que ainda não foram devidamente apuradas.
Por aqui, montou-se o mais esdrúxulo pacto da atualidade. Em troca de entregar reformas profundamente antipopulares, excessivamente radicais, enfiadas goela abaixo da população sem nenhuma negociação – e, por isso mesmo, de vida curta -, a organização que se apossou do poder ganhou salvo conduto para assaltar.
Temas de alto interesse nacional, com reflexos sobre as próximas décadas, como a venda de terras públicas, a flexibilização ampla no licenciamento ambiental, a demarcação de terras indígenas, concessões portuárias, tudo está sendo entregue, no mais amplo processo de desmonte a que o país foi submetido.
Há muitas dúvidas sobre a oportunidade ou não das diretas-já. Mas há uma certeza: Temer não pode continuar.
O país está no estágio do chamado trem desgovernado. Há um início de reorganização da opinião pública, os partidos políticos tentando entender o momento, mas ainda assim, um estado de estupor generalizado, caracterizado pelos seguintes pontos:
1. Um assalto ao Estado, através de aparelhamento indiscriminado da máquina, disseminação de portarias, sede para negociatas, sem nenhuma forma de controle.
2. Uso do Estado para subornar todos os poderes, incluindo a mídia, conforme se apurou em grampo recentes do senador Aécio Neves. Compra a mídia com publicidade, parlamentares com leis e portarias, autorização para venda de terras públicas, flexibilização selvagem das leis ambientais, concessões de portos e de teles.
3. O único fator de contenção é a perspectiva de queda de Michel Temer. Qualquer sinal de fortalecimento de Temer significará uma ampliação desmedida dos processos de assalto aos cofres públicos.
Peça 2 – Temer é insustentável
Por qualquer ângulo que se imagine, só há uma certeza inabalável: o governo Temer é insustentável.
Ele comanda uma organização criminosa que se aboletou no comando do país. É o grupo que chantageou todos os governos eleitos, desde a redemocratização, composto por políticos sem compromisso de país empenhados exclusivamente em fazer negócios.
Mais que isso, não parou depois de assumir o cargo. Levou para dentro do governo seus próprios operadores pessoais. E foi flagrado combinando acertos com Joesley Batista, da JBS, todos os passos documentados: a indicação de Rodrigo Loures, como seu homem de confiança; o acerto de taxa de sucesso, se o pleito junto ao CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico) fosse acolhido; e o pagamento de propina, em dinheiro, devidamente registrado pela Polícia Federal.
Em qualquer outro país, o escândalo levaria multidões à rua, a vergonha se espalharia pelas páginas de jornais, revistas, pelas imagens de TV, pelos programas de rádio.
No entanto, com o controle do governo, Temer apossou-se de um conjunto de poderes que estão sendo utilizados para impor as negociatas. A organização Temer ganha salvo-conduto para depenar o Estado.
Enquanto persistir com o Executivo na mão, há o risco do mesmo poder corruptor ser exercido sobre outras instâncias, além do Congresso e da mídia. É evidente o chamado periculum in mora para a democracia brasileira.
Peça 3 – as eleições indiretas
O risco de eleições indiretas seria subordinar a presidência à mesma quadrilha parlamentar.
Ora, hoje em dia a presidência está entregue ao alto comando dessa quadrilha. Por tal, se entenda o pessoal mais profissional no exercício da corrupção política, que mantém a grande articulação do assalto sistemático ao Estado.
Na pior das hipóteses, mantém-se o polvo sem cabeça, se dá um freio nesse assalto indiscriminado ao país e de impõe um mínimo de recato na vida pública.
Na melhor das hipóteses, há a possibilidade do novo eleito promover um mínimo de conciliação, visando pacificar o país com vistas às eleições de 2018.
Peça 4 – as eleições diretas
Nada tira a legitimidade do voto direto. O que se discute são as eleições diretas agora ou no próximo ano.
A vantagem das eleições diretas seria promover uma reaglutinação de forças e voltar a discutir o futuro. O inconveniente seria reacender o clima bélico da polarização, além de acirrar o protagonismo político da Polícia Federal e da Lava Jato. E, no quadro atual de desestruturação partidária, a possibilidade de abrir espaço para aventureiros.
Peça 5 – a saída ideal
Qualquer saída – diretas ou indiretas – terá que levar em conta a resultante final: eleições gerais com regras que impeçam a manutenção do controle do Congresso pela bancada eleita por empreiteiras e pela JBS.
A saída ideal seria uma Constituinte exclusiva, com candidatos eleitos pela população para um mandato de no máximo dois anos, não podendo voltar a se candidatar.
Seria a maneira da sociedade brasileira assumir o controle, dar uma arrumação geral na casa e devolver a política aos políticos profissionais.
É um tema capaz de mobilizar o Ministério Público, para impedir abusos de poder econômico, e abrir espaço para novas referências em uma sociedade em que os melhores nomes não têm espaço dentro do universo de banalidades criado pela mídia e pelas redes sociais.
Beba Monteiro
08/06/2017 - 14h13
Com o governo caindo de podre e um presidente morto vivo se segurando na cadeira para não ser preso, começou a debandada geral com várias defecções na base de apoio, como o PSB e o PPS, até setores da mídia (Globo e Veja) estão pulando fora do barco do governo Temer, e procurando no almoxarifado do golpe um substituto golpista para continuar com a agenda entreguista privatista e de destruição dos direitos sociais. Mas, o satanista e vampiresco Temer continua impávido que nem Muhammed Ali, porque ainda tem o Estadão, a Folha, o MBL e o PSDB para lhe dar sobrevida. Logo, surge a pergunta que não cala: quem vai ficar para apagar a luz??
Meiry Bitarelli
08/06/2017 - 00h59
O BRASILEIRO ESTÁ FERRADO .
Lobo
07/06/2017 - 18h52
A saída ideal é -ideal, mas na verdade, UTOPIA!
Sara Carvalho
07/06/2017 - 20h06
Lisa Carvalho
Valdson
07/06/2017 - 15h51
“A saída ideal” só pode começar pela anulação do golpe e o retorno da presidenta legítima, eleita em eleições diretas.
Qualquer outra coisa é no mínimo a aceitação do golpe.
#AnuleOGolpeSTF
#VoltaDilma
Jorge L. Moreira
07/06/2017 - 18h20
Revolução já !!
João Bosco Machado
07/06/2017 - 18h12
Gente não estou vendo aí os outros capos Fernandinho Beira-Mar, MARCOLA, Bocão, Elias Maluco.
Laercio Ferreira
07/06/2017 - 17h12
DO CRIME ORGANIZADO UM BALÉ TRADICIONAL NAS POLÍTICA DE TRASIÇÃO DE UMA REPÚBLICA VELHA , PRA OUTRA MAIS VELHA AINDA, COM CORONÉIS FEUDAIS DANDO -SE SUPER HERÓIS AMERICANO , DAQUI NINGUÉM SAIO, DAQUI NINGUÉM ME TIRA?? OS DESCENDENTES DOS POVOS ORIGINÁRIOS, OS INDÍGENAS DA COLÔNIA ESTÃO CHORANDO DE BARRIGA CHEIA??
Messias Franca de Macedo
07/06/2017 - 13h41
BOMBA!
O pai do “homem da mala do MT” deu um ultimato ao filho na cadeia:
“se até a próxima sexta-feira você não abrir o bico, eu mesmo botarei para fora tudo aquilo que eu sei sobre o [mega]escândalo da mala do MT.”
Rogério Bezerra
07/06/2017 - 13h10
“Em qualquer outro país, o escândalo levaria multidões à rua”. E não levou? Falam mal do brasileiro…
Então nos diga o que fizeram os estadunidenses depois da “Subprime”? O que aconteceu com o governantes deles depois de erros sucessivos? Qual Executivo de banco, agências de Rating (rararar) foi punido? No que deu o “Occupy Wall Street”? Nada! O povo ficou caladinho…
O que fazem os europeus enquanto seus governos atacam países no Oriente Médio e no norte da África e como troco os povos da região “invadem” a própria a Europa? Nada! Nada! Caladinhos!
Aqui, sustentamos essa elite de traidora dona de tudo e que tem 550.000 policiais prontos a estender para fora dos guetos e periferia sua diária atuação mortífera. E Brasília mostrou isso, lembra dos tiros?
E mesmo assim milhares foram e irão prá rua.
Minha família inteira foi em mais de 10 manifestações desde 2015. Mulher (cadeirante) filhos, noras e a netinha. E a sua foi?
Quando ao resto mais uma boa análise… Normal!
Marcelo Magalhães
07/06/2017 - 12h07
A solução é diretas, já! Ainda mais que o crime organizado que tomou o país é referendado pelo Supremo. Quando a mais alta corte de um país apoia um golpe, sem mencionar a mídia, a saída é eleições diretas ou o aeroporto.
Geraldo José
07/06/2017 - 15h06
A BANDIDAGEM. SEM VERGONHAS,SEM MORAL, SEM DIGNIDADE, SEM CARÁTER , CARAS DE PAU LADRÕES, CORRUPTOS, ENTREGUISTAS, VAZIOS, CANALHAS, MALDITOS, DEMÔNIOS. TODOS DE PASSA PORTE PRO INFERNO.BOA VIAGEM.
Jorge França
07/06/2017 - 14h20
Não sei se estou assistindo a série the Blacklist ou uma reportagem dos políticos brasileiros
Sueli Ribeiro
07/06/2017 - 14h04
Se o generoso cair pelo menos não dirá que foi mal atendido pois comeu e recebeu muito bem nos jantares, almoços e cafés matinais que ofereceu, sai de barriga cheia, quanto a nos, até o trabalho perdemos
Adalberto Dos Santos
07/06/2017 - 13h23
Isso so acontece no Brasil, onde o certo e errado, e o errado e coberto pela pró
Ivanio De A. Alves
07/06/2017 - 13h14
Um bando de ratos criminosos que se apossaram do país para saquear tudo, retirar direitos, perdoar dívidas de seus comparsas e aproveitar os milhões recebidos em propina.
Eva Monteiro
07/06/2017 - 13h09
Um bando de velhos gaga ladrões que vergonha mundial !!!!
Jadiel Batista Vitor
07/06/2017 - 12h55
Ele fala do PT, pois esse sim é uma organização criminosa, um partido formado por ladrões do erário.
Gilmar Damaratt
07/06/2017 - 13h38
Sem mimimi sem bostanaro incentivador do ódio violência
Claudio Queiroz
07/06/2017 - 12h54
Martha Lages Rodrigues
07/06/2017 - 13h23
Vamos pensar de forma mais madura e não com este argumento imbecilizado d eque “não tem político de estimação”?. Político não tem que ser de estimação. Não para mim. Política é o lugar do debate de interesses, de jogo de forças na sociedade. E generalizar neste caso é não reconhecer que votou em bandido, então não generalize. O maior na foto é aquele que defende comida na mesa dos brasileiros e que defende direitos, e é contra quem não há provas. Quanto a outros (Cunha, Aécio, Temer etc), até confessam em áudio suas canalhices, acreditando na impunidade. O maior na foto é aquele em quem você não votou (mas votou no menor à esquerda acima, talvez??? Então examine melhor sua consciência e seu modo de pensar. .
Claudio Queiroz
07/06/2017 - 13h37
Examine você o seu modo de pensar. Você age com acusações aos outros e em defesa deste que está no poder por tanto tempo e durante esse período convivemos com todo tipo de denúncias de corrupção. Esse que colocou corruptos condenados como José Dirceu a José Jenuino em seu governo. Que tudo que faz está envolto em denúncias de de corrupção. Que investe milhões em campanhas milionárias para se manter no poder. Todos esses da foto tem acusações . Lula é réu em vários processos. Portanto São Todos farinha do mesmo saco.
Benoit
07/06/2017 - 15h55
Claudio, Voce não é capaz de discriminar as coisas bem, falta a voce um mínimo de disciplina intelectual. Voce fala como se toda a política fosse indiscriminadamente corrupta mas acredita ao mesmo tempo piamente que a justiça atua com toda a correção. Existe mesmo muita corrupção no país, por isso mesmo acreditar na isenção absoluta da justiça é mesmo muita ingenuidade ou má fé. A justiça tem demonstrado ser parcial, ser partidária, ela se revela uma justiça política. Juízes ganham fortunas como em nenhum outro lugar do mundo, nem mesmo nos países mais ricos do mundo. Por isso eles não se identificam com nenhum projeto social. Alguns processos contra políticos conservadores no passado sempre fracassaram, não levaram a nada. Por outro lado, ele condenam político como o José Dirceu sem provas de nada. O Lewandowski disse isso clara e abertamente num momento de lucidez. Não é impossível que qualquer político tenha resistido à tentação de se enriquecer, embora poucos tenham chegado ao nível de alguns deles que parecem ter feito uma carreira criminosa completa dentro da política. Mas se voce seguisse minimamente o que está acontecendo em Curitiba, voce teria podido verificar que o processo contra o Lula é uma farça que não tem valor jurídico nenhum. O juiz é representante de um projeto político que odeia o político que ele está julgando. Pare para pensar um pouco antes de escrever da próxima vez.
Wilson Pagano
07/06/2017 - 12h53
Um pais sem o honra e sem homens um pais de covarde.
João Valente
07/06/2017 - 12h52
Este país nasceu da maracutaia. Desde sempre esteve na mão de vendilhões colonialistas a serviço da Inglaterra e depois EUA. Hoje das grandes corporações e do narcotráfico.
Valéria Silva
07/06/2017 - 13h02
Concordo! Posso compartilhar?
João Valente
07/06/2017 - 13h57
Amiga, tomar consciência do ponto em que estamos pode nos ajudar a evoluir.
Jorge L. Moreira
07/06/2017 - 18h20
E vai continuar até vir uma revolução. Sei lá quando.
João Valente
07/06/2017 - 19h11
Jorge L. Moreira, com certeza em um tempo tudo muda, neste samsara não há nada permanente. A característica do cosmos manifestado é sua eterna impermanência.
Oseias Oliveira Moreira
07/06/2017 - 12h47
…………..OS CORRUPTORES INTERNACIONAIS ……..COMO SEMPRE ….PERSUADIRAM / CORROMPERAM… OS CORRUPTOS BRASILEIROS MERGULHANDO ………O BRASIL NOS ……CAIS DA DESGRAÇA / RETROCESSOS………………