Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
“No longo prazo, muitos ainda esperam que a Lava Jato faça do Brasil uma nação mais justa, mais eficiente, administrado com transparência, por políticos que cumprem a Lei. Mas há também o risco de que a operação leve ao chão a frágil democracia do país e abra caminho para uma teocracia evangélica de direita ou o retorno de ditadores ao poder. Se a operação vai ou não ser considerada uma cura para o Brasil, vai depender não só de quem caia, mas de quem virá a seguir”.
Em tradução livre, este é o último parágrafo da enorme matéria sobre a operação Lava Jato que o britânico The Guardian publica hoje na seção “The long read” (longa leitura) do jornal.
Assinado por Jonathan Watts, o texto peca por dar grande espaço a ao agente da Polícia Federal Newton Ishii, ele mesmo, o “Japonês da Federal”, tratado como herói “circunspecto e austero” sem que tenha sido citada a prisão do próprio agente em junho do ano passado, por facilitar contrabando.
A matéria do Guardian também não mostra claramente a diferença de tratamento entre os réus do PT e os dos outros tempos, caindo na comodidade de tratar os presos, todos, como “ricos”. Mas de resto destrincha bem a Lava Jato desde seus primórdios, e também os métodos do juiz Sérgio Moro.
O magistrado de primeira instância é descrito como “um jovem e ambicioso juiz que ajuda os procuradores pressionando os suspeitos ao aprovar seguidas prisões preventivas”.
A reportagem lembra que na maioria dos casos os presos no Brasil têm o direito de aguardar seus julgamentos em liberdade, e ressalta que, no caso de Moro, a “pressão está sobre eles: faça um acordo ou permaneça na cadeia”.
Mais um motivo para o jornal britânico questionar, logo no título de sua grande matéria de hoje, se a operação Lava Jato é, de fato, o mair escândalo de corrupção da história.
Elmo
02/06/2017 - 18h17
Talvez a prisão do Newton Ishii simplesmente não fosse pertinente onde a reportagem queria pôr foco. O jornalismo por lá sempre me pareceu ser muito mais objetivo que o daqui.
Maurício Barreto
02/06/2017 - 15h23
Os riscos são grandes mas calculados. O Brasil é uma seara de ignorância e falta de educação, onde pode e deve imperar o ódio já disseminado pela mídia. É importante lembrar que a estratégia de dominação e pilhagem de recursos de uma nação passa pela implantação e manutenção da guerra civil, por fanatismo religioso ou de outra espécie. É uma realidade que se vê hoje à balde pelo mundo, onde os oligopólios tem interesse de exploração. O Brasil está sendo conduzido por esse caminho, governado por traidores em todos os poderes, e acobertados pela mídia vendida e pelo povo inerte e incapaz.
Ana Magalhaes
02/06/2017 - 09h59
tem algo errado nessa operação LV….quem dedura fica numa boa…e a grana toda é devolvida mesmo ao erário público? para onde ela vai depois e quem usufrui dela?
Barbara Ribeiro
01/06/2017 - 17h46
A justiça só sustenta a democracia se for realizada com total legalidade e nunca jamais com partidarismo e parcialidade.
André Augusto Teixeira
01/06/2017 - 16h17
Não existe democracia com a impunidade.
Marcos Silva
02/06/2017 - 00h37
Não existe democracia, sem uma justiça justa e honesta.
Simone Dos Santos
02/06/2017 - 02h29
Não existe democracia, com um judiciário corrupto, partidário e parcial
Simone Dos Santos
02/06/2017 - 02h30
“Fale o que eu quero ouvir, que te liberto com a grana toda”
André Augusto Teixeira
02/06/2017 - 21h34
Tudo desculpa, para tentar encobrir crimes que de fato ocorreram !
maria nadiê rodrigues
01/06/2017 - 09h55
O que sentem as pessoas de bom senso, sensíveis ao que ouve, vê e lê, é extrair de manchetes e matérias divulgadas pela imprensa, o que há de mentira e verdade.
É verdade que pela Lava Jato ficamos sabendo, oficialmente, o que faziam empreiteiros e políticos com o dinheiro público. Verdade, também, o números de investigados e presos por fazerem parte de esquema fraudulento, e organização criminosa.
Mentira, no entanto, que todos estão sendo julgados com a mesma régua. Não estão.
Bem oportuna a relembrança do Japonês da Federal, endeusado ao lado de um juiz por tantas vezes; aplaudido pela população como um semi-deus, porém colocado na vala comum de todos os bandidos brasileiros, como um facilitador de crimes, abrindo as portas das fronteiras para a passagem de armas. Moro, então, finge que prende o homem, que finge ter sido preso, e tudo se passa em dias, até que nada acontece ao Japonês, que segue recebendo salário de Agente da PF, meio escondidinho pra não dar na pinta.
Nem mesmo os políticos pegos em falas grampeadas por Machado deu a Moro algum sentimento de nojo, embora as trapaças de Cajú, Renan, e tantos outros, eram pra brecar a Lava Jato do juiz parcial.
Quanto ao tratamento diferente, abusivo, perseguidor, contra petistas, em especial a Lula, esposa, e filhos, ou qualquer outro de camisa vermelha, até as pedras das ruas conhecem.
Pedro Pereira
01/06/2017 - 09h54
Grande bobagen. Renato Duque, o agenciador de propinas do PT foi preso por determinação e Sérgio Moro, cuja decisão foi corroborada por todas as instâncias do judiciário brasileiro, inclusive o STF. Agora como percebeu que todas suas possibilidades de libertação foram por água abaixo, pretende fazer delação premiada para informar à PF e ao MP tudo o que eles já sabem.
Zezim Do Cacha
01/06/2017 - 12h05
a moeda sem face