Foto: Brazil Forum UK
Neste momento em que há possibilidade de mudar o rumo do país e emplacar as Diretas, não podemos esquecer o porquê do golpe e os motivos da mídia, que começa abandonar Temer, para apoiar as eleições indiretas:
A continuação das reformas econômicas e fazer do Brasil um país de estado mínimo, com menos intervenção política na economia e menos assistência social para seus cidadãos.
Em outras palavras: a ideia é acabar com qualquer tipo de segurança social existente no país e deixar o capital livre para fazer o que quiser.
Além de aprovar as reformas trabalhista e previdenciária, a ideia é garantir a consolidação do que já foi aprovado: o teto de gastos e a lei da terceirização.
Esther Dweck foi secretária do orçamento durante o governo Dilma e é professora adjunta do Instituto de Economia da UFRJ. Ela participou do Brazil Forum UK, em Londres nos dias 13 e 14 de maio.
Abaixo segue sua palestra em Londres, onde ela desmistifica muitas das questões relacionadas às reformas, à geração de empregos, produtividade e o papel dos empresários. Ela diz que não há consensos, nem técnicos e nem políticos, para a reforma apresentada no congresso e, portanto, a necessidade de diálogo, cautela e participação social.
Esther mostra o papel importante do Estado de Bem-Estar Social brasileiro, o mais inclusivo de todos os países em desenvolvimento, que justifica o ‘tamanho’ do estado brasileiro e também a grande carga tributária, e que inclui o SUS e um sistema previdenciário amplo, complementado por políticas assistenciais.
Ela também desmitifica as diferenças entre o regime dos servidores público (o regime próprio) e o regime geral; argumenta que a desigualdade brasileira caiu por causa das políticas redistributivas, sociais e a previdência e que uma maneira de melhorar a desigualdade é mexer no regime tributário, que é regressivo.
Talvez mais importante, ela explica que a PEC dos gastos trouxe uma mudança de tipo de sociedade no Brasil: é a porta para o estado mínimo. Isso porque o teto tira toda a relevância da arrecadação, mesmo se ela crescer. O teto desvincula as despesas do PIB, e pior, quanto mais o PIB cresce, mais cai o papel do Estado.
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