No Tijolaço
Moro, nos EUA, se compara a Eliot Ness. O doutor sabe o fim da história?
POR FERNANDO BRITO · 23/05/2017
No último domingo, Curitiba exibiu-se para os gringos, numa edição do programa “60 minutes”, da rede CBS.
O cidadão da república de Curitiba, Deltan Dallagnol pavoneou sua megalomania dizendo que a Lava Jato é “muito, muito maior do que o escândalo do Watergate” que derrubou o presidente norte-americano Richard Nixon.
[Cafezinho: Watergate teve jornalismo: não foi uma operação para destruir a economia americana]
Mas Sérgio Moro superou Deltan.
Comparou-se a Eliot Ness, o agente do Tesouro dos EUA (que não se perca pela função) que prendeu Al Capone.
Normalmente não faria isso, mas como juiz que se mete á estrela, sucumbe à vaidade e “se acha” intocável, acaba por merecer.
É que o Dr. Moro talvez não conheça o que aconteceu com Eliot Ness, o de verdade, não o Kevin Costner do filme.
O caso de Ness com Capone não foi o que levou o mafioso à cadeia.
Cheio de fama, Ness foi ser o homem-forte da segurança na cidade de Cleveland, onde se revelou um ineficiente e um cruel, chegando a atear fogo a favelas na cidade. Tentou se prefeito, não se elegeu e acabou, dizem, se metendo num acidente de automóvel, onde suspeitou-se que ele – o homem da Lei Seca – dirigia embriagado.
Foi trabalhar na segurança da Diebold, esta que fabrica nossas urnas eletrônicas, mas foi mandado embora e morreu na miséria, no ostracismo e na depressão.
A vida, Dr. Moro, não é um filme de Hollywood. E, quando parece ser, em geral termina com o cenário desmoronando.