No jornal Tribuna Hoje
(Deputado Givaldo Carimbão (PHS-SE). Foto: Divulgação)
Exclusivo: ‘Michel Temer compra deputados por apoios’, diz Carimbão
Deputado federal denuncia que parlamentares escolhem cargos para votar com o governo
Em meio ao turbilhão da crise política ressurgida em Brasília desde a noite de quarta-feira (17), diversas são as opiniões a respeito da permanência de Michel Temer (PMDB) na presidência da República. Embora fragilizado e com deputados e senadores deixando a nau peemedebista, Temer ainda se agarra a alguns de seus aliados de primeira ordem.
Não é o caso do deputado federal [sergipano] Givaldo Carimbão (PHS), que desde o processo de impeachment, deixou claro aos seus pares o governo que estaria por vir após a saída da presidente Dilma Rousseff (PT).
À reportagem da Tribuna Independente, Carimbão avisou que Michel Temer não tem mais estrutura política no Congresso Nacional para lhe garantir a governabilidade. O parlamentar disse ainda que o presidente tem comprado deputados para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária
Uma das exceções em não aceitar o “toma lá, da cá” de Temer é o próprio Givaldo Carimbão.
“Para aprovar a reforma Trabalhista e da Previdência, Michel Temer está comprando deputados na Câmara Federal. Ele [Temer] me propôs escolher cargos em Alagoas. Eu poderia escolher qualquer cargo e a presidência ainda me liberaria emendas para adquirir tratores e outros veículos para a agricultura familiar. Prontamente, respondi que ele ficasse com o dinheiro e cargos, pois preferia a aposentadoria do trabalhador”, informou Carimbão.
RENÚNCIA
Ao tratar das acusações que pesam sobre o presidente da República de ter concordando com a compra do silêncio de Eduardo Cunha (PMDB), o deputado Carimbão avalia que Temer está com a base enfraquecida.
“Diziam que a Dilma não tinha mais condições de governar devido ao enfraquecimento dos apoios no Congresso Nacional. O mesmo ocorre com Michel Temer. Ministros e deputados estão pedindo a sua renúncia. A minha defesa é por eleições diretas. Não podemos aceitar um Rodrigo Maia [presidente da Câmara dos Deputados] na presidência do Brasil. O Maia é da mesma laia do Michel Temer e também está envolto na Operação Lava Jato”, declarou o parlamentar ainda em entrevista à Tribuna.
Por fim, o deputado federal destacou a formação de um movimento suprapartidário na Câmara Federal para em busca de fortalecer o discurso da eleição direta. “Eleição indireta é mais um artifício para manter alguém do Temer na presidência e consequentemente no comando da Câmara e do Senado. Precisamos votar a emenda à Constituição do deputado Miro Teixeira [Rede-RJ] e evitar que o país siga nesse rumo de crise e instabilidade política”, finalizou o parlamentar.