Irmã de Aécio é presa. Imóveis de Aécio estão sendo revirados pela PF. STF se reúne hoje para autorizar sua prisão

(Foto: Istoé)

O bicho tá pegando!

A delação dos donos da JBS, feita desta vez – aparentemente – com um pouco mais de seriedade (sigilo), acompanhada de provas concretas (gravações) e, sobretudo, longe dos palhaços de Curitiba, transtornou a conjuntura.

Mas tomem cuidado com a leitura a fazer. O que está acontecendo não é bom. A Lava Jato e a Globo levaram Temer e Aécio ao Planalto, deixaram-nos desossar o Estado soberano, e agora, por causa de uma delação que saiu do controle, ambos serão presos ou depostos. Infelizmente tarde demais. É como a prisão do Cunha: aconteceu apenas depois dele comandar o golpe.

Talvez por isso o golpe forçou Michel Temer e seus apaniguados a acelerarem tanto a destruição do Estado: sabia-se que eles tinham os dias contados.

O Brasil está sendo vitimado pela instabilidade política e econômica, porque o sistema midiático-judicial agiu de maneira irresponsável. Criou-se um clima de terrorismo político que enlouqueceu os cérebros mais fracos, como Aécio Neves e o próprio Michel Temer, os quais, amedrontados pelo avanço da ditadura sobre a classe política e acostumados pela blindagem, tomaram decisões desesperadas, criminosas, que decretaram o seu fim.

A classe política foi pro beleléu. A esquerda já está isolada e desarmada desde o impeachment. Perdeu o centro e a presidência, virou alvo do judiciário, e não morde mais. A direita agora também dançou. O poder agora está abertamente em mãos daqueles que, conforme nossa análise, eram os principais articuladores do golpe: judiciário (incluindo PGR e PF) e mídia.

Reitero: não há nada de bom nisso, porque judiciário e Globo não tem nenhuma noção de soberania ou democracia. São instituições profundamente aristocráticas e odeiam o povo. Entretanto, o golpe não consegue controlar tudo: a delação da JBS foi, notoriamente, algo que saiu do controle da narrativa.

Abaixo, mais revelações de última hora, vazadas como era de se esperar, para os Marinho. A Globo já tinha até repórteres esperando em Nova Lima (MG), para acompanhar a prisão de Andrea Neves, irmã de Aécio.

O golpe se fecha cada vez mais junto a seu núcleo duro: PGR, STF e Globo.

Por isso mesmo, é preciso cuidado. Aécio já era carta fora do baralho há tempos.

Aliás, na notícia abaixo, repare que a propina para Aécio foi entregue para seu primo, que foi diretor da Cemig, “nomeado” pelo próprio Aécio. O nepotismo tucano sempre esteve associado à corrupção.

Outra coisa que merece atenção é o envolvimento de Zezé Perrela na história, como um dos receptadores da propina de Aécio. Perrela era o dono do helicóptero apreendido com 500 quilos de pasta de cocaína: o caso foi abafado pela imprensa e não se investigou nada. Tudo isso deveria vir à tôna outra vez.

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No blog de Lauro Jardim

Joesley revela propina de R$ 60 milhões a Aécio e compra de partidos em 2014

por Guilherme Amado

18/05/2017 08:51
Jorge WilliamJorge William | Agência O Globo

A delação de Joesley Batista tem outros trechos devastadores para Aécio Neves, além da gravação em que Aécio pede R$ 2 milhões.

Joesley revela que pagou propina de cerca de R$ 60 milhões em 2014 para Aécio, por meio da emissão de notas fiscais frias a diversas empresas. O dono da JBS também revela que comprou o apoio de partidos políticos para apoiar Aécio a presidente.

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No G1

Irmã do senador Aécio Neves é presa pela Polícia Federal

Agentes da PF e do MPF foram ao apartamento de Andrea Neves em Copacabana, mas não a encontraram. Ela foi presa na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Operação também faz buscas em outros endereços ligados a Aécio pelo país.

Por G1, Nova Lima

18/05/2017 07h18 Atualizado há 5 minutos

A irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andréa Neves, foi presa por agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na manhã desta quinta-feira (18) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

A operação também faz buscas em endereços ligados a Aécio em vários estados. No Rio, um chaveiro foi chamado para os agentes cumprirem o mandado de busca e apreensão no apartamento de Andréa em Copacabana, na Zona Sul.

Equipes da PF e do MPF em frente ao prédio de Andrea Neves, irmã de Aécio, em Copacabana (Foto: Leslie Leitão/TV Globo)Equipes da PF e do MPF em frente ao prédio de Andrea Neves, irmã de Aécio, em Copacabana (Foto: Leslie Leitão/TV Globo)

Operação no Rio

A operação no Rio começou por volta das 5h, com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram feitas buscas nos apartamentos de Aécio e de Altair Alves Pinto, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha, que está preso.

Por volta das 6h15, pelo menos cinco carros descaracterizados da Polícia Federal chegaram à chapelaria do Congresso, em Brasília, que é a principal entrada e a mais utilizada pelos parlamentares. No Congresso, as buscas são feitas nos gabinetes de Aécio, do também senador Zeze Perrella (PMDB-MG) e do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Afastamento

Também estão sendo feitas buscas em endereços ligados a Aécio em Belo Horizonte e em Brasília, e o STF determinou o afastamento de Aécio e de Rocha Loures dos mandatos.

O procurador da República Ângelo Goulart Villela foi preso e há mandado de prisão contra o advogado Willer Tomaz, que é ligado a Eduardo Cunha. A PF também faz buscas no Tribunal Superior Eleitoral, onde atua o procurador da República preso.

O G1 tentou ligar para uma assessora de Aécio Neves, mas o telefone estava desligado. Também não conseguimos contato com os outros citados na reportagem.
Delação da JBS

A operação teve início após a delação do dono do frigorífico JBS, Joesley Batista, que entregou à Procuradoria-Geral da República uma gravação do senador Aécio Neves pedindo a ele R$ 2 milhões. No áudio, com duração de cerca de 30 minutos, o presidente nacional do PSDB justifica o pedido dizendo que precisava da quantia para pagar sua defesa na Lava Jato. A informação foi divulgada pelo jornal “O Globo” na quarta-feira (17).

A entrega do dinheiro foi feita a Frederico Pacheco de Medeiros, primo de Aécio, que foi diretor da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014.

Em nota, a assessoria de imprensa de Aécio Neves afirmou que o senador “está absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos”.

“No que se refere à relação com o senhor Joesley Batista, ela era estritamente pessoal, sem qualquer envolvimento com o setor público. O senador aguarda ter acesso ao conjunto das informações para prestar todos os esclarecimentos necessários”, diz o texto.

Ainda segundo a delação de Joesley, também foi feita uma gravação onde o presidente Michel Temer dá aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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