A manchete do Jornal O Globo de hoje, porta-voz do governo Temer, é sobre a geração de empregos. O próprio governo passou o dia usando suas redes sociais alardeando a geração de 60 mil postos de trabalho.
Num país com mais de 14 milhões de desempregados, é um tanto ridículo comemorara a geração de 60 mil empregos.
Então eu fui conferir os dados do Caged e confirmei o que eu já desconfiava.
Trata-se de uma ilusão de ótica estatística.
Não está havendo, infelizmente, nenhuma mudança no mercado de trabalho.
O que está havendo é que, chegando ao fundo do poço, começa a haver estagnação puramente estatística do mercado.
A tabela do Caged tem três colunas: a de geração de empregos, a de desaparecimento de empregos e o saldo, que é a subtração da primeira pela segunda.
Para sabermos sobre a dinâmica do mercado, não basta olhar o saldo. É preciso olhar a coluna de geração de novos postos de trabalho.
E quando se olha a coluna de geração de postos de trabalho, e se faz um gráfico comparativo com os últimos anos, constata-se rapidamente que o mercado nunca esteve tão deprimido como agora.
O Brasil não está gerando novos postos de trabalho.
A geração de novos postos de trabalho em abril de 2014 nunca foi tão baixa.
Quando pegamos dois setores estratégicos, como Indústria de Transformação e Construção Civil, o cenário é desolador.
A imprensa e o governo estão mentindo na maior cara de pau.