“Será que esse investimento na Abreu e Lima não é gasto?”
Em seu primeiro discurso como candidato a presidente da República, em evento recente, Sergio Moro defende o moralismo sectário com o qual a Lava Jato destruiu a indústria brasileira.
Com voz sibilina, Moro explica que “daqui a 10 anos” haverá melhores condições para o investidor estrangeiro…
Bem, se sobrar algum brasileiro vivo e empregado até lá, talvez realmente o Brasil fique bem interessante para o investidor externo: vai comprar quase tudo de graça.
Moro fala como se o investidor estrangeiro fosse um santo, que não quisesse investir num país corrupto como o Brasil. Ele nega a realidade. O Brasil de Lula e Dilma bateu todos os recordes históricos de investimento estrangeiro direto, aquele voltado diretamente para a produção.
No Brasil de Temer e da Lava Jato, um país com tremenda insegurança jurídica, em que empresas são deliberadamente destruídas para atender à sede de sangue da turba e da mídia, os investidores estão fugindo como diabo foge da cruz.
Num surto de arrogância, Moro cita a refinaria de Abreu e Lima, um dos projetos mais importantes da Petrobrás, com puro desprezo.
A Abreu e Lima integra a estratégia soberana de refinar o petróleo no Brasil, exportando o produto industrializado, protegendo o país contra os altos e baixos do mercado internacional de petróleo. Criticá-la de maneira tão leviana, como faz Sergio Moro, que, ao que consta, não entende nada do mercado mundial do petróleo, evidencia que ele é um medíocre adorador da ideologia neoliberal que os países ricos inventaram para nós. Ideologia que eles – os países ricos – jamais usaram para si mesmos, porque sempre investiram em suas indústrias. Por isso não querem que nós tenhamos as nossas próprias indústrias: porque querem que continuemos comprando produtos industrializados deles – incluindo derivados de petróleo.
Foram decisões como essa, de investir em refinarias, que trouxeram desenvolvimento econômico para o Brasil na era Lula/Dilma.
E são decisões como o governo vem tomando agora, de não investir em nada, de desistir de tudo, de entregar tudo ao estrangeiro, que vem destruindo o país e nos jogando num abismo de miséria social e desespero.