Guterres e Bukova detonam Temer, Globo e Lava Jato

Por Wellington Calasans, Colunista do Cafezinho, na Suécia

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa deste ano ganha uma importância maior no Brasil. Em tempos de pós-verdade da Globo e os seus tentáculos do PIG – Partido da Imprensa Golpista, as falas do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres e da Diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova soam como uma sentença condenatória contra o estado de exceção vivido no nosso país.

O casamento Temer/Globo e Lava Jato leva o Brasil e os brasileiros a um futuro incerto. Ao ler o texto, que publico aqui na íntegra, basta fazer um paralelo entre o que é dito pelos mandatários da ONU e UNESCO e o acontece no Brasil de hoje. A parceria entre Temer, Lava Jato e o monopólio da Globo faz da comunicação social uma ferramenta de propaganda, omissão da verdade, propagação de mentiras e destruição de imagens e reputações.

A perseguição aos blogueiros, a tentativa de intimidação através do judiciário e o uso da força policial também engrossam a lista que faz deste texto, publicado ontem no site das Nações Unidas, uma mensagem dura contra este conluio Imprensa/Governo/Justiça que tanto estrago tem feito à liberdade de imprensa no Brasil e ao estado democrático de direito.

É como se Guterres e Bokova estivessem falando para Temer a Globo e a Lava Jato. Confira também neste link da publicação original: https://nacoesunidas.org/liberdade-de-imprensa-e-crucial-p…/

Liberdade de imprensa é ‘crucial’ para combater notícias falsas, diz ONU em dia mundial

Publicado em 02/05/2017 Atualizado em 02/05/2017

Em mensagem para o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, lembrado na quarta-feira (3), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu o “fim de todo o tipo de repressão contra jornalistas”. “Precisamos que líderes defendam a imprensa livre”, enfatizou o chefe do organismo internacional.

Também por ocasião da data, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, reconheceu a crise vivida pelos veículos de comunicação e defendeu um jornalismo ético como solução para preservar credibilidade em meio a notícias falsas.

Em mensagem para o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, lembrado na quarta-feira (3), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu o “fim de todo o tipo de repressão contra jornalistas”. “Precisamos que líderes defendam a imprensa livre”, enfatizou o chefe do organismo internacional. Para ele, “quando protegemos jornalistas, suas palavras e imagens podem mudar o mundo”.

O dirigente máximo da ONU acrescentou que a liberdade de imprensa é “crucial para combater a atual (tendência à) desinformação”. “Precisamos que todos defendam nosso direito à verdade”, disse Guterres.

O secretário-geral lembrou que “jornalistas vão aos lugares mais perigosos para dar voz aos sem-voz”. “Profissionais de mídia são vítimas de difamação, abuso sexual, detenção, agressões e chegam mesmo a morrer” em serviço, alertou o chefe da Organização. Guterres disse ainda que uma imprensa livre permite avançar na promoção da paz e da justiça para todos.

UNESCO pede jornalismo ético para combater ‘pós-verdade’

Também por ocasião da data, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, afirmou que o mundo vive “um momento no qual uma mídia livre, independente e pluralista nunca foi tão importante”. Em 2017, a agência celebra o Dia Mundial com o tema “Mentes críticas para tempos críticos”.

Em meio às mais recentes discussões sobre “pós-verdade” e “notícias falsas”, “precisamos de um jornalismo original, crítico e bem fundamentado, orientado por altos padrões profissionais e éticos, e por uma educação em mídia de qualidade”, enfatizou Bokova.

O trabalho de jornalistas, segundo ela, contribui “para empoderar cada mulher e cada homem, fortalecer a boa governança e o Estado de Direito e fazer avançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável“.

A chefe da agência da ONU reconheceu que a imprensa enfrenta atualmente uma “crise de identidade de seu público”. “A mídia como atividade empresarial está sendo abalada em seu núcleo, com o advento das redes digitais e das mídias sociais. Jornalistas cidadãos estão redesenhando os limites do jornalismo”, explicou.

Por outro lado, “a credibilidade e o dever de prestar contas da mídia estão sendo questionados”, disse a dirigente. Segundo Bokova, no meio online, a linha que separa materiais publicitários e editorais tem se tornado cada vez tênue. Esse cenário, marcado também pela proliferação de informações mentirosas, fragiliza “o cerne do jornalismo livre, independente e profissional”, acrescentou a chefe da UNESCO.

Bokova ressaltou ainda que a mídia deve fornecer uma plataforma para “mobilizar novas forças para a tolerância e o diálogo”. A diretora lembrou que a UNESCO conduz esforços para promover o bom jornalismo, inclusive para protegê-lo das formas mais violentas de censura.

“A UNESCO lidera este trabalho em todo o mundo, a começar pela defesa da segurança dos jornalistas. Com muita frequência, o assassinato continua a ser a forma mais trágica de censura – em 2016, 102 jornalistas pagaram esse altíssimo preço. Isso é inaceitável e enfraquece as sociedades como um todo. É por isso que a UNESCO lidera o Plano de Ação das Nações Unidas sobre a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade com parceiros em todo o mundo”, disse.

Wellington Calasans:
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