(Foto: Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil)
Por Denise Assis, colunista do Cafezinho
Desde que Michel tomou a cadeira presidencial para si, que algo em seu gestual me incomoda profundamente. O seu movimento de mãos passa um descompasso com o discurso. Elas têm um ritmo que não condizem com as palavras. Elas não acompanham o que ele fala. Não consigo prestar atenção aos seus pronunciamentos, pois os meus olhos ficam fixos em suas mãos, para entender aquele torce e retorce. Confesso que dentro de mim vai crescendo uma irritação, não só pelo despropósito da sua situação (acusações graves que não constam sobre a sua antecessora, a proibição de se candidatar a cargos públicos por oito anos??? E uma equipe que mais parece o bonde do tigrão).
De tanto prestar atenção às suas mãos, fui detectando detalhes. Michel balança o indicador tanto à direita quanto à esquerda, num brandir de dedos que lembra um “flanelinha” orientando o cliente na hora de estacionar. Ao mesmo tempo, o gesto é autoritário, como um adulto dando bronca em criança que fez arte. Quando recolhe o indicador, ele passa a gesticular como uma Carmem Miranda contida. Juro que chego a cantarolar baixinho: “ela diz que tem, que tem, que tem”…
Daí ele vai para a sua pior performance. É quando começa a tirar das mãos uma luva imaginária. Aquele desnudar de nada, o faz muito próximo do personagem infantil “meu malvado favorito”, antes de cometer a próxima maldade.
Neste ponto, fixo os meus olhos com mais atenção ainda e percebo: ahmmm. Ele tenta aprisionar as mãos para disfarçar o visível tremor que as câmeras captam e ele não quer que vejamos. Mas eu vi Michel. A cada fala sua a tremedeira ataca. Mas, convenhamos, você deveria ficar mais calmo. Afinal, está falando só para 4% da população, o que não deveria mexer tanto com os seus nervos.
De tanto prestar atenção ao seu gestual estranho, fui percebendo que a tremedeira aumenta, na mesma proporção que sua popularidade cai. Cuide-se, Michel. Dizem que Yoga é um santo remédio.