(Em 2015 e 2016, a justiça não proibía ninguém de fazer manifestação em favor do impeachment. Agora não pode mais)
Se o 1º de maio prometia ser morno, pelo motivo natural de que a maior parte dos militantes ainda estarão descansando após os esforços para organizar a greve geral da última sexta-feira, a tentativa do Judiciário de proibir, num gesto ditatorial, uma manifestação democrática na avenida Paulista (tanto mais importante por ocorrer num momento tão dramático da nossa vida política), deverá reaquecer o coração de milhões de brasileiros, deixando-os novamente prontos para protestarem no dia internacional do trabalho.
O partido da justiça, ao fazer isso, entrou em contradição consigo mesmo. A alegação do juiz é que a avenida deve ser usada apenas para lazer. Ora, há alguns anos, as mesmas forças tentaram impedir que a Paulista fosse fechada para “lazer”, aos domingos.
O pedido para proibir manifestação aos domingos, na Paulista, partiu do atual prefeito, João Dória.
As autoridades parecem ter perdido qualquer controle sobre sua alma atrabiliária e discrionária.