(Greve. Augusto de Campos, 1962.)
Por Pedro Breier, colunista do Cafezinho
“Para a próxima revolução basta um gesto: cruzar os braços”.
Li esta frase em algum lugar há alguns anos. Não sei quem a cunhou, mas sei que ela é tanto utópica quanto real.
Se todos os trabalhadores do mundo acordassem com aquela vontade louca de fazer a revolução, bastaria uma grande cruzada de braços mundial e uníssona.
A economia global tremeria. Os donos do capital fariam reuniões às pressas para, apavorados, decidirem o que fazer diante do levante do proletariado.
Hoje, no Brasil, teremos um gostinho do que poderia ser esse dia. O dia 28/04/2017 já é histórico. O país vai parar.
Eu não sei qual seria o melhor sistema econômico para a humanidade. Mas tenho certeza de que o que está aí, com 1% da população concentrando a mesma riqueza que os outros 99%, está longe, muito longe, do minimamente aceitável.
Somos uma legião de trabalhadoras e trabalhadores sustentado o luxo de um punhado de nababos.
Hoje é o dia de mostrarmos que, se quisermos, as coisas mudam. Radicalmente.
Hoje é dia de simplesmente não trabalhar. Não precisa ir a ato nenhum, protestar, nada.
Para mostrar a nossa força basta apenas… ficar de boa. Fazendo o que se quiser. Esquecer um pouco a rotina massacrante e aproveitar a vida, que afinal, pode ser tão legal, não é?
Boa greve e grave bem as belas e precisas palavras de Márcio Sotelo Felippe:
A greve é o único instrumento de luta do trabalhador.
As classes dominantes detém a coerção, o aparelho do Estado, a imprensa, o poder econômico.
Os trabalhadores, diante de todo esse poder, só tem uma arma: braços cruzados. Diante de braços cruzados toda força deles desvanece.
Começa sexta-feira de verdade a resistência. Nela está em jogo a sobrevivência digna que podemos ter, assim como a da geração de nossos filhos.
A escolha é entre viver de joelhos ou lutar.