A fascistização da sociedade brasileira está expressa no gráfico acima. Não fosse o voto feminino, Jair Bolsonaro estaria em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto para 2018, em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país.
Como, felizmente, existem mulheres, e elas votam, Jair Bolsonaro figura em terceiro lugar no ranking geral.
Esse é um fator preocupante, porque, em outras eleições, eu identifiquei que o voto masculino costuma apontar a tendência do voto geral. Não é porque a mulher irá, submissamente, seguir o voto do homem, mas porque as mulheres tem menos hábito de discutir política, mas quando o fazem, a tendência é seguir o voto de seu entorno familiar, que é regido sobretudo por fatores como instrução e classe social. E esses dois últimos fatores é que influenciam o voto do homem, de maneira que a mulher, quando decidir o seu voto, tenderá pelo mesmo candidato já preferido, pelas mesmas razões políticas, pelo homem.
Jair Bolsonaro lidera, disparado, na faixa etária que vai dos 16 aos 24 anos, o que revela um fenômeno curioso em curso no Brasil, que é a radicalização à direita da juventude.
Ambos os cenários, todavia, o voto masculino e jovem, apontam para possível crescimento de Bolsonaro, naturalmente avançando, em primeiro lugar, sobre o eleitorado conservador, ou seja, tirando votos do PSDB.
Outro fator que chama a atenção é a radicalização, da mesma forma, das classes mais educadas: Jair Bolsonaro supera Aécio e empata com Lula entre o eleitorado com ensino superior.