A verdade é que nunca testemunhamos um governo tão delinquente, uma mídia tão cínica, e um judiciário tão conivente e covarde!
Leiam a matéria abaixo, publicada no Estadão (sem direito a um mísero editorial crítico).
Carmen Lucia, presidentA do STF, que autorizou a propaganda criminosa de Temer em favor da reforma da previdência, o que tem a dizer sobre isso?
Temer vai dar dinheiro público federal apenas para “locutores e apresentadores populares, especialmente no Nordeste, [que] expliquem as mudanças sob um ponto de vista positivo”.
Que democrático, não? Ao invés de praticar convencimento político, o governo vai simplesmente comprar a opinião de deputados e jornalistas, aí incluindo “emissoras de grande audiência”.
Gilmar Mendes acaba de negar a Eike Batista o direito de aguardar o seu julgamento em liberdade, o que é uma medida previsível da Lava Jato. A liberdade só vem com a delação, e apenas se confirmar ou ajudar a confirmar alguma das narrativas da Lava Jato, ou seja, incriminando, direta ou indiretamente, o PT e Lula.
Enquanto isso, o depoimento (devidamente armado com um Ministério Público convertido num sem-vergonha instrumento de delinquência política) de Marcelo Odebrecht vaza “ao vivo” para um blog de extrema-direita, com vistas a atingir a imagem de Lula…
Parodiando Carmen Lucia, poderíamos cunhar a seguinte expressão:
“Antes achávamos que a esperança tinha vencido medo; em seguida, vimos o cinismo vencer a esperança; depois o escárnio venceu o cinismo. E aí a bandidagem do governo golpista e a covardia do STF venceram o escárnio!”
Aquele prêmio da Globo dado a Carmen Lucia, que deveríamos chamar pelo nome correto, propina, realmente surtiu efeito!
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Planalto apela à verba de publicidade para aprovar reforma da Previdência
Os veículos de comunicação que aderirem à campanha a favor do projeto terão direito à publicidade federal
Por Vera Rosa e Tânia Monteiro, no Estado de S.Paulo
10 Abril 2017 | 22h09
BRASÍLIA – A ofensiva do governo para atrair apoio à reforma da Previdência passa agora pela distribuição das verbas federais de publicidade, principalmente em rádios e TVs. A estratégia do Palácio do Planalto para afastar as resistências à reforma é fazer com que locutores e apresentadores populares, especialmente no Nordeste, expliquem as mudanças sob um ponto de vista positivo. Os veículos de comunicação que aderirem à campanha terão direito à publicidade federal.
Com esse roteiro, o Planalto mostra que, além da concessão de cargos e emendas, a propaganda também virou moeda de troca em busca da aprovação da reforma da Previdência. O Orçamento prevê R$ 180 milhões para toda a publicidade do governo em rádio, TV, jornais e internet, sem incluir as campanhas de utilidade pública.
Os responsáveis pela indicação da mídia que receberá a verba são justamente deputados e senadores. De olho na eleição de 2018, os parlamentares sabem que, ao conseguir esses recursos, ganham espaço para aparecer. O combinado é que, com o agrado do governo, votem a favor de mudanças na aposentadoria.
O plano para conquistar emissoras de grande audiência, na tentativa de virar o jogo, foi definido pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Nas palavras de um auxiliar do presidente Michel Temer, a tática “mata dois coelhos com uma só cajadada”. Coube ao líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), receber os pedidos dos parlamentares.