Singer joga o champagne na cara de Doria

(André Singer repete, de maneira mais comedida e cerebral, o gesto de Katia Abreu, que jogou vinho na cara de Serra)

Seção dos leitores da Folha

DORIA

A carta de João Doria publicada ontem confirma o conteúdo de minha coluna publicada anteontem (“Aventura”, “Opinião”, 1º/4). O referido prefeito não tem substância democrática para postular a Presidência da República. A não ser em contexto autoritário.
ANDRÉ SINGER, cientista político (São Paulo, SP)

A forma como Doria se dirigiu a Singer só foi publicada porque se trata do prefeito. Leitores comuns não teriam cartas como essa publicadas. Começou bem o novo projeto editorial.
LUIZ GORNSTEIN (São Paulo, SP)

O prefeito João Doria deveria convidar todos os políticos de nosso país para palestras sobre gestão profissional, planejamento e responsabilidade com dinheiro público. Poderia, inclusive, estimulá-los a irem às ruas para conhecer e conversar com a população.
CARLOS GASPAR (São Paulo, SP)

Uma crítica política deve ser respondida com argumentos políticos. Se o prefeito não possui essa capacidade, que se mantenha calado, sob pena de destruir todo o esforço de seus marqueteiros em erguer a imagem de um homem capaz e confiável.
MARTHA TANIZAKI (São Paulo, SP)

***

A resposta de Singer destina-se a carta de Dória publicada na véspera, uma xorumela que parecia escrita por um garoto de 17 anos recém-ingresso no MBL. Que era assim:

Abaixo, trechos do artigo de Singer que enfureceu Doria:

Candidatura de Doria é uma aventura desesperada

A ascensão de João Doria no PSDB é sinal do desespero que tomou conta dos partidos tradicionais. Diante da aniquilação que a Lava Jato vem produzindo, surge todo tipo de ideias bizarras, sonhos pueris e ambições midiáticas. A destruição partidária pode levar o Brasil a cronificar a instabilidade deflagrada com o impeachment de Dilma Rousseff.

Ao atual prefeito de São Paulo falta o componente essencial para postular o cargo. Não se trata de experiência na administração pública -afinal Fernando Henrique Cardoso e Lula também prescindiam de currículo na área quando assumiram o posto mais importante do país. Doria carece é de um projeto nacional que esteja ancorado em bases sociais consistentes.

(…) ?Os exemplos de ?de Janio Quadros e Fernando Collor estão aí para nos mostrar.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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