É muito impressionante a dobradinha entre o Ministério Público Federal e a Globo. O MPF é mais uma instituição paga pelo contribuinte brasileiro, mas a serviço de interesses privados, em especial os interesses políticos da Globo.
Dias depois do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) fazer um discurso antológico, no qual denuncia os arbítrios da Lava Jato, não apenas contra si, mas contra o presidente Lula, contra o blogueiro Eduardo Guimarães, e criticar a relação promíscua entre o sistema judicial e a grande mídia brasileira, a Procuradoria Geral da República vaza, para a Globo, dados sigilosos de Renan Calheiros, sobre um saque em espécie feito pelo parlamentar durante sua campanha.
Não há crime em sacar dinheiro e durante uma campanha é óbvio que candidatos movimentem quantidades expressivas de recursos, para pagar as despesas. A Globo não precisa fazer campanha para se elegar. Tampouco o PGR.
O jogo da política nunca foi tão sujo. O mais triste é que uma instituição como o Ministério Público Federal tenha se degradado moralmente a esse ponto, de se tornar subserviente aos interesses políticos da Globo, que não coincidem, de maneira alguma, com os interesses do Brasil.
Espera-se que Renan Calheiros não ceda às ameaças desse consórcio espúrio formado entre PGR e Globo e dê sequência a lei do abuso de autoridade. Aproveite e pense também numa regulamentação da mídia que defenda o interesse nacional contra esse monstro jurídico-midiático que é outra terrível jabuticaba brasileira.
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No Jornal GGN
Globo divulga dados sigilosos da PGR sobre políticos
TER, 28/03/2017 – 10:38
ATUALIZADO EM 28/03/2017 – 10:38
Jornal GGN – Um relatório nos autos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) vazou à imprensa. Produzido pela Procuradoria-Geral da República, o documento investiga dois saques em dinheiro feitos pelo parlamentar em períodos de campanhas eleitorais.
Um deles foi realizado em dezembro de 2012 e o outro em dezembro de 2014. Juntos, totalizam R$ 300 mil. O documento foi obtido pelo portal G1 e pela TV Globo e integra uma das ações que tramitam em sigilo contra o peemedebista na Suprema Corte.
Foi a PGR que recebeu a suspeita sobre os saques, ainda sem indícios ou levantamentos de que fazem parte de algum ato ilícito, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) alertar os investigadores.
Em uma das operações, Renan sacou R$ 200 mil em uma agência do Banco do Brasil, em Maceió. Em outra, retirou na boca do caixa do banco, em Brasília, mais R$ 100 mil.
O documento foi anexo à investigação que apura se o senador e o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) receberam propina, por meio de doações eleitorais devidamente declaradas, para usar de jogo de influências na contratação da empresa Serveng Civilsan em uma das licitações da Petrobras.
Até o momento, a PGR, apesar de levantar suspeita sobre a transação, apenas conseguiu especificar que a conta da qual foi sacado o dinheiro era de titularidade do próprio parlamentar. Uma das operações, inclusive, foi uma transferência da Agropecuária Alagoas Ltda, empresa de propriedade de Renan, para a sua conta corrente.
Em nota oficial, o senador disse que suas contas são devidamente auditadas desde 2007, que nenhuma irregularidade foi encontrada até hoje e criticou os vazamentos que tentam “dar ar de denúncia” a saques legais de suas contas pessoais.
“Nunca foi encontrada qualquer irregularidade, simplesmente porque não há nenhum centavo em minhas contas que não tenha origem lícita”, disse em nota. “Crime são esses vazamentos seletivos de dados sigilosos, que tentam dar ar de denúncia até mesmo para saques legais em minhas contas pessoais”, completou.