(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Folha
A coluna publicada em 19 de março esteve no centro de polêmica entre atores do jogo político brasileiro.
Escrevi que a cobertura dos principais órgãos de comunicação sobre os pedidos de abertura de inquérito baseados nas delações premiadas de executivos e ex-executivos da construtora Odebrecht trazia versões inacreditavelmente harmoniosas umas com as outras.
Das dezenas de envolvidos na investigação, vazaram para os jornalistas nesse primeiro momento os mesmos 16 nomes de políticos, sem que se saiba o critério utilizado.
Apurei que as informações foram obtidas em encontro de jornalistas e representantes da Procuradoria-Geral da República, sob condição de off, quando a fonte da reportagem não é identificada no texto.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, disse que a afirmação é uma “mentira”. O ministro do STF Gilmar Mendes ?(veja como o Janio de Freitas o desnudou de forma literal – PHA? ?) ?aproveitou para acusar a PGR? ? de “chantagem” ao vazar informações sob sigilo. Janot reagiu falando em “disenteria verbal”? (tema de palpitante TV Afiada – PHA)?.
Reafirmo, como já fiz durante a semana, as informações aqui publicadas, confirmadas por mais de três fontes independentes, como requer a boa prática jornalística.
A ombudsman é profissional com atuação independente e isolada da Redação da Folha. Se a informação chegou até mim, cabia apurar, verificar e publicar. Foi o que fiz, em nome da transparência e da defesa do bom jornalismo que o leitor merece.
Há crises que são saudáveis por gerar a necessidade de revisão de procedimentos e comportamentos. A operação Lava Jato se coaduna com esse espírito em muitos dos seus principais movimentos. O turbilhão que involuntariamente provoquei também tem esse potencial.
Os defensores da independência, da transparência e da acuidade da informação têm aqui uma aliada, onde os obscurantistas por certo verão uma adversária.