A manchete parece sensacionalista, mas não é.
Ela é dolorosamente verdadeira.
A Lava Jato definiu que durante três anos, ou seja, durante quase todo o mandato de Donald Trump, que aparelhou seu governo com altos executivos de empreiteiras, petroleiras e lobistas da indústria militar, um americano do Departamento de Justiça (DoJ) do governo Trump, será responsável por “monitorar” os trabalhos da Odebrecht.
O DoJ é o equivalente do nosso ministério da Justiça, ou seja, responde diretamente à Casa Branca…
É permeável, portanto, aos interesses do setor privado americano. O Ministério Público brasileiro, ao que parece, também…
Nunca se viu um país entregar tão fácil as suas maiores empresas ao imperialismo.
A Lava Jato pode entrar para o Guiness: como destruir um país e entregá-lo em mãos estrangeiras em menos de três anos.
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Do Estadão
Os dois monitores escolhidos para vigiar o grupo Odebrecht pelos próximos três anos iniciaram nesta semana os trabalhos de acompanhamento das práticas anticorrupção que vêm sendo adotadas pela empreiteira. Durante quatro dias, entre terça-feira e ontem, o brasileiro Otavio Yazbek e o americano Charles Duross – respectivamente nomeados pelo Ministério Público Federal e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) – se reuniram com executivos de várias áreas do grupo, envolvido na Operação Lava Jato.