Foto: video do Jornalista e Youtuber Leonardo Stoppa
Por Tadeu Porto*, colunista do Cafezinho
Eu acredito que você, meu amigo ou amiga que por ventura está lendo este humilde texto, já tentou imaginar em algum momento como aquela Alemanha do início do século passado se tornou na monstruosidade que todos repudiam atualmente.
Podemos dizer que aquela Alemanha nazista não chegou a uma política que movimentou uma grande massa do nada. Aquele povo foi conquistado por discurso que, entre outras coisas, tinha forte inclinação de ódio, preconceito e uma retórica que vendia soluções para todos os problemas daquele país.
E como a história é cíclica, é natural que observemos essa onda (digamos) conservadora no mundo atual para inferir como algumas posturas se assemelham, e muito, com a política obscura que Hitler comandou na Europa Central. E não dá para esconder, na realidade brasileira, que o neofascismo cresce a passos largos – foi fomentado principalmente por golpistas irresponsáveis que precisavam derrubar uma presidente democraticamente eleita – e pode ser representado pelo então Deputado Federal Jair Bolsonaro.
E hoje, foi oferecido pelo eterno convidado do Super Pop uma nova postura de seu fascismo tupiniquim: uma chamada de ataque em massa a um cidadão brasileiro que apenas exerceu o seu direito de questionar uma figura eleita para lhe representar. Uma óbvia resposta fascista que o mito dos bolsominios não exitou em fazer, a despeito do seu cargo de representante de toda a população brasileira.
Primeiro, pela desproporcionalidade que existe entre uma denuncia de um cidadão comum e um ataque resposta de um Deputado Federal, afinal é óbvio que os figuras públicas necessitam não só de estar disponíveis para responder possíveis questionamentos como também ter a paciência e a educação inerente à Ética republicana. Não é difícil imaginar o caos que o Brasil viraria se cada deputado, vereador, prefeito, senador, governador e afins mandasse uma legião de pessoas atacar as pessoas que, de alguma maneira, critiquem o seu mandato.
Segundo, pois é muito estranho alguém de consciência limpa mandar milhares de seguidores atacar um crítico. Aliás, o nervosismo que Bolsonaro Pai e Filho apresentam no vídeo, podem demonstrar que, de alguma forma, as denúncias do Youtuber Léo Stoppa (não só ele Fernando Brito também escreveu um ótimo texto sobre isso) foram na ferida da família Bolsonaro.
E falo que foi na ferida por uma lógica muito simples: Jair é um político antigo do Brasil, portanto, usou e abusou de um sistema eleitoral que todos estão carecas de saber é sustentado por uma lógica perversa de lobby em doações de campanha. Ademais, o deputado federal foi eleito pelo PP, partido mais denunciado dentro da Lava-Jato e, agora, indiciado no Carne Fraca. Portanto, é mais do que natural ser questionado por casos como esse e não ter postura diante esses fatos levanta, no mínimo, certa confiança.
Por fim, pela maneira agressiva que Bolsonaro se posiciona por si só, numa falta de decoro que não esperamos nem de cachorro, quiçá de parlamentar, e estimula as pessoas que de alguma maneira compactuam com suas políticas a agir pela raiva e pelo ódio, numa postura que não cabe, de maneira alguma, em democracias que pressupõe o debate republicano como pilar estrutural.
Uai… Esse ódio não combina com democracias? Então ele combina com o quê? o.O
Hitler sabe muito bem essa resposta.
*Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense