Todo mundo sabe que a Globo foi o principal sustentáculo da ditadura militar.
Um dos generais que governavam o Brasil, na época, disse que a hora mais feliz de seu dia é quando ligava no Jornal Nacional.
O chapa-branquismo oficialesco da Globo voltou agora com força total, como prova a capa do jornal de hoje.
Eu fui lá no banco de dados do Caged, do Ministério do Trabalho, e fiz uma tabela e um gráfico com o saldo de geração de empregos formais nos meses de fevereiro dos últimos 8 anos.
Reparem bem. Eu volto em seguida.
Quando os saldos de geração de empregos no governo Dilma eram enormes, mais de 200 mil por mês, a Globo omitia essa informação, e batia o bumbo da crise. O fato simplesmente não aparecia nos jornais, ou era abafado por títulos adversativos (Brasil gera empregos, mas…)
E agora, que a geração de empregos em fevereiro foi pífia. Num mês em que foram criadas 1,25 milhão de vagas e destruídas outras 1,21 milhão, num mercado de trabalho que já tem mais de 13 milhões de desempregados, a Globo faz essa festa toda por causa de saldo de 36 mil?
Mesmo aborrecido com o golpe, e mesmo sabendo que qualquer recuperação econômica beneficiará esse governo de usurpadores e bandidos, eu não torço contra a economia brasileira. Eu quero que a economia volte a crescer e a gerar empregos, com ou sem Temer.
O que me chateia é essa tentativa de mascarar a crise. Isso não é jornalismo. O desemprego está muito alto, e o governo precisa tomar medidas emergenciais para gerar empregos. Isso inclui oferecer crédito, reduzir drasticamente os juros, e investir em conteúdo nacional.
Para ser justo, a culpa da crise não é só responsabilidade de Michel Temer. É sobretudo da mídia, principal fiadora da doutrina econômica do caos e choque que nos levou até aqui, e da Lava Jato, que agiu com extrema irresponsabilidade, ao destruir os núcleos mais estratégicos da indústria brasileira de engenharia e construção civil.