(Foto: MARCELO CAMARGO AGÊNCIA BRASIL)
Enquanto o desemprego avança, a imprensa desvia as atenções para denúncias que serão julgadas depois do fim de 2022. Quer dizer, com exceção de Lula, que não tem fóro especial.
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Na BBC Brasil
Nova lista de Janot: seguindo média do STF, julgamentos só viriam no fim de 2022
Por João Fellet – @joaofellet
Da BBC Brasil em Brasília
A Lava Jato deverá gerar o maior julgamento por corrupção da história do Supremo
O pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Federal Tribunal (STF) para investigar políticos citados nas delações da Odebrecht levou a operação Lava Jato a um novo patamar.
Se a maioria dos pedidos for aceita, um grupo de várias dezenas de políticos – que inclui ministros, governadores e congressistas de diversos partidos, além de ex-governantes e ex-parlamentares – terá suas condutas analisadas pela força-tarefa.
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O desfecho do caso, porém, ainda está bem distante – e há temores de que mudanças legislativas ponham em xeque a punição de parte dos crimes cometidos.
Longa duração
“É inevitável algum grau de frustração popular com o tempo (da tramitação da Lava Jato no STF), porque ainda não se percebeu com clareza que o tempo do Judiciário seja tão diferente da ansiedade ou da pauta política do país”, diz à BBC Brasil Rubens Glezer, professor de Direito Constitucional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.
Em 2014, pesquisadores da FGV do Rio de Janeiro analisaram a duração de processos no STF entre 1988 e 2013.
Segundo o estudo, ações que envolviam direito penal – caso de grande parte das denúncias apuradas na Lava Jato – levaram em média 5,5 anos para serem julgadas.
Se seguirem essa média, os julgamentos dos políticos na “nova lista de Janot” que se tornarem réus chegariam a uma conclusão no final de 2022.
Um marco na história do STF, o julgamento do mensalão foi concluído quase nove anos após a abertura dos inquéritos.
Só entre a apresentação das denúncias (quando os investigados se tornam réus) e o início do julgamento se passaram seis anos.
Glezer diz que após o mensalão o Supremo mudou o procedimento para julgar casos semelhantes.
O mensalão foi julgado por todos os ministros do STF, em sessões televisionadas.
Agora julgamentos desse tipo não são transmitidos e ficam a cargo de uma das duas turmas do STF, que contam com cinco ministros cada.
Segundo Glezer, o número menor de ministros e a menor exposição das sessões tendem a acelerar os processos.
Ele afirma que o STF tem tratado a Lava Jato como prioridade.
Prazos
Em março de 2015, o então relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, autorizou a abertura de 25 inquéritos para investigar 50 políticos na Lava Jato. Nessa fase, coletam-se provas contra os suspeitos.
Hoje, cinco desses políticos respondem como réus. A PGR já apresentou outras cinco denúncias e aguarda a posição do Supremo sobre os casos. A última denúncia acolhida, contra o deputado federal Vander Louber (PT-MS), levou um ano e três meses para ser apreciada.
Com a morte de Zavascki, em janeiro, a relatoria do caso passou para o ministro Edson Fachin.
Glezer diz que o intervalo entre a abertura do inquérito e a apresentação da denúncia pode ser longo, mas que isso não é necessariamente um problema. No caso dos novos inquéritos da Lava Jato, ele estima que a fase possa se estender por um ou até dois anos.
“O trabalho tem que ser bem feito para que se ofereça uma denúncia sólida, que seja recebida e leve à condenação dos denunciados. Senão, há o risco de que o Supremo a rejeite”, afirma.
O ritmo da tramitação do processo no STF destoa da velocidade com que a Lava Jato é julgada na primeira instância, onde são analisadas as denúncias contra pessoas sem foro privilegiado.
Em quase três anos de operação, o juiz Sérgio Moro já proferiu mais de cem condenações.
Muitos juristas e até mesmo ministros do Supremo costumam dizer que a corte não tem vocação para julgar casos de grande dimensão e que envolvam crimes complexos.
No Superior Tribunal de Justiça (STJ), a última instância da Justiça brasileira para as causas infraconstitucionais (não relacionadas diretamente à Constituição Federal), em comparação, há mais ministros que no STF (atualmente são 33) e turmas especializadas em temas jurídicos distintos, o que costuma agilizar os casos.
Segundo relatos na imprensa, o STJ deve ficar encarregado de analisar casos de governadores citados nos depoimentos da Odebrecht.
Dúvidas
Apesar da maior lentidão do STF, Glezer afirma que apenas 3% dos casos julgados pelo tribunal prescrevem (quando o prazo para a punição expira e os réus ficam livres de cumprir pena). Ele diz acreditar que a corte cuidará para que isso não ocorra com a Lava Jato, dada a visibilidade do caso.
Outro temor de defensores da operação é que congressistas mudem leis para se livrar de punições.
Vários partidos querem a aprovação de uma lei que anistie casos de caixa dois (quando candidatos recebem recursos não declarados à Justiça Eleitoral) ocorridos no passado, criminalizando apenas casos futuros.
A pressão pela aprovação da lei aumentou após a Odebrecht negociar um acordo de cooperação com a Procuradoria Geral da República para atenuar as penas de executivos condenados na Lava Jato. Muitos políticos temem ter sido delatados com base nas leis atuais.
Há ainda dúvidas sobre como o STF agirá nos casos em que políticos investigados que hoje têm foro privilegiado (governantes, ministros e legisladores) percam esse status, caso não se reelejam ou percam os cargos em trocas de governo.
Segundo Glezer, o Supremo não tem critérios claros para definir quando políticos que perdem o foro privilegiado devem responder em instâncias inferiores.
Na Lava Jato, a corte já adotou posições tidas como conflitantes.
No fim de fevereiro, o tribunal definiu que o ex-presidente José Sarney – que hoje não exerce cargo público e, em tese, não tem foro privilegiado – deveria ter seu caso julgado pelo STF.
Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seu caso enviado à Justiça Federal em Curitiba, na primeira instância, após perder o cargo de ministro com o impeachment de Dilma Rousseff.
Para Glezer, as mudanças de foro podem gerar “uma ciranda processual, que com certeza prejudica o andamento dos casos e eleva o risco de prescrição”.
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Wallem Fellipe
18/03/2017 - 13h29
E isto lá é novidade?
Ani Viana
17/03/2017 - 21h41
Ate la ja acabaram com o Brasil
Aline Novaes
17/03/2017 - 18h29
Até parece que nossa “justissa” é tão rápida assim!!!!!!
Vera Lucia Soares
17/03/2017 - 17h10
#BBC tudo sincronizado.
É o golpe, nada acontecerã com golpistas.
PSDBPMDB DEM , empresas devedoras.
Tudo correndo como eles planejaram.
Inacio Inacio
17/03/2017 - 12h32
Claro que a trama é pra tirar o Lula da disputa de 2018,e deixar os piores ladrões livres e no poder.
Ana Veronica Miyasaka
17/03/2017 - 13h13
Vão deixar caducar também?
Flavia Henrique
17/03/2017 - 09h54
É isso … Uma forma indireta de ferrar com a Lava Jato!!!!!
Amilcar Junior
17/03/2017 - 05h51
Tão canalha quanto os mais canalhas dos tucanos
Parece com um tucano
Fede como um tucano
É um tucano
Ines Andrade
17/03/2017 - 05h27
Sangria estancada coxas
Mariza Souza
17/03/2017 - 03h08
Jabá!! Qt mais gente aparecer mais vão enrolar!!
Theo Ventura
17/03/2017 - 02h27
Agora uma pergunta que não quer calar. Por que SÉRGIO MACHADO e SARNEY que não tem foro, estão lá, junto com os que tem foro, e não podem ser investigados pela LJ? Pertencem a uma nova categoria. Enxerguem de uma vez que o problema é essa nossa In-justiça.
Cleide Silvino Ferreira
17/03/2017 - 02h23
Pode ser em 2050, mas um dia serão julgados. E se já estiverem mortos é só excomungar as gerações vindouras dos crápulas e jogar sal em seus imóveis, como fizeram com Tiradentes.
Theo Ventura
17/03/2017 - 02h28
Conformada você, heim?
Cleide Silvino Ferreira
17/03/2017 - 02h30
Theo Ventura com o STF aparelhado que temos você quer o quê. Milagre? Agora os sem foro vão cair nas mãos do |Moro. Aí o jogo é rápido. E estamos todos conformados, você incçlusive. Aguentamos calados 16 anos de petralhecas.
Paulo Peres
17/03/2017 - 00h47
Palhaçada dukaralho
Laercio Ferreira
16/03/2017 - 20h17
BBC (BOM DE BICO COLETIVOS) BRASIL COLÔNIA , EM 2022 MÉDIA, PÃO COM MANTEGA, QUE SÃO LANCHES DE POBRES , O CAVIAR ,OVAS DE PEIXE E FILÉ MIGNON DA LISTA DE JÁ NOT , A MAIORIA JÁ MORRERAM, , ESTÃO APOSENTADOS PELA SEGURIDADE PRIVADAS, OS PROCESSOS E OS PROCESSADOS JA´NOT CADUCARAM, E ESTARÃO LIVRE COMO PASSARINHOS?? NÓS CONTRIBUINTES (POVO), QUE PAGAMOS OS SALÁRIOS DESTES MARAJÁS DO JUDICIÁRIO , DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA NELES??
Pedro Ladeia
16/03/2017 - 20h12
#Janot prevaricou sobre o crime do tarja preta vulgo Aécio neves.
Beta Varela
16/03/2017 - 19h18
desgraçado
Elaine Maria Santos
16/03/2017 - 18h57
Com processo contra Aécio engavetado por meses até prescrever, esse é Janot anti patriota.
Ana Maria Lima De Oliveira Baia
16/03/2017 - 18h14
Golpistas
Paulo Cesar Dos Santos
16/03/2017 - 17h47
Até lá não há mais Brasil.
Fabio Santos
16/03/2017 - 17h45
Janotou que Janot e tem cara de tucano .
Jacilene Carvalho
16/03/2017 - 17h36
vai perseguir psdb pmdb etc todos delatados
Liane Fronza
16/03/2017 - 17h26
Só no Ano 2022…. É muito tempo… Então vão roubar o país até lá…
Jose Aparecido Gonçalves
16/03/2017 - 17h23
Esse bosta da nojo
Jose Ricardo
16/03/2017 - 17h21
isso é uma vergonha para o stf ,,chamem o joaquim barbosa ,pois vimos no mensalão do pt um processo sendo julgado ajato foi muito bom pro país ,,, agora vem com essa
Andre Massao Noce
17/03/2017 - 01h05
KKKKKKKKKK… Joaquim cometeu tanta gafe… que os amigos pediram para ele se aposentar…
Jose Ricardo
17/03/2017 - 01h09
Andre Massao Noce e será que vão fazer isso com o moro ?
Ana Clara Alves
16/03/2017 - 17h15
Fotografa bem o Grã PGR. Saiu bem nesta foto acima.
Paulo Henrique
16/03/2017 - 17h11
Procurador da injustiça!
Paulo Henrique
16/03/2017 - 17h09
Não adianta um cavalo rápido se a “justiça” for obesa!
Cleide Silvino Ferreira
17/03/2017 - 02h23
E põe obesa nisso.
Wallem Fellipe
18/03/2017 - 13h31
Não precisa dizer mais nada, meu caro. A justiça no Brasil é uma verdadeira lixeira, sem contar que trabalha em prol da ELITE. Esse Brasil é todo fo!@#do… Começou todo errado, sendo a principal colônia de Portugal. Kakaka, vamos rir para não chorarmos.
Mirts Ribeiro Alves Lacerda
16/03/2017 - 17h00
Tudo farinha do mesmo saco! Podres Poderes!
Paulo Sergio
16/03/2017 - 16h57
Tudo uma grande farsa.
Ninguém jamais será julgado.
Alice De Paula
16/03/2017 - 16h44
Não fiquem alegria hospedagem com isso não viu?O LULA não vai escapar e nem o resto da bandidada!
Alice De Paula
16/03/2017 - 16h46
Esse fdp desse krt é petista.Distorce o que a gente tá digitando e estraga tudo .Até tu Brutus?
Hannibal de Sousa
16/03/2017 - 17h11
Não adianta citar Shakespeare quando se é incapaz de escrever corretamente uma única linha. Você é analfabeta. :)
Rose Pequeno
16/03/2017 - 18h00
Andre Massao Noce
17/03/2017 - 01h06
KKKKKKKKK… golpista por aqui de novo… vai continuar a apagar mico até quando…
Artur Fleck
16/03/2017 - 16h36
Toda essa palhaçada dessa lista tem um único objetivo, citar Lula que não tem foro privilegiado. Mesma estratégia que abriu caminho para o golpe.
Artur Fleck
16/03/2017 - 17h40
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/gilmar-mendes-da-jantar-de-aniversario-a-serra-e-discute-reforma-politica-com-delatados/
Wallem Fellipe
18/03/2017 - 13h34
Verdade, pois isto já não é uma CPI parlamentar coisa alguma, mas sim uma briga pessoal. Deixem o pobre do LULA de mão…
Geralda Edina Ladeia Colen
16/03/2017 - 16h34
Parece um senador romano na época da decadência. Roma pegando fogo e ele degustando um cachinho de uvas. Infame!
Marli Alheiros
16/03/2017 - 16h33
Ridículos
Devão Sousa
16/03/2017 - 16h32
Da tempo de derrubar uns vinte aviões…
Rose Pequeno
16/03/2017 - 18h01