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Wanderley Guilherme sobre a conjuntura política: golpistas tentarão mudar regras eleitorais para 2018

(Four Horsemen of the Apocalypse – Death, Famine, War, and Conquest, an 1887 painting by Viktor Vasnetsov.) Na Carta Capital, coluna de Maurício Dias Não basta prender Lula por Mauricio Dias publicado 11/03/2017 00h03, última modificação 10/03/2017 12h22 A angústia reacionária decorre da impossibilidade ontológica de raptar seu gigantesco simbolismo de grande eleitor Tão ruim […]

8 comentários
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(Four Horsemen of the Apocalypse – Death, Famine, War, and Conquest, an 1887 painting by Viktor Vasnetsov.)

Na Carta Capital, coluna de Maurício Dias

Não basta prender Lula

por Mauricio Dias
publicado 11/03/2017 00h03, última modificação 10/03/2017 12h22

A angústia reacionária decorre da impossibilidade ontológica de raptar seu gigantesco simbolismo de grande eleitor

Tão ruim quanto a situação econômica é o cenário político no País. Talvez fique pior, caso o professor Wanderley Guilherme dos Santos esteja certo. Ele tem muito mais acertos do que erros em um currículo marcado, por exemplo, pela pergunta dada ao título de um livro dele, lançado antes do tenebroso março de 1964: Quem dará o golpe no Brasil?

Tremei, crédulos e incrédulos. Não se trata de pessimismo banal e nem da intervenção das Forças Armadas. Wanderley Guilherme sustenta a análise dele neste texto curto, mas substancioso, escrito para atender pedido deste colunista. Segue abaixo.

A cláusula pétrea do acordo entre as instituições e pessoas, promotores da apropriação indébita do governo, é clara: nenhum grupo, ainda que só levemente comprometido com aspirações populares, pode retornar ao condomínio de poder. É a mais radical ruptura da história política brasileira, significando que nem mesmo branda participação, como a do PTB durante o período 1945-1964, será tolerada.

Castrar a potencial candidatura de Lula é café pequeno. A angústia reacionária decorre da impossibilidade ontológica de raptar seu gigantesco simbolismo de grande eleitor. Lula detém fabuloso e invulnerável estoque de votos plurais e o dedo que lhe falta é o da delação, não o da vitória.

Para onde apontar, lá terão milhões de votos. Por isso, a tarefa do conluio reacionário se afunila: as eleições de 2018 não se processarão com as regras previstas. A provisão legal vetando mudanças intempestivas será outro café pequeno para o consórcio que fez o que fez em 2016. A rima é de marcha fúnebre.

Não é menos fácil a situação dos grupos oposicionistas. Atropelados pela cavalgada reacionária no Congresso, não há como impedir, derrotar ou emendar a virulenta, até mesmo vingativa, legislação antissocial em trânsito. Depois do histórico espetáculo da Câmara dos Deputados, em 17 de abril de 2016, a população nem sequer vaia seja lá o que aconteça naquele recinto.

A esperança das ruas trará frustração: todas as manifestações aquém de um furacão ininterrupto terminarão em desânimo. O governo só tem ouvidos para trovões paranaenses. Mas há suspeitas de que, chegando a Brasília, os raios anunciem não mais do que reconfortantes chuviscos de verão sobre o Palácio da Alvorada. Assim, o pelotão oposicionista arrisca terminar em companhia dos ‘paneleiros’, exigindo mais sangue aos fascistoides curitibanos.

Insucessos como o impedimento ilegal de uma presidenta legítima, que não foram evitados pelas ruas, não são por elas revertidos antes que os invasores sejam abandonados por algum dos sócios da empreitada. Resta promover a sabotagem política, a intriga entre larápios, a turbulência localizada.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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enganado

14/03/2017 - 11h57

Já mudaram a regra há muito tempo! Na época do GOLPE-2016. Quer ver? ___Incluiram no artigo 142 depois do ponto final as seguintes palavras____: “”””SENTIDO!!!! DIREITA VOU VER!””””. Me desmintam.

Rachel Reis de Araújo

13/03/2017 - 23h33

”promover a sabotagem política, a intriga entre larápios, a turbulência localizada.” é o meu mais forte desejo. Que comam o fígado uns aos outros.

WG

13/03/2017 - 21h17

É por aí mesmo. Não destruíram um país para entregá-lo, em seguida, a um homem que busca a justiça social. Mas eu gostaria que fizessem a seguinte conta: de que forma a plutocracia aumentará seu poder, se terá um PIB menor para assaltar ? Será que é possível esmagar ainda mais a população, sem provocar uma ruptura do tecido social ?

juares machado

13/03/2017 - 19h04

É evidente que depois de todo o trabalho articulado os golpista não vão querer “morrer na praia”, eles tem o congresso e STF nas mãos, não deixarão a oposição sair vitoriosa em 2018, darão um jeito de mudar o jogo com certeza.

LUIZ TAVE

13/03/2017 - 18h20

BRAVO JACOB ! NAO PODEMOS DAR MAIS ESPAÇOS PORA ESSA FACÇAO , QUE ROUBARAM 54 MILHOES DE PESSOAS DE BEM ! JUIZ FANTASIADO DE CARNEIRO COMETENDO CRIME CONTRA UMA NAÇAO QUE LEVOU DECADAS , PARA CONSTRUIR UM PILAR ! ACOBERTADO POR UM TRF , QUE DIZ QUE A LAVA JATO, ESTA` ACIMA DA CONSTITUIÇAO ! A UNICA COISA QUE OS BRASILEIROS ESTAO VENDO ACIMA DE ALGUMA COISA , e` CHIFRE NA CABEÇA DE VACA E DE VIADO CHEIRADOR QUE QUER SER PRESIDENTE DO BRASIL , SEM NENHUMA CONDIÇAO ETICA , BLINDADO POR SABOTADORES DE UMA LIGA VENENOSA QUE ESTA` ENTREGANDO O BRASIL POS ASSALTO !

José Ricardo Romero

13/03/2017 - 16h29

Fogo morro acima, enxurrada morro abaixo (o complemento deste versinho me recuso a dar), ninguém segura, já dizia Stanislaw Pontepreta. Pois bem: paralização da mobilidade urbana (ônibus e metrô), paralização do transporte de alimentos aos centros distribuidores, supermercados e feiras com os meios de transporte parados e impedindo a mobilidade nas estradas, fim do fornecimento de combustíveis inclusive gás de cozinha, colapso do fornecimento de energia elétrica com consequente paralização das informações, não recolhimento do lixo e outras paralizações de serviços essenciais. Nem precisa tudo isso acontecer ao mesmo tempo mas é preciso deixar claro que todas estas desgraças têm por objetivo exterminar os golpistas e suas hostes de aproveitadores (inclusive todo o poder judiciário e seus anexos)) e realocar o poder das mãos das “elites” para aqueles a quem de direito constitucional: o povo. Como o Brasil não tem jeito?

Manoel Jacob dos Santos

13/03/2017 - 16h28

Acredito que 2018 será o ano da decisão. O povo decidirá se que ser escravo da elite podre e golpista que ai está, ou se quer viver uma democracia plural. Não adianta ficar postando mensagem nas redes sociais, ou outro veículo de comunicação, se não sair as ruas e gritar somos livres, o Brasil é livre. chega de ficar esperando esses deputados e senadores, tomar providências, até porque eles estão em conluio. É hora do povo mostrar sua força, seu grito pela liberdade, se não for assim jamais seremos livres.

beto verdade

13/03/2017 - 16h13

Meu deus! Quando isso vai para

a)Juiz aparecendo em foto rindo com políticos deletados na lava jato

b)Ministro acusado pelos delatores da lava jato articulando a reforma da previdência

c)A rede globo tentando de forma descarada tornar temer inocente

d)A mídia mandando no presidente

e)Ministro do STF querendo anistia para caixa 2

Deus ilumina o povo brasileiro para ele ir as ruas salvar o Brasil

#Diretas já


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