(Foto: Cartier Bresson)
Por Tadeu Porto, colunista do Cafezinho
Em determinado momento do programa cafeína dessa manhã, Leonardo Stoppa destacou, sem meias palavras ou cerimônias, que o povo brasileiro precisa acreditar em algo, e que esse “algo” seria o presidente Lula.
O Brasil está cada vez mais passando por um momento “à toa na vida” como em A Banda, aquele clássico de Chico Buraque. O caos institucional brasileiro, atualmente, gera o descrédito e distanciamento das pessoas da política, deixando um espaço que é cada vez mais ocupados por oportunistas e golpistas. Esse povo precisa de um propósito para se reconhecer num ato comum e caminhar junto, e ver a banda passar cantando coisas de amor parece ser uma ótima pedida! Bem melhor do que ficar em seu canto, cada qual por si só, cantarolando suas dores.
Tá certo, citei o Chico, falei do Lula… Mas que um tem a ver com o outro (fora aquela pelada que jogam juntos no MST)? Bom, vamos imaginar que o Brasil precisa, hoje, de uma pessoa para fazer o papel da Banda? Quem seria o melhor indicado?
Pensou em alguém? Deu Lula, né?
Claro, o eterno presidente pode até não ser unanimidade e eventualmente outros nomes devem aparecer para puxar outros blocos, mas se o Lulinha paz e amor não estiver pelo menos no Top 3 das análises, até mesmo as mais conservadoras, deixo meu FIFA 17 de lado e não jogo mais esse ano (promessa difícil, acreditem em mim).
Lula é, atualmente, a figura política que melhor representa o povo brasileiro e sua ascensão social dos últimos tempos e, por isso, ele apanha tanto do projeto golpista que protege a elite política e econômica do Brasil.
Olha, não foi propósito do nosso debate pós-carnaval vender o Lula como o Messias e muito menos é o objetivo desse texto. O país tem um problema crônico de desigualdade que, infelizmente, só se resolverá passando por diversas gerações e, talvez, nem mesmo quem nasceu em 2016 – ano do Golpe – deverá conseguir desfrutar. Portanto, só uma verdadeira revolução construída e mantida com muito trabalho pode retirar o país da elite mais vira-lata do planeta e colocar nas mãos do povo.
Mas o tempo joga muito contra todos nós hoje e não pensar em reações imediatas é abandonar um país a deriva que pode chegar num abismo cujas consequências tem tudo para serem irreparáveis.
Por isso, há de se ponderar um contra ataque às políticas golpistas que, entre outras atrocidades, querem “reformar” o país tirando o pouco que o povo ganhou nos últimos anos. E, me desculpem pela segurança exacerbada (que confesso, até beira a prepotência apesar de não ser essa a intenção) não há outro nome para o papel de antítese ao Golpe do que Lula.
A população brasileira pode até não saber disso ainda, mas o adversário dela nesse jogo da vida, a aristocracia brasileira que mantém privilégios com a sua exploração, sabe isso de cor e salteado. Não é coincidência, assim, que logo após as pesquisas do Datafolha e CNT/MDA apontarem o favoritismo de Lula, uma onda de ataques infundados a absurdos – a capa com da IstoÉ com um sociopata acusando o metalúrgico é o grande exemplo disso – tentaram atingir o presidente de honra do PT para tentar desgastar sua imagem.
No dia a dia dos brasileiros e brasileiras, mesmo que de forma indireta, Luis Inácio está mais presente do que esses oligopólios de mercado e suas publicidades vazias. Como lembrou o jornalista Wellignton Calasans “Lula é emprego e Moro é desemprego”, afinal o crescimento econômico e o pleno emprego dos últimos anos, com uma política nacional desenvolvimentista focada no capital produtivo nacional, se contrasta diretamente com a irresponsabilidade do juiz Sérgio Moro, produto da Globo, comandante de uma força tarefa que inviabilizou as maiores empresas do país abrindo espaço, inclusive, para a abertura do Pré-Sal e o fim do conteúdo local.
Todos tem dúvidas sobre futuro do Brasil: Temer cai? Parlamentarismo chega? Que horas o PSDB vai trair o PMDB?? A conjuntura é por demais complexa e não tenho nem coragem de arriscar nas respostas. Contudo, a solução para o problema brasileiro, hoje, eu respondo de olhos fechados:
Põe o Lula lá.
Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense. Sigam-o no Facebook!:)