O post abaixo, do colega Paulo Henrique Amorim, é uma obra-prima de ironia, humor negro e sarcasmo à la brasileira.
Talvez seja a única maneira de enfrentarmos um momento tão triste.
Desarmados como estamos, sem grande mídia, com os partidos progressistas praticamente sob intervenção midiático-judicial, é a nossa única válvula de escape.
Rir da nossa desgraça.
Mas é uma coisa muito triste.
Com a desnacionalização súbita, atabalhoada, brutal, da nossa indústria siderúrgica, agora fica mais evidente o estrago provocado pela Lava Jato.
Não foi só a indústria de engenharia que foi dizimada.
A tragédia atingiu também a siderurgia nacional.
Como alguém ainda pode defender a Lava Jato?
São essas coisas que nos deixam pobres, porque a desnacionalização do setor siderúrgico nos colocará em mãos de interesses corporativos estrangeiros.
Esses setores usarão seu controle da siderurgia nacional não para desenvolver o nosso país, mas apenas para atender necessidades do mercado internacional, por sua vez dominado pelas grandes potências.
E aumentarão as remessas de lucro. Menos dinheiro no país. Menos impostos. Menos serviços públicos. Menos infra-estrutura.
Essa é a razão pela qual alguns países são pobres, outros ricos. Os pobres são aqueles que agem como o Brasil, que não cuidam de sua soberania.
O Brasil não é pobre por causa da corrupção, como a mídia e seus capangas empregados nas castas jurídicas conseguiram convencer a população desarmada, mas por causa de uma elite entreguista que transformou o país numa espécie de gigantesca prisão política.
As informações repassadas aos brasileiros são totalmente manipuladas, filtradas, distorcidas. Isso aqui é pior do que a Coréia do Norte, porque lá, ao menos, não se disfarça o totalitarismo. Aqui, vende-se uma falsa liberdade, mas a agenda política é inteiramente controlada por um cartel de três ou quatro grandes grupos de mídia.
Os brasileiros não sabem o que está acontecendo. Essa é a verdadeira tragédia.
Para isso serve a Lava Jato. É um grande circo, onde se sacrificam ex-poderosos, cordeiros gordos, doentes e inúteis, em geral idosos, para atender os desejos mais violentos da população.
A mídia & Lava Jato usa esses cordeiros como bodes expiatórios. Eles servem para desviar a atenção da sociedade. É como se dissessem:
Estes são seus inimigos: Cabral, Eike, Padilha, Lula, Temer, Dilma, todos os políticos! Não são os banqueiros e seus cartões de crédito de quase 500% ao ano! Não são os grandes meios de comunicação pressionando juízes e articulando golpes! Não são os operadores do mercado financieiro, que lucram com a destruição de países, como vemos pelo desempenho da bolsa de SP, cujos lucros crescem junto com o desemprego e a queda do PIB. Não são os interesses imperialistas, que agora manipulam a cooperação internacional para atingir a economia de democracias ingênuas, como a do Brasil. Não olhe para esses, todavia. Aprenda a odiar os políticos! Em especial os nacionalistas: esses são os grandes culpados!
E daí a imprensa cínica e corrupta faz exatamente o que temia Joseph: transforma o público em seu igual.
Como bem disse Raduan, vivemos tempos sombrios…
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Siderurgia já é dos gringos. É isso, Moro?
Gringos não investem: eles compram o Interesse Nacional!
publicado 24/02/2017
Ah, que saudades do Antônio Ermírio! (Reprodução: O Globo)
O Globo Overseas Investment BV noticia que a Votorantim vendeu duas fábricas de aços longos – dirigidas ao mercado da construção civil (morto por falta de comprador) e de infra-estrutura (assassinado pelo Imparcial de Curitiba) – para a ArcelorMittal e deixa a área do aço.
Segundo o Globo Overseas e sua repórter Danielle Nogueira, trata-se de “mais um movimento de consolidação (sic) do setor siderúrgico”.
“Desnacionalização” agora se chama “consolidação”.
Quá, quá, quá!
Num passado remoto, antes da ascensão fulminante do neolibelismo, a Votorantim foi um conglomerado industrial de que os brasileiros se orgulhavam – ah!, que saudades do Antônio Ermírio de Moraes!
Com o desastre Golpista, se viu obrigada a vender unidades no Estado do Rio e em Mato Grosso do Sul.
Com isso, a empresa indiana com sede na Bélgica, a ArcelorMittal se torna O MAIOR GRUPO SIDERURGICO DO BRASIL!
(Ah, onde estás, Mal. Lott, que não respondes? Quem vai produzir os nossos tanques, Marechal?)
Nessa semana, informa o Globo Overseas, a alemã ThyssenKrupp vendeu a CSA para a ítalo-argentina Ternium.
Portanto, um setor industrial de base, estratégico, fundamental para a industrialização do Brasil deixa de ter brasileiros no comando!
O Dr. Getúlio negociou a entrada do Brasil na II Guerra com o Franklin Roosevelt em troca da construção de uma siderúrgica em Volta Redonda, a CSN!
Quando o Brasil defendia o Interesse Nacional!
Agora, defende o Interesse Nacional… dos gringos!
Um colosso!
Não é isso, Dona Maria Silvia, neolibelista do antigo BNDES, outra criação do Dr. Getúlio?
Com o BNDES fechado para empresas estratégicas nacionais – como as de engenharia pesada – vai ser um vendaval!
O parque industrial brasileiro cairá, peça por peça, na mãos dos gringos!
Até o conteúdo nacional ser zero.
E depois a Cegonhóloga vai dizer que o Investimento Estrangeiro Direto é um colosso!
E o IED aumenta porque os estrangeiros confiam cegamente nela e subsidiariamente nos açougueiros do neolibelismo.
Como diz o competente José Paulo Kupfer no Globo Overseas (por que não o vejo mais no Estadão?):
– Não se tem notícia de nenhum investimento estrangeiro direto do tipo “greenfield”, ou seja inversão em novos negócios, ampliação/modernização da capacidade de produção ou oferta de serviços.
Como se lê em “a tragédia Malanfranco está de volta!”, os gringos compram mercado.
Além de comprar terras, como o Mapitobá.
Compram o Interesse Nacional, como diz o amigo navegante nacionalista!
Viva o Brazil!
Ou a Lava Jato não foi feita para isso?
Quebrar o Brasil com S!
(E, de passagem, impedir que o Lula seja presidente em 2018 e tome o Brasil de volta para os brasileiros!)
PHA