(Foto: Reuters)
O Instituto Ipsos fez uma pesquisa junto aos “principais formadores de opinião” da América Latina.
As respostas foram recolhidas de novembro a final de janeiro.
O conceito de “principais formadores de opinião” não poderia ser mais old school, brega, ultrapassado.
Em bom português, deveríamos nomear a pesquisa como ranking do PIG latino-americano.
O IPSOS é uma espécie de think tank da direita latino-americana. Em 2016, serviu maravilhosamente ao impeachment divulgando freneticamente pesquisas mostrando “apoio” da população à saída da presidenta.
O instituto perguntou aos representantes do PIG da América Latina sua opinião sobre os chefes de Estado de cada região.
É tudo um tanto previsível. Os “formadores de opinião” costumam amar presidentes conservadores e odiar progressistas. Mas há uma característica curiosa: o PIG às vezes até gosta de um presidente progressista, mas NÃO NO MEU PAÍS!
Isso fica bem claro com a presidente Bachelet. Ela é muito bem avaliada por “formadores de opinião” de todos os países da América Latina, MENOS do Chile. Em seu próprio país, ela é desprezada.
A parte engraçada, porém, da pesquisa fica por conta dos números de Michel Temer.
Nem o PIG latino-americano, um bastião da direita neoliberal e conservadora, o respeita.
É incrível, mas Michel Temer consegue ser pior avaliado, pela direita midiática do continente, do que Raul Castro, o presidente comunista de Cuba…
Raul Castro é aprovado por 31% dos entrevistados, e desaprovado por 64% deles.
Michel Temer tem aprovação de 30% e desaprovação de 65%. Está muito atrás inclusive de Evo Morales, um dos presidentes mais detestados pela direita do continente, em virtude de ser um dos mais intrépidos e bem sucedidos. Evo Morales tem 41% de aprovação e 56% de desaprovação.