(O Ministério da Saúde adverte: esta (péssima) charge está vencida. Será que sai uma sobre o “cursinho empresarial”? Charge: Jota)
Por Pedro Breier, colunista do Cafezinho
Era previsível.
Depois da divulgação da pesquisa para as eleições de 2018 em que Lula lidera em todos os cenários, tanto no primeiro quanto no segundo turno, fatalmente viriam as manchetes contra Lula na mídia corporativa para tentar mitigar os seus efeitos.
Salta aos olhos, desta vez, um certo desespero da imprensa conservadora. É um ataque mais sem fundamento que o outro. A munição restante contra Lula não passa de bala de festim.
A Istoé chutou o balde e colocou um lunático na capa dizendo que transportou uma mala de dinheiro que tinha como destinatário Lula. Como sempre, não há prova nenhuma de qualquer coisa.
E a credibilidade da “testemunha bomba” é a mesma de uma nota de três reais, conforme demonstrou cabalmente o Fernando Brito aqui e aqui.
A Folha, aparentemente tentando superar o ridículo do triplex e do sítio, inaugurou os vazamentos seletivos da delação da Odebrecht pescando um curso empresarial pago pela empreiteira a um dos filhos de Lula. Surreal.
O mais recente contra-ataque da mídia aos resultados da pesquisa eleitoral é um relatório de um delegado da PF dizendo que Lula, Dilma e Mercadante “tramaram contra a Lava Jato”, como consta na manchete folhetinesca do Estadão, que foi o primeiro a dar a notícia.
Ou seja, uma “notícia” requentada e bem na semana em que o ministro do STF Celso de Mello afirmou, na decisão sobre a nomeação de Moreira Franco, que “a investidura de qualquer pessoa no cargo de Ministro de Estado não representa obstáculo algum a atos de persecução penal que contra ela venham eventualmente a ser promovidos perante o seu juiz natural, que, por efeito do que determina a própria Constituição (CF, art. 102, I, alínea “c”), é o Supremo Tribunal Federal”.
Até as pedras sabem que o próximo passo do golpe é tirar Lula da eleição, porque se ele concorrer é franco favorito.
Mas o tempo corre contra o consórcio golpista.
Os ataques brutais do governo Temer aos trabalhadores, aos estudantes e aos pobres faz com que a lembrança do governo Lula fique cada vez mais viva na memória das pessoas.
Com as acusações ficando cada vez mais ridículas, os que ainda não foram cegados pelo ódio – e estes são a maioria – tendem a aderir em cada vez maior número à narrativa de que toda a perseguição jurídica a Lula é, na verdade, perseguição política.
Lula precisa ser condenado em segunda instância para ficar inelegível, o que complica ainda mais as coisas para os que não são muito chegados no processo democrático.
O golpe tem pressa.
Run, Moro, Run.