(Paulo Hartung. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)
Por Pedro Breier, colunista do Cafezinho
A definição perfeita do neoliberalismo foi cunhada por Ciro Gomes, no famoso debate – massacre, para sermos mais precisos – com o sumido Rodrigo Constantino (melhores momentos aqui): uma maluquice ideológica vendida como ciência.
E a prova disso nos foi fornecida pelo governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, do PMDB.
Ele segue à risca a cartilha neoliberal da austeridade e vinha sendo elogiado efusivamente por isso pelos suspeitos de sempre. Há pouquíssimo tempo o Espírito Santo era um exemplo de responsabilidade fiscal a ser exportado para os outros estados.
Pois o estado que deveria estar sendo administrado por ele encontra-se imerso em uma espécie de guerra civil desde que a PM entrou em greve, há 7 dias.
Os policiais estão há 7 anos sem aumento real e há 4 anos sem nem mesmo a reposição da inflação, segundo a Associação dos Oficiais Militares do ES. O Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo contabiliza 121 mortos desde o início da paralisação. As lojas estão fechadas e as pessoas estão trancadas em sua casas. Muitas estocando alimentos.
Diante de tamanho estado de calamidade, o governador deu uma inacreditável declaração dizendo que só aumentando o ICMS para conceder aumento aos policiais, e isso ele não vai fazer.
É isso mesmo que você leu: os cidadãos do Espírito Santo estão presos em suas casas, estocando comida, os mortos já ultrapassam uma centena e o governador poderia resolver o problema simplesmente aumentando a alíquota do ICMS e concedendo o mais do que justo aumento aos policiais.
Mas isso ele não vai fazer, afinal, o mantra insano neoliberal diz que não se pode aumentar impostos jamais.
Aumentar o ICMS ou deixar o caos se instalar?
A escolha parece óbvia, mas o que importa é seguir a cartilha da austeridade (fracassada em todo lugar que é aplicada, diga-se de passagem).
O mundo pode explodir, mas não vamos aumentar impostos!
É uma maluquice ideológica assassina.