(A dupla. Foto: R7)
Por Pedro Breier, colunista do Cafezinho
João Doria convidou o ex-piloto de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi para ser o garoto propaganda do aumento do limite de velocidade (ou seja, das mortes) nas marginais paulistanas.
Em ótima matéria na Rede Brasil Atual, Helena Sthephanowitz apurou que Fittipaldi é embaixador em um programa da Federação Internacional de Automobilismo, que incentiva a segurança no trânsito através da redução da velocidade em grandes cidades. Apenas uma ‘pequena’ contradição, mas é claro que a bizarrice não para por aí.
Fittipaldi deve mais de R$ 50 mil de IPTU para a prefeitura de SP. Esta é só uma de suas dívidas, as quais atingiam o módico valor de R$ 25 milhões em abril de 2016, segundo o próprio Fittipaldi.
Até aí, nada de mais.
O problema é que Doria e Fittipaldi parecem ter uma relação que transcende a de prefeito sem noção/garoto propaganda contraditório.
Doria entrevistou Fittipaldi ao menos duas vezes em seus programas de TV, “Face a Face” e “Show Business” (nome em inglês é muito sofisticado, não é?).
Em 2010, a Caras registrou a presença de Fittipaldi em uma “Uma soirée de ouro em Cartagena”, organizada por Doria.
E para não deixar dúvidas sobre a proximidade, Doria foi um dos convidados para o casamento de Fittipaldi.
Se já é uma aberração um prefeito – prefeito não, gestor – adotar uma medida que certamente provocará mais mortes e lesões no trânsito (e ainda torrar dinheiro público para fazer propaganda disso), o fato de Fittipaldi ter, além de dívidas milionárias, uma relação pessoal com Doria, transforma o que era “apenas” uma bizarrice assassina em uma ajudinha ao amigo que está passando por um momento de dificuldade. Com dinheiro público, é claro.
A ética mandou lembranças.
Como dizem os paulistanos, Doria Gray é osso.