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Virada à esquerda: Benoit Hamon será o candidato presidencial do PS na França

Por Theo Rodrigues, colunista do Cafezinho   O disputado processo de prévias do Partido Socialista francês acaba de eleger Benoit Hamon como candidato nas eleições presidenciais de abril. Com a participação de cerca de 2 milhões de franceses, o segundo turno das primárias do PS foi realizado neste domingo com a vitória de Hamon com 58% dos […]

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PAR09 Paris France 22 01 2017 - French former Education minister Benoit Hamon delivers a speech after the results of the first round of the party primaries in Paris France 22 January 2017 According to the latest reports Hamond placed first with 36 12 percent of votes The second round will be on 29 January 2017 Seven candidates for France s left-wing parties compete to win the nomination for the 2017 presidential election The primaries organized by the Socialist party will be held on 22 and 29 January Elecciones Francia EFE EPA JEREMY LEMPIN

Por Theo Rodrigues, colunista do Cafezinho

 

O disputado processo de prévias do Partido Socialista francês acaba de eleger Benoit Hamon como candidato nas eleições presidenciais de abril.

Com a participação de cerca de 2 milhões de franceses, o segundo turno das primárias do PS foi realizado neste domingo com a vitória de Hamon com 58% dos votos contra 41% do ex-primeiro ministro, Manuel Valls.

Ex-ministro da educação, Hamon traz ao PS um discurso mais à esquerda: defende a jornada de trabalho de 35 horas e a criação de uma renda mínima universal de 750 Euros para todos os franceses com mais de 18 anos.

Hamon também critica a proposta de primazia do negociado sobre o legislado nas relações trabalhistas. Aliás, diga-se de passagem, esse debate também está na ordem do dia no Brasil.

Nos últimos anos, o eleitorado francês tornou-se extremamente crítico do governo de François Hollande. Culpa da política de austeridade econômica por ele implementada. Sua popularidade baixou tanto que Hollande nem tentará a reeleição.

Agora, com Hamon, abre-se a possibilidade do PS reencontrar o eleitorado de esquerda e centro-esquerda francês que, desde 2012, realinhou-se com a candidatura de Jean-Luc Mélenchon, líder da Front de Gauche.

Hamon é o último candidato a entrar na concorrida disputa presidencial francesa. Da esquerda para a direita, já anunciaram suas candidaturas Mélenchon, do Parti de Gauche, o ambientalista Yannick Jadot, o centrista Emmanuel Macron, o liberal François Fillon, da tradicional centro-direita francesa e a conservadora Marine Le Pen, da Frente Nacional.

Pesquisas de opinião de voto no país indicam que a candidata da extrema-direita, Le Pen, certamente irá ao segundo turno. A briga, portanto, é em saber quem irá com ela.

Entre intelectuais franceses, já se inicia um movimento para que os três candidatos da esquerda, Hamon, Mélenchon e Jadot, construam uma candidatura unificada capaz de superar Le Pen.

A tarefa é difícil, mas não impossível…

Em Portugal, há dois anos atrás, o Partido Socialista conseguiu costurar uma inédita aliança com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português que levou ao poder o primeiro-ministro socialista, Antônio Costa.

Em França também é possível se houver bom senso e abertura para o diálogo de todos os lados.

Pelo bem da Europa, pelo bem da França e, sobretudo, pelo bem dos mais pobres, impedir a vitória do programa de extrema-direita de Le Pen deveria ser a prioridade número um dessas forças políticas que se dizem de esquerda.

Theófilo Rodrigues é sociólogo e cientista político.

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Theo Rodrigues

Theo Rodrigues é sociólogo e cientista político.

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Deram o Brasil

30/01/2017 - 14h37

No Brasil isso nem faz efeito, é só pagar juiz corrupto, jogar notas para uma TV corrupta e fazer golpe.

C.Poivre

30/01/2017 - 12h51

Enquanto isso a nossa nação está órfã e desesperançada. Internamente pela falência total das instituições envolvidas profundamente com um Golpe de Estado anticonstitucional (congresso, stf, pgr e seus entornos). No front externo estamos com nossa soberania, patrimônio e interesses nacionais atacados com fins de pilhagem sob o olhar conivente das forças armadas. E fizeram tudo isso em menos de um ano sem qualquer resistência popular, todos, instituições e população, hipnotizados pelo terror midiático global. Será o fim do nosso país, será que nossos filhos e netos terão que viver sob seus escombros?

https://caviaresquerda.blogspot.com.br/2017/01/a-deterioracao-das-instituicoes.html

A MISSÃO DO MINISTÉRIO DA DEFESA (Do portal=http://www.defesa.gov.br/):

“Coordenar o esforço integrado de defesa, visando contribuir para a garantia da SOBERANIA, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, do PATRIMÔNIO NACIONAL, a SALVAGUARDA DOS INTERESSES NACIONAIS e o incremento da inserção do Brasil no cenário internacional.”

DsavioGF

30/01/2017 - 00h03

“O crescimento do PIB é uma convenção, mas a riqueza não reflete o bem-estar, o nível de desenvolvimento, as desigualdades… A corrida permanente pelo consumo nos leva à catástrofe. O crescimento permanente é um mito. Por ele sacrificamos nossos direitos sociais e nossos recursos naturais.”

Benoit Hamon.

Nilson Moura Messias

29/01/2017 - 23h42

E vamos que vamos. É mais fácil os europeus fecharem uma aliança à esquerda, que os ungidos esquerdistas do Brasil.

Gustavo Gervásio

29/01/2017 - 21h41

Se tem uma extremista do outro lado nada mais justo. Com todos os defeitos, os franceses sabem fazer política.

Nivaldo Candido

29/01/2017 - 21h40

Quem ficou muito contente foi a direita e a extrema direita… os “bobôs” ( borgueses boêmios”) que votaram nas primárias não aprenderam a lição . Como na Grécia onde Tsipras prometeu tudo e agora vê os aposentados na rua na maior miséria ou como o “não podemos” na Espanha . Não sei o que é pior, demagogia de direita ou de extrema esquerda.

Wilson José Targino

29/01/2017 - 21h27

O PS francês é tão inútil quanto o nosso PSB.

    Jorge Joca

    29/01/2017 - 22h50

    Será?? Desde o pós guerra q está na alternância do governo francês

    João Luiz Silva Brandão Costa

    30/01/2017 - 19h20

    Ignorante. Vá se informar! Mas acho que não adianta…Uma observação dessas só vem da boca de um iletrado em história.

Mateus Estevão

29/01/2017 - 21h20

Se tivessem mandado uma Hillary Clinton da vida, teriam perdido. Agora o jogo ta mais nivelado. Vamos ver quem ganha.

Helson Castro

29/01/2017 - 21h03

Que bom!!! Gostei!

Carlos Augusto

29/01/2017 - 21h00

Tá vendo? A esperança está nos radicais, não nesses realpolitik que só querem fazer política com p.


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