(Foto: Divulgação)
Por Pedro Breier, colunista do Cafezinho
Eles se vendem como ótimos gestores (no que contam com a ajuda inestimável do oligopólio midiático), mas a realidade é implacável: mais cedo ou mais tarde a incompetência tucana salta aos olhos até dos desavisados.
Esta matéria de ontem, no site da Folha, discorre sobre como o governo de São Paulo “exportou” o PCC para outros estados. Alguns trechos:
Segundo o Ministério Público de SP, em outubro de 2014, a facção tinha cerca de 10 mil criminosos afiliados, 26% deles fora do Estado. Hoje, quando trava uma guerra com outras quadrilhas para dominar rotas e monopolizar o tráfico de drogas no país, possui cerca de 21,5 mil “batizados”, 64% deles para além da fronteira original.
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O início do processo de migração do PCC, no entanto, foi estimulado irrefletidamente pelo governo paulista que, na tentativa de desarticular o movimento que ganhava força nos presídios do Estado, transferiu em 1998 os seus cabeças para o Paraná, numa operação cercada de discrição. “O efeito foi o contrário”, diz o promotor Lincoln Gakiya, que atua na região oeste do Estado.
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O promotor Gakiya afirma que é difícil julgar hoje a decisão das autoridades da época de transferir os detentos. “Não sei se havia outras alternativas possíveis.”, diz.
O procurador Márcio Christino, que desde 1999 se dedica a combater a facção, pensa de outro modo. Para ele, o Estado deveria ter reprimido a organização internamente, em vez de transferir o problema para outros lugares.
“O pior é que São Paulo nem contou, de fato, quem estava mandando para lá”, afirma. “A medida facilitou a expansão do PCC”.
Vamos apenas ignorar a opinião do promotor que diz que “não sabe” se existia outra alternativa de combate ao PCC além da de mandar seus líderes para outros estados sem avisá-los sobre quem estavam mandando.
O fato é que o PSDB, que governa São Paulo desde 1995, deu o impulso para que o PCC se “nacionalizasse”.
Um espetáculo de gestão.
O detalhe macabro é que a Folha não cita uma mísera vez a sigla PSDB na matéria.
Vou repetir porque é bizarro demais: em uma reportagem sobre como o governo de São Paulo “exportou” o PCC para outros estados a Folha não diz que o PSDB comanda o governo de São Paulo há mais de 20 anos. Mas o exército coxinha não é manipulado não, imagine.
Dar aquela força para o crime organizado se expandir é apenas um dos cases de sucesso dos administradores tucanos.
O que dizer da atuação de Geraldo Alckmin quando começou a faltar água em São Paulo? Simplesmente escondeu o fato durante a campanha de 2014 para não comprometer a sua reeleição, o que agravou o problema.
Já o mais novo astro do ninho tucano não completou nem um mês de governo na prefeitura de São Paulo e já mostra que não vai ficar para trás no quesito incompetência monumental.
João Doria decretou o aumento do limite de velocidade nas marginais, conforme prometido em campanha.
Como é óbvio que aumentarão os acidentes, os machucados e as mortes, o genial gestor vai fixar 4 das 14 ambulâncias recebidas do Ministério da Saúde nas marginais.
É esdrúxulo demais.
“Gestores” desse naipe só sobrevivem às urnas graças à proteção escandalosa que recebem da Globo, Folha, Estadão, Veja, etc.
Só a democratização da mídia salva.