Por Cláudio da Costa Oliveira, colunista do Cafezinho
Após reunião com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) para negociação de acordo coletivo com os funcionários a Petrobras informou que o resultado do encontro “mostra o inicio de uma aproximação entre as demandas do trabalhadores e a situação financeira atual da empresa”.
Em diversas reuniões já ocorridas a Petrobras vem relutando em conceder a correção da inflação integral do período, alegando problemas financeiros.
Já alertei que os representantes dos trabalhadores tem de solicitar explicação da empresa sobre o assunto, considerando que os balanços publicados mostram uma empresa em excelente condição financeira. Além disto, os gastos com pessoal representam menos de 6% da receita da empresa, e a correção pela inflação teria um efeito extremamente insignificante.
Contrastando com o discurso feito para os empregados, em concorrido encontro com jornalistas no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (11/01), o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, informou que a companhia iniciou a semana com um caixa de US$ 22 bilhões o que dá “total tranquilidade” para a empresa cobrir o vencimento de suas dívidas pelos próximos dois anos e meio.
Ele lembrou que o sucesso da captação de US$ 4 bilhões por meio de emissão de bônus no exterior, na segunda-feira, abre espaço para melhoria dos ratings da empresa.
Monteiro observou que a intenção era captar só US$ 2 bilhões, mas a reação positiva à operação possibilitou o aumento para US$ 4 bilhões.
“Nossa posição de caixa é maior que todos os vencimentos (dividas) de 2017 e 2018. Isso antes das operações (emissão de bônus) e antes do recebimento dos (recursos) desinvestimentos feitos em 2016, que entrarão no caixa ao longo deste ano, fora os ativos que ainda serão vendidos. Se a Petrobras não fizer nada nestes dois anos e meio, ela já tem recursos suficientes para cumprir com seu serviço da dívida”
No mesmo encontro, o atual presidente da Petrobras, Pedro Parente, também falou ressaltando que as margens nos preços dos combustíveis tem fortalecido o caixa da empresa. Disse que mesmo não tendo havido aumento no preço da gasolina na última semana, a Petrobras tem mantido as margens “num patamar adequado”
Fica portanto claro que eles mentem para os funcionários quando dizem que tem dificuldades financeiras até para conceder um reajuste pela inflação.
Eles mentem também para os jornalistas e para o povo brasileiro, quando comemoram um caixa de US$ 22 bilhões, como se fosse obra da administração atual.
Comentando o balanço de 2015, o então presidente, Aldemir Bendini, disse que a empresa tinha caixa para atender seus compromissos em 2016 e 2017. No final de 2015 o caixa da Petrobras era de US$ 25 bilhões.
Em maio de 2016, quando saiu da Petrobras, Bendini disse que estava entregando uma empresa com R$ 100 bilhões em caixa, que no câmbio da época equivaliam a US$ 27 bilhões.
A verdade é que , independentemente da administração, a Petrobras sempre foi, é, e pode continuar sendo, produtiva, lucrativa e com forte geração de caixa.
Eu disse “pode continuar sendo” porque a atual administração está dilapidando a empresa, para atender um Plano de Negócios absurdo, cujo objetivo é atingir um indicador de alavancagem de 2,5, que não tem nenhum sentido.
Importantes ativos estão sendo vendidos a preço de banana, em negociatas diretas, sem concorrência e ao arrepio da lei.
Ao mesmo tempo em que eles se gabam de que a situação financeira é tranquila e mostram como é fácil captar recursos quando se tem uma reserva como a do pré-sal que garante tudo. Sendo que depois da descoberta do pré-sal, todas as vezes que a companhia foi ao mercado captar recursos, as ofertas foram muito maiores do que o que ela demandava. Nesta última captação a empresa solicitou US$ 2 bilhões e a oferta foi de US$ 20 bilhões. Por outro lado as reservas estão sendo entregues às petroleiras estrangeiras, sob a justificativa de que a empresa não tem recursos para tocar os projetos. É muita mentira ao mesmo tempo.
Procuradores federais deveriam solicitar uma intervenção imediata na companhia paralisando este projeto lesa-pátria.
A Petrobras não é um problema só dos petroleiros. A Petrobras é o maior ativo na nação brasileira. O pré-sal é uma dádiva de Deus para o povo brasileiro A descoberta do pré-sal é a grande oportunidade para o desenvolvimento do país. Esta oportunidade não pode ser perdida.
Na época do Brasil colônia eles levaram o pau-brasil, a cana-de-açúcar e o ouro, não deixando nada por aqui.
Agora o mesmo pode ocorrer com o petróleo, pois o Brasil hoje é governado por colonizadores que só pensam em explorar o país e seu povo.