“Os parlamentares de esquerda deveriam, isso sim, impulsionar amplas candidaturas antigolpistas, capazes de representar a resistência democrática, como seria a opção pelo apoio a André Figueiredo (PDT-CE) na Câmara dos Deputados e a nome equivalente no Senado”.
No Opera Mundi
A esquerda vai meter o pé na jaca?
Por Breno Altman
O PT e o PCdoB estão novamente às voltas com decisões a tomar sobre quem apoiarão para presidir as duas casas legislativas.
Parte de suas bancadas parlamentares, na Câmara dos Deputados e no Senado, não esconde a tentação de apoiar candidaturas da base governista, como é respectivamente o caso de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Aliados a fórmulas vencedoras, petistas e comunistas poderiam conquistar cargos nas mesas diretoras, melhores condições de atuação nas comissões internas e até alguma barganha, de natureza progressista, na agenda de votação do próximo biênio.
Os defensores de acordos deste naipe ressaltam que a disputa pelo comando legislativo responderia a equilíbrios internos do parlamento, mais ou menos maleáveis às minorias em função das forças e personagens que vierem a predominar.
Não haveria relação direta, portanto, com enfrentamentos político-ideológicos que eventualmente dividam o país. Mais ainda: utilizar esse último critério como filtro para alianças poderia enfraquecer a oposição, retirando-lhe espaços e instrumentos para combater o governo com eficácia.
Talvez esses argumentos tivessem alguma pertinência em épocas de normalidade institucional ou em situações de baixa intensidade da luta de classes. Mas devem ser discutidos, nesse momento, à luz de uma realidade completamente distinta.
A narrativa primordial dos partidos de esquerda está marcada pela denúncia de golpe parlamentar que deu origem a um governo usurpador, cujo objetivo primordial é destruir conquistas históricas do povo brasileiro, atropelando a Constituição e o regime democrático.
Como essa tese poderia continuar a ser tratada com seriedade se PT e PCdoB apoiarem nomes representativos do golpismo, batendo palmas e arregimentando votos ao lado das principais lideranças reacionárias e dos chefes governistas?
Qual credibilidade manteriam essas agremiações se assumissem tal posição, conspurcando a causa pela qual se batem em troca de algumas cotas de poder parlamentar?
Aumentaria ou reduziria o prestígio desses partidos, na sociedade e em suas próprias bases, caso costurem um pacto com os piores inimigos do povo, do qual os únicos beneficiários eventuais seriam os próprios deputados e senadores de esquerda?
A simples hipótese desses acordos, convenhamos, já é indigna e desmoralizante. Condena-se ao fracasso e ao opróbio qualquer força progressista que confraternize ou se confunda com os algozes da soberania popular. Ou que desmente, por atos concretos e pusilânimes, valentes ideias proclamadas com pompa e circunstância.
Não há ativo político mais relevante, afinal, do que a coerência. Ou já nos esquecemos do preço que se paga quando se fala uma coisa e outra se faz?
Os parlamentares de esquerda deveriam, isso sim, impulsionar amplas candidaturas antigolpistas, capazes de representar a resistência democrática, como seria a opção pelo apoio a André Figueiredo (PDT-CE) na Câmara dos Deputados e a nome equivalente no Senado.
Ao invés de colocar a eleição dos comandos legislativos a serviço de interesses corporativos, transforma-la em frente de batalha contra o governo usurpador e o retrocesso, fundindo-se com o movimento das ruas.
Oxalá haja juízo nas bancadas progressistas e não metam o pé na jaca, impedindo que o cretinismo parlamentar coloque todo o corpo da esquerda brasileira sob o risco de metástase.
Avian
11/01/2017 - 14h06
Se o PT perceber que o discurso do golpe não está rendendo e que não vai conseguir voltar ao protagonismo, n”ao vai pensar duas vezes antes de parasitar os golpistas em troca de migalhas de poder e influência.
No norte e nordeste eles não agüentaram ficar longe do poder e entraram escondidinho nas chapas do PSDB, PMDB e DEM, que prontamente adotaram os petistas.
Gente, defender político e partido político no Brasil é perda de tempo.
Lulu Pereira
11/01/2017 - 08h04
total
Jerônima Souto
11/01/2017 - 00h42
Parece que não aprenderam
Luiz Felipe Oiticica Machado
10/01/2017 - 22h28
PT e PCdoB jamais se livrarão de seu reformismo atávico. Foi ele que os levou à situação de agora, mas os dois partidos da esquerda meia bomba nem conseguem percebê-lo.
baltazar pedrosa
10/01/2017 - 22h04
Fico estarrecido,em saber que os partidos de esquerda,em especial o PT, tenha dúvida a quem apoiar para presidência da câmara e no Senado.È Bem possível,QUE haverá racha,se isso ocorrer, se o Partido dos trabalhadores apoiar algum candidato que esteve a serviço do golpe,aí eu faço questão de queimar minha ficha de filiação.
Paulo Deoclides Machado
10/01/2017 - 23h11
Olha. O sorriso. Irônico. Dos. Filhos. Da mãe. Como sabendo. Que. O. Povo. E burro. Mesmo.
Ronei Vidal da Silva
10/01/2017 - 17h30
o partido tem que fechar a questäo de votar contra este golpista e quem descumprir seja expulso do PT
Francisco Linhares
10/01/2017 - 13h15
Acho que se o pt , apoiar essa elite , pode pedir , pra rasgar a bandeira. porque desse jeito não dar pra acreditar mais na politica.
Alceu Centurion
10/01/2017 - 12h43
Concordo amplamente com o Breno, pois qualquer tipo de acordo com a quadrilha golpista lhe dará legitimidade para usar este fato contra as esquerdas em eleições. Não acredito que os deputados progressistas não se informam diariamente sobre os crimes praticado pelos golpistas em todas as áreas da sociedade. O Assange já denunciou o que era óbvio, o sionista temer é um agente americano! Os progressistas em geral e o PT em particular tem que deixar bem claro sua posição sobre o assunto, não importa qual seja!
Carlos Pereira
10/01/2017 - 13h44
Pois é,só acho preceptado apontar que as esquerdas seguirão este caminho .
A bancada do PT se reunirá dia 17 para uma decisão.
Um deputado influente do do RS ne me garantiu que não seguirá por este caminho .
O Breno pode estar errado desta vez , tomara mesmo que esteja.
Vavaldo De Rozimira
10/01/2017 - 13h22
Referendando o golpe
Francisco Xavier
10/01/2017 - 13h09
os sinais estao ai, dizem q mais vale a intençao q o ato, a meu ver estamos pedindo para sermos enganados, iludidos, contra fatos q sabemos q estao ai