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Ford Motor cancela operação bilionária no México. Economia mundial começa a sentir o “efeito Trump”

De acordo com o texto: “decisão foi anunciada horas depois de o presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar a rival General Motors por vender no mercado norte-americano modelos fabricados no México”. No El País Ford Motor cancela expansão no México após as ameaças de Trump Empresa dá marcha a ré em um investimento de […]

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De acordo com o texto: “decisão foi anunciada horas depois de o presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar a rival General Motors por vender no mercado norte-americano modelos fabricados no México”.

No El País

Ford Motor cancela expansão no México após as ameaças de Trump

Empresa dá marcha a ré em um investimento de 1,6 bilhão de dólares para reforçar a produção em Michigan

Por Sandro Possi e David Marcial

A Ford Motor está revendo seu plano de expansão estratégica. Sob uma intensa pressão, a segunda maior fabricante de veículos de Detroit anunciou o cancelamento de um investimento de 1,6 bilhão de dólares no México. Em vez disso, destinará 700 milhões de dólares à ampliação da produção de carros elétricos em Michigan. A decisão foi anunciada horas depois de o presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar a rival General Motors por vender no mercado norte-americano modelos fabricados no México.

Trata-se do primeiro golpe para um dos setores estratégicos da economia mexicana. Junto com o setor manufatureiro, a indústria automobilística vive literalmente da demanda de seu vizinho do norte. Os Estados Unidos representam quase 80% das exportações mexicanas e mais da metade do investimento estrangeiro direto, uma hiperdependência que é um dos motores do crescimento no México. Antes de chegar à Casa Branca, o efeito Trump já está abalando as estruturas.

“A decisão da Ford confirma o risco de uma queda do investimento estrangeiro direto no México a partir de 2017 e torna provável que as taxas de câmbio alcancem novas máximas a curto prazo”, afirma Gabriela Siller, diretora de análise do Banco Base, mexicano. Poucos minutos depois do anúncio da montadora, o câmbio alcançou um máximo na jornada e no que já decorre no novo ano, de 20,90 pesos por dólar. A vitória do magnata revolucionou o peso, atingido durante mais de um ano pelas turbulências financeiras. Em 11 de novembro, a moeda mexicana atingiu seu recorde histórico de 21,30 pesos por dólar.

O investimento da Ford Motor foi anunciado em abril passado, em pleno fervor da campanha eleitoral dos Estados Unidos. O plano de seu CEO, Mark Fields, soou até como um desafio ao discurso protecionista do candidato republicano e de outros políticos que criticaram as grandes corporações recolocar empregos em regiões mais produtivas e com custos de mão-de-obra mais baixos.

Neste caso, o investimento seria destinado à construção de um novo complexo em San Luis Potosí, que daria emprego a 2.800 pessoas em 2020, quando a linha de montagem estivesse operando plenamente. A ideia original era concentrar ali a produção dos pequenos utilitários Ford Fiesta, C-Max e Focus. Esse tipo de modelo tem uma margem de lucro menor do que dos carros grandes.

Trump fez ataques à montadora a poucas semanas das eleições, ao dizer que era uma “vergonha” que uma empresa fundamental na malha industrial norte-americana decidisse criar empregos fora do país. Ele chegou até a dizer que a estratégia era “como roubar doces de uma criança”. O então candidato ameaçou aplicar uma tarifa de 35% aos carros importados do México, como sanção.

Depois disso, Fields tratou de manter um canal de diálogo com a equipe de transição do presidente-eleito, para tentar reduzir as tensões. Após as eleições, o CEO afirmou que sua intenção era de seguir adiante com o plano de expansão da produção no México e em outras regiões de baixo custo. Paralelamente, disse que os funcionários nos Estados Unidos se concentrariam em modelos mais rentáveis.

A direção da Ford Motor, no entanto, dá um passo atrás sem esperar que Trump assuma oficialmente a Presidência. A montadora deve destinar metade desse investimento ao reforço da fábrica de Flat Rock (Michigan), onde aumentará a produção de novos veículos elétricos e dotados da tecnologia de condução sem motorista. Além disso, expandirá as linhas de montagem do Mustang e do Lincoln Continental.

Fields justifica esse passo atrás explicando que cada vez mais consumidores em todo o mundo estão se interessando por veículos elétricos e que a companhia está empenhada em liderar esse processo. Ele também indicou que a demanda por utilitários pequenos está caindo. Nesse sentido, os planos da Ford Motor contemplam destinar um investimento de 4,5 bilhões de dólares à eletrificação dos carros de hoje até 2020. “São soluções que vão melhorar a vida das pessoas”, conclui.

Mark Fields informou diretamente a Donald Trump sobre a decisão. O México já abriga dois centros de montagem e um de engenharia da Ford Motor, empregando 8.800 pessoas. O país representa 6% da produção mundial. A Ford Motor afirma que continuará a produção do Ford Focus na fábrica que já opera em Hermosillo, para assim melhorar a rentabilidade do modelo.

Donald Trump elogiou a mudança de estratégia afirmando que “em vez de levar os empregos e a riqueza para fora, os Estados Unidos se tornarão o maior ímã do mundo para a inovação e a criação de empregos”. O CEO da Ford Motor também mostrou sua confiança nas propostas do presidente-eleito no âmbito dos investimentos em infraestrutura e na reforma fiscal, porque, segundo ele, permitirão o desenvolvimento econômico no país.

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Comentários

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Jorge Pereira

04/01/2017 - 11h02

Partindo dos princípios que: 1) Os democratas americanos falam muito em Direitos Humanos mas quase nada fazem.. 2) Muitas da bobagens do Trump sobre mulheres e negros devem ser super-ampliado pela mídia ou é mentira se não o mesmo estaria preso… 2.1) Mesmo que tenha falado tanta bobagem lá atrás…quem nunca falou alguma asneira na vida e depois se arrependeu, amadureceu.. 3) As propostas do Trump para industria americana – fabricar carros nos EUA – afeta muito, mas muito, os negros americanos por serem os mais prejudicados pela “internacionalização” da produção de carros. Por fim, dito tudo isso…4) EU, SE AMERICANO, VOTARIA NO TRUMP…

Roberto

03/01/2017 - 19h06

Saiu no Nassif um artigo intitulado O Império não quer mais sócios, quer servos. Faz todo o sentido. O capitalismo não pode dar vida digna a todos, somente a uma pequena minoria. Do México, Brasil etc eles só querem comprar matérias primas e nos deixar na miséria. Falta combinar com a China e a Rússia.

    Moisés da Silva Oliveira

    03/01/2017 - 19h26

    Esse protecionismo todo pra aquecer a economia interna pode ser um tiro no pé, eles precisão do mercado externo, e se a China, paises da europa, índia e outros começarem a fechar seus acordos com os EUA fazendo boicote, eles também precisam vender, nenhum país vive consumindo apenas produtos feitos em seu território e o excedente precisa escoar pra ter equilíbrio.

    Charles

    11/01/2017 - 11h16

    O que q esse protecionismo tem haver com o capitalismo?


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