No Conversa Afiada, leio um post sobre editorial da Folha que esculhamba Gilmar Mendes.
Até a Folha esculhamba Gilmar, diz a manchete do post.
Essas críticas da mídia a Gilmar me fazem bocejar solenemente. São muito parecidas com as críticas pontuais da Globo ao governo Temer.
Não são bem críticas. São golpistas se xingando, amistosamente, num bar.
Gilmar é um juiz absurdo, uma espécime exótica que só poderia florescer na mais bananeira das repúblicas. Não é bem um juiz e sim um âncora tucano que exerce, ilegalmente, a função de ministro do STF e de presidente do TSE.
Nenhum deles tem razão.
O mérito da polêmica é que Gilmar Mendes tomou a decisão monocrática de empossar três prefeitos eleitos este ano, cuja posse estava obstruída pelo colegiado do Tribunal Superior Eleitoral, por causa da Lei da Ficha Limpa.
Os três prefeitos foram condenados em segunda instância, em 2008, antes da vigência da Lei, que é de 2010. Pela lei vigente em 2008, ficariam inelegíveis por três anos, então poderiam tomar posse agora.
Pela lei de 2010, porém, sua inegibilidade deveria se estender por 10 anos, então não poderiam tomar posse agora.
Para não mim não há dúvidas, se eles foram condenados em 2008, devem cumprir a pena relativa àquele ano. Não existe retroatividade em nossa Constituição, nem em nenhuma constituição democrática do mundo.
No mérito, portanto, Gilmar está certo. Os prefeitos devem tomar posse. Aliás, em caso de dúvida, a decisão do eleitor deveria sempre prevalecer.
Além disso, o STF ainda não decidiu: mais uma razão para que os prefeitos eleitos tomem posse.
O consórcio golpista – formado por marajás do serviço público, de um lado, e bilionários barões da mídia, de outro – costuma se esquecer que, na vida real, a população precisa de governantes para administrar as contas, resolver os problemas urbanos mais urgentes, pagar servidores, contratar médicos, tocar obras.
A brincadeira de prender prefeitos, governadores, derrubar presidentes, paralisar administrações, destruir empresas privadas e públicas, já nos custou centenas de bilhões de reais e dezenas de milhões de postos de trabalho.
Os prefeitos em questão são: Sebastião de Barros Quintão (PMDB, Ipatinga), Geraldo Hilário Torres (PP, Timóteo) e Luiz Menezes de Lima (PSD, Tianguá).
O blog do Noblat elegeu Gilmar como “cara de pau” do ano por causa dessa decisão.
Decisões monocráticas, tomadas contra o colegiado, podem não ser aconselháveis. Mas o problema maior aqui, é meu ver, é esse pacto entre mídia e judiciário contra a política.
Folha e Globo, que são irmãos xipófagos em se tratando de apoio ao golpe, seguem juntinhos quando se trata de submeter a política aos arbítrios do judiciário.
O voto parece não ter mais grande importância para o consórcio golpista: o que vale agora é a decisão midiático-judicial para cada caso.
Esse pacto mídia-judiciário contra a política usou e abusou de Gilmar Mendes quando se tratava de derrubar o governo e consolidar o golpe. E agora o pacto começa a experimentar contradições internas.
Gilmar pode ser contra o PT, mas não é contra o sistema político, porque ele mesmo nunca escondeu seus anseios de participar da vida política sem as amarras (embora essas nunca tenham sido problema para ele) do código de ética da magistratura.
Entendo melhor agora porque os Estados Unidos não possui tribunais eleitorais. Se um país com uma cultura democrática consolidada, de mais de duzentos anos, como os EUA, teme submeter a decisão soberana do povo ao arbítrio de meia dúzia de aristocratas de toga, nós, brasileiros, deveríamos ficar apavorados em entregar tamanho poder a uma casta tão reacionária e, como se vê agora, tão golpista, tão indiferente à soberania popular.
Neste sentido, nem os ministros do TSE nem Gilmar estão certos, porque a prerrogativa da decisão monocrática, que pode ser tomada em favor de um governante eleito, também pode ser tomada em seu desfavor.
A esculhambação da Folha contra Gilmar, portanto, não vale nada. Muito mais esculhambada é a Folha, a Globo, e a mídia corporativa em geral, cúmplice desse processo de legitimação de um regime autoritário, golpista, onde o sufrágio livre e universal se torna menos importante do que a opinião de jornais decadentes e de juízes desmoralizados e inimigos da democracia.
Hernandes Pereira
04/06/2017 - 07h26
No texto á cima, o autor defende abertamente a soberania do voto, ao m esmo tempo em que reclama pelo Ministro Gilmar haver autorização diplomação e posse do dr. Luis Menezes de Lima, em Tianguá-CE. Este cidadão que voltou a sua terra, depois de décadas ausente, e encontrando a cidade como um buraco, em todos os sentidos, transformou-a numa cidade numa cidade digna de uma população simples, mas verdadeiramente soberana…Mais que quadruplicou a assistência a saúde, a educação e todos os demais segmentos da administração. Regularizou o serviço público ; passou a pagar em dia ao funcionalismo municipal, o que nunca havia acontecido no município, A parte física da cidade melhorou mil por cento. Reconhecendo a grande qualidade de administrador, e em repúdio a péssima administração do que estava a frente, o povo elegeu com quase 1200 votos de maioria o DR. Luis Menezes… Pergunto : Neste sentido a maioria não é soberana ? O voto perde a soberania ? Tirar o mandato do Prefeito tendo como acusação uma picuinha de adversário , seria certo ?
Henrique de Oliveira
03/01/2017 - 10h34
O BRASIL é o único país do mundo onde os pobres ignorantes dão show de intelectualidade nos doutos pseudos intelectuais , não adianta falar 5 idiomas e não entender a fala do povo , nesse consorcio golpista midiático judiciário quem se ferra é o povo , não a toa já vi várias reuniões pós golpe onde se prega a total desobediência civil , talvez o único caminho para chegarmos de novo a democracia.
lucius de oliveira
02/01/2017 - 08h23
Permita-me uma correção, todos os dias nascem brasileiros dignos e brilhantes de idéias, que após uma vida de luta desigual, morrem sem que nem eles mesmos possam se descobrir e realizar. Normalmente a cachaça é infeliz desmedida contingênciada pelo meio sem perspectivas. Tenho duas faculdades federais, pós graduação e cargo público um tanto quanto elitizado, e adorei o homem “ignorante e sem instrução” exatamente porque ele enxergava e discernia aspectos das pessoas que, por exemplo, V. Sa. jamais conseguirá. Perto dele sou um aprendiz.
Marcio
01/01/2017 - 23h27
Brincadeira de quem não tem vergonha na cara e fala que e brincadeira prender ladrão o povo não acredita mais em qualquer patifi que fica falando merda não bota bandudo ba cadeia e coisa seria não e brincadeira pença que vai leva o povo no pagode vai não maluco papo de malandro não rola mais
Antonio Carlos
01/01/2017 - 11h28
Não estam sendo, presos, adiminstradores públicos, mais bandidos públicos, e prender bandidos não é brincadeira, quando esse sr. Se aposentar, estará fazendo um bem a sociedade brasileira.
Miguel
02/01/2017 - 03h05
Bandidos na opinião de um juiz, que pode ser também um bandido. Antes de prender é preciso condenar. Antes de condenar é preciso investigar com imparcialidade.
Mauro
01/01/2017 - 11h18
Não gosto dos termos “golpe” e “golpistas”, os acho inapropriados e tendem a um lado de uma dualidade. Há mais de 13 anos, não saberia precisar mais, esse não é o mundo que vivo, os partidos PMDB e PT e logo em seguida, outros de esquerda conhecidos e mais vários outros que surgiram, se uniram por verem o crescimento de uma estrela, um homem que falava como a maioria de tantos brasileiros, ignorante, sem instrução, falando o que o Povo fala nas ruas e estes, se identificando mais com o sujeito, talvez por causa da barba, do falar errado, do cursinho no SENAI ou SESI (não sei ao certo), do gosto pela cachaça … do que, pela figura ilustríssima e raríssima de um brasileiro digno e brilhante, que com certeza não nasce todos os dias, brilhante de idéias e com uma história de vida absurda de vitórias e superações. Falo do Ilmo. cidadão “Enéas Carneiro Júnior”, que foi forte e implacavelmente metralhado pela mídia não só de esquerda, mas de direita, de centro direita, etc, que o desqualificaram por temer a perda de muitas benesses que já existiam há tempos e, outras que viriam a ser implantadas como as que hoje todos sabemos. Essa é minha visão do seu comentário caro “Miguel do Rosário”.
RALFO B PENTEADO
01/01/2017 - 09h36
Vendo uma das faces do negócio Brasil:__quem $u$tenta a mídia ?
RALFO B PENTEADO
01/01/2017 - 09h33
Neste pais mais ( ainda?) rico do mundo, SUBDESENVOLVIDO, assim o é não exclusivamente pelo executivo e legislativo mas pelo judiciário lento, caro, venal que a tudo defere é dá consistência “legal”. Nesta retroalimentação cada vez mais veloz somos um país que terá problemas em até gerar burros de carga.
Antonio Marcos Carvalho
31/12/2016 - 17h36
https://www.youtube.com/watch?v=PYmYeBd3rEk&feature=youtu.be
Ronaldo
31/12/2016 - 17h22
Muito bom!