Tática tucana de Parente sofre derrota no TST

Por Tadeu Porto*, colunista do Cafezinho

Sem o ministro Ives Gandra para ajudar na manobra de desmonte Petrobrás (um dos motivos do Golpe) capitaneada pela dupla Temer-Parente, que passa necessariamente por derrotar a resistência da categoria petroleira, o Tribunal Superior do Trabalho, contando com a lucidez de seu Vice-Presidente Emmanoel Pereira,  impôs uma derrota fragorosa ao tentar ao presidente da Estatal de petróleo que tentou desmobilizar, com fatores externos, a greve dos petroleiros.

Sabe-se desde que o Big-Bang estourou que os covardes se portam mesmo dessa maneira: ao encontrar um obstáculo que não foi vislumbrado em seu mundinho de privilégios, correm logo para que outros atores tentam resolver seu problema.

Assim, no episódio recente em que a Petrobrás pediu mediação ao TST (sem que nenhum impasse negocial fosse apontado) Parente se comportou como ao seu tutor Fernando Henrique Cardoso: aquele que não soube debater com a categoria petroleira e, na greve de 95, tentou massacrar o movimento paredista com o exército, como se fosse um general presidente da ditadura que tinha acabado de ser derrubada.

É bem natural que tucanos como Parente tratem os trabalhadores e trabalhadoras assim: seres humanos que não devem sequer debater com os patrões, nem para expor suas reivindicações, quiçá para definir os rumos da empresa. Entretanto a pequenez do atual presidente da Petrobrás impressiona até mesmo quem conhece o modus operandi do PSDB, afinal Pedro não aguentou sequer dois dias de ameaça de greve (o SindipetroNF que pautou o barril internacional ano passado parando a produção, sequer entrou ainda) e já saiu correndo para a toga de Ives Gandra tentando convocar o TST para “mediar” o movimento.

Claro, golpista não é sinônimo de ingenuidade e Parente de bobo não tem nada. Sua pressa em tentar desmobilizar na marra o movimento petroleiro está em perfeita sintonia com a velocidade com que o Presidente ilegítimo Temer, o pequeno, tenta atropelar as discussões de reformas estruturais no país e impõe uma agenda que destrói o pouco que avançamos no bem estar social desde a promulgação da constituição de 1988 que encontrou prática nos governos populares do PT.

Mas a derrota do ex-Ministro Chefe da Casa Civil de FHC não ficou só na decisão do TST. Nas palavras, Pereira praticamente engoliu o viralatismo de Parente ao ressaltar que a grandeza da companhia advém dos milhares de empregados que acreditaram e construíram nossa gigante de petróleo.

“seja para o próprio procedimento de mediação, seja pela necessidade de se reconhecer que a Petrobras só é uma das líderes mundiais do seu segmento pelo esforço continuado dos seus empregados, que diuturnamente trabalham para que os melhores resultados sejam por ela alcançados. E, por isso, não merecem sofrer qualquer forma de desprestígio”

Ou seja, até mesmo o ministro consegue reconhecer a grandeza da empresa através da importância de seus funcionários e funcionárias que tiveram a maturidade de lutar pelos rumos da empresa e sugerir ações que foram implementadas e que, certamente, ajudaria a companhia a se erguer de maneira digna sem precisar mendigar dinheiro Frânces ou Norueguês, como faz sem o menor pudor a Petrobrás pós golpe.

Em outras palavras, Pedro foi obrigado a entender que os 13 anos de avanço no Brasil República não vão ser enterrados pelo mimo de um empresário que desconhece a principal ferramenta da democracia (e não é atoa que apoiou o golpe): o diálogo.

Parente e Cia receberam o recado de que insistir numa política liberal e entreguista que só favorece a elite econômica brasileira não será tão fácil, pois os verdadeiros responsáveis pela grandeza da Petrobrás – os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que acreditam em sua capacidade de gerar emprego, renda e tecnologia para o país – sabem que a verdadeira emancipação vem do controle efetivo das riquezas nacionais servindo a sociedade de maneira justa e eficaz.

*Tadeu Porto é diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense

 

 

Tadeu Porto: Petroleiro e Secretário adjunto de Comunicação da CUT Brasil
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