Menu

Dilma se defende de acusação do TSE

Advogados da ex-presidente Dilma Rousseff apresentaram documentos, comprovantes, fotografias e materiais para provar que as empresas contratadas pela chapa Dilma-Temer funcionavam e prestaram os serviços gráficos. Para o TSE, empresas eram fachada. No Jornal GGN Cai teoria de que gráficas da chapa Dilma e Temer eram de fachada Por Patricia Faermann O que motivou as […]

4 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Brasília - DF, 19/04/2016. Presidenta Dilma Rousseff durante coletiva de imprensa. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Advogados da ex-presidente Dilma Rousseff apresentaram documentos, comprovantes, fotografias e materiais para provar que as empresas contratadas pela chapa Dilma-Temer funcionavam e prestaram os serviços gráficos. Para o TSE, empresas eram fachada.

No Jornal GGN

Cai teoria de que gráficas da chapa Dilma e Temer eram de fachada

Por Patricia Faermann

O que motivou as buscas e apreensões realizadas, nesta terça-feira (27), nas gráficas que prestaram serviços à campanha da chapa Dilma e Temer, foi a suspeita de que as empresas eram de fachada. A tese foi defendida por laudos da Polícia Federal e relatórios de peritos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além de documentos dos investigadores contrariando a defesa de Dilma Rousseff. Mas as gráficas existem e funcionavam.

Conforme o GGN publicou nesta terça, os peritos nomeados por Herman Benjamin, corregedor-geral e relator do processo no TSE, sustentaram em mais de 100 páginas que as gráficas Rede Seg, VTPB e Focal apresentavam irregularidades na prestação dos serviços e seriam de “fachada”, para desviar recursos ilícitos da campanha do PT e PMDB.

Os consultores Eron Junior Pessoa, José Carlos Pinto, Alexandre Araújo e Thiago Queiroz contestavam, no dia 12 de dezembro, as mais de 8 mil páginas apresentadas em setembro pela defesa da ex-presidente Dilma Rousseff. Neste documento, os advogados mostraram documentos, comprovantes, fotografias e materiais para provar que as empresas funcionavam e prestaram os serviços gráficos.

Mas o Departamento de Polícia Federal, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras e o Núcleo de Inteligência da força-tarefa seguiram questionando a legalidade, insistindo na “falta de documentos que atestem a entrega efetiva de todos os produtos e serviços contratados pela chapa presidencial eleita”.

O objetivo dos investigadores era concluir: “Nesse contexto, identifica-se uma linha de investigação que sinaliza o desvio de finalidade dos gastos eleitorais para outros fins que não os de campanha, conforme pode ser observado na conclusão daquela política especializada”.

Ainda que com suspeitas ainda a serem verificadas e apuradas, adiantaram que “com a análise dos dados obtidos a partir da suspensão do sigilo bancário das empresas”, suspeitam “que os recursos em tese destinados à campanha eleitoral foram, na verdade, desviados e direcionados ao enriquecimento sem causa de pessoas físicas e jurídicas diversas para benefício próprio ou – outra hipótese, que não necessariamente exclui a primeira – os recursos foram desviados e direcionados a pessoas ainda não identificadas, com interposição das pessoas físicas e jurídicas diversas.”

Mas além de supostas irregularidades e incompatibilidades nas declarações à Justiça Eleitoral com as notas fiscais – como por exemplo a descrição de “caminhada” e “comícios” nas declarações, mas nos orçamentos tais custos aparecerem como confecção de adesivos para carro -, a raiz da suspeita parte da hipótese de que as empresas seriam de fachada, não prestando os reais serviços para o desvio do dinheiro.

Por esse motivo, Herman Benjamin autorizou a deflagração das buscas e apreensões na ação de investigação judicial eleitoral.

Entretanto, a Folha de S. Paulo mobilizou alguns de seus repórteres para visitarem as sedes das gráficas. E a conclusão não foi a mesma dos investigadores: a constatação foi de que as empresas “são pequenas”, mas existem. “Todas as gráficas, que receberam entre R$ 6 milhões e R$ 24 milhões da chapa de Dilma e Temer, funcionam em pequenos imóveis”, publicou o jornal.

Em semana de recesso e festividades, as empresas estavam naturalmente fechadas. O diário recorreu, então, aos vizinhos da sede da Rede Seg. E eles informaram que a gráfica nunca serviu para grande produção de conteúdo, mas prestou serviços de distribuição de materiais de campanha em 2014.

Os vizinhos informaram que a maioria dos panfletos e materiais eram de campanhas de deputados do PT, e não da chapa presidencial, o que aponta possível diferença das declarações à Justiça, mas confirma o teor eleitoral dos serviços.

Outra informação importante fornecida pelos vizinhos, ainda que suscetível a comprovações e investigações, foi a de que os materiais da campanha de 2014 eram produzidos por outra gráfica, a Grafitec. Por outro lado, a empresa, pertence a Rogério e Rodrigo Zanardi, sócios que também são donos da Rede Seg.

Então, a reportagem foi até a Grafitec. E a empresa estava inclusive funcionando em semana de natal. Dois funcionários foram abordados pelo jornal, e responderam que a Folha deveria contatar o advogado da gráfica.

A sede da Focal, outra gráfica investigada, foi fechada, após prestar serviços e funcionar em 2014. E a VTPB, também visitada, hoje armazena materiais gráficos, o que também não comprova a inexistência da empresa e a teoria defendida pelos investigadores de que as gráficas eram de fachada (abaixo).

Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

Calebe

29/12/2016 - 10h33

Não que sejam santas mas é bom lembrar que empresas de publicidade foram condenadas no “mensalão”, não o tucano que aguarda as prescrições, por alguns serviços que foram comprovadamente prestados, inclusive com propagandas na TV aberta. Infelizmente a justiça já tem um script que é seguido atropelando tudo.

    Pedro Paulo

    29/12/2016 - 11h41

    Mas Calebe, como não desconfiar de uma chapa que possui o nome: DILMA-TEMER?
    Como isso foi aceito?? Na época foi e$tratégico ou foi mesmo inocência?

Pedro Paulo

29/12/2016 - 10h30

Será que tudo que os políticos dizem é verdade? Todas as contas de campanhas são legais e eles nunca são desonestos? Toda vez que surge uma acusação as respostas são as mesmas, seja do lado A seja do lado B. Melhor acreditar nos políticos e parar de desconfiar, viveremos melhor.

    Robson Lopes

    30/12/2016 - 10h59

    Pedro, acho que não temos que confiar em ninguém, não é uma atitude, digamos crítica, temos de exigir que a apuração seja séria, que se apresente provas consistentes.
    Mas, antes de tudo isso, tem de haver motivos reais para a investigação, achar, supor, acreditar baseado na lógica, porque isso tinha de ser assim, porque fulano é fulano, isso é perseguição, não justiça.
    Infelizmente, eu diria felizmente, a justiça tem de seguir regras e rígidas, senão se torna um instrumento de manipulação política e cerceamento de direitos, temos visto isso hoje, e é um episódio bastante triste de nossa história.
    Mas concordo contigo quando muitas vezes parece que abstrair é o melhor caminho, entretanto, quando tomamos essa atitude permitimos que outros decidam por nós, protestem por causas absurdas ou em benefício próprio, esse é o grande risco, foi isso que vimos nos últimos anos.


Leia mais

Recentes

Recentes