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A carta de Michel Temer em rede nacional e os panelaços

As pesquisas de popularidade dos últimos meses apontaram que dezembro não seria o melhor momento para Michel Temer falar em rede nacional. Para CUT/Vox, Temer é pior presidente da história. Na pesquisa do Instituto Ipsos, o resultado foi igual. No Ibope, a reprovação é de 64%. Até no Datafolha, que recebeu críticas de seu ombusman […]

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Hangzhou - China, 04/09/2016. Presidente Michel Temer durante coletiva de imprensa. Foto: Beto Barata/PR

As pesquisas de popularidade dos últimos meses apontaram que dezembro não seria o melhor momento para Michel Temer falar em rede nacional. Para CUT/Vox, Temer é pior presidente da história. Na pesquisa do Instituto Ipsos, o resultado foi igual. No Ibope, a reprovação é de 64%. Até no Datafolha, que recebeu críticas de seu ombusman pelo viés ideológico dado a pesquisa de popularidade, Temer apresentou números ridículos de aprovação.

Apesar disso, na noite de natal, 24, o presidente apareceu em rede nacional para dizer: “O Brasil está no caminho certo”. E o fez como se tudo estivesse sob controle no governo e este não fosse o pior mês para diversos setores do comércio quando comparado com anos anteriores. O panelaço, claro, foi inevitável.

O peemedebista fez um balanço de sua gestão. No discurso, afirmou: “2017 será o ano que derrotaremos a crise. Os juros estão caindo e cairão ainda mais. Os empresários voltarão a investir e vamos recuperar os empregos perdidos”. Sobre corrupção, nem uma vírgula. Todo cuidado é pouco: Michel Temer é citado em delações de executivos da Odebrecht por supostas práticas ilegais.

Sobre a PEC 55, Temer disse: “Aprovamos a lei que bota ordem nos gastos públicos pelos próximos 20 anos”. Mais uma vez, nem uma vírgula sobre as paralisações nas escolas e universidades ou sobre a violenta guerra entre policiais e manifestantes que precedeu a votação nos arredores do congresso.

Ainda no pronunciamento, o presidente afirmou: “Estamos começando a reforma da Previdência, para que sua sagrada aposentadoria esteja garantida agora e no futuro”. Não estava, certamente, falando aos brasileiros, mas às seguradoras privadas, que anseiam há tempos por esta fatia no mercado.

O fato é que não se sabe para quem Michel Temer discursou na noite de natal. “Mudamos a Constituição para mudar o Brasil”, disse o presidente.

Admite-se, ao menos de alguma forma, que a constituição está sob ataque, e o governo insiste em atentar contra os direitos trabalhistas garantidos na Carta de 1988.

Temer esteve em rede nacional na noite de Natal e não discursou para os brasileiros. Falou para empresários, para o mercado, para classe média que teme perder seu lugar de destaque na sociedade para classes que ascenderam economicamente nos últimos anos. Mas para os brasileiros, na carta do presidente não há nem uma vírgula sequer.

Íntegra

“Boa noite!

Nesta noite de Natal, dirijo-me a você e a todo povo brasileiro para transmitir mensagem de renovada esperança. O ano que está terminando trouxe imensos desafios. Assumi definitivamente a Presidência da República há pouco mais de cem dias.

Tenho trabalhado dia e noite para fazer as reformas necessárias para que o país saia dessa crise e volte a crescer. O Brasil tem pressa. E eu também. Nesses poucos meses do nosso governo, muito já foi feito.

Com os esforços que fizemos, a inflação caiu e voltou a ficar dentro da meta, o que vai colocar um freio na carestia que você sente no supermercado. Aprovamos a lei que bota ordem nos gastos públicos pelos próximos 20 anos. E a lei que moraliza e dá transparência à administração das estatais.

Estamos começando a reforma da Previdência, para que sua sagrada aposentadoria esteja garantida agora e no futuro.

Aprovamos, na Câmara, a reforma do Ensino Médio, que estava parada havia anos. Ampliamos em mais de 8 bilhões de reais o orçamento da saúde, área para qual não pouparei recursos. Mudamos a Constituição para mudar o Brasil.

Tudo isso, volto a lembrar, em poucos meses. Tenho a perfeita consciência dos problemas do país e da missão que me foi dada. Os brasileiros pagam muitos impostos e pouco recebem em troca.

Meu desafio é desburocratizar o Estado e melhorar a qualidade da administração pública. É o que eu chamo de democracia da eficiência. 2017 será o ano que derrotaremos a crise.

Os juros estão caindo e cairão ainda mais. Os empresários voltarão a investir e vamos recuperar os empregos perdidos. Precisamos crescer. Trabalhamos para voltar a crescer. Vamos crescer! Desta vez, um crescimento sustentável e responsável.

Estamos mudando as estruturas do nosso país. É um desafio complexo e árduo, mas indispensável a ser vencido a todos nós. Que nos deixemos, portanto, guiar pelas virtudes da temperança e da solidariedade. E pelo entendimento de que na humildade do diálogo e na coragem da ação construiremos juntos o caminho para fazer o futuro.

A verdade virá. O Brasil, repito, está no caminho certo. O próximo Natal será bem melhor que este.

Quero encerrar essa minha mensagem prestando homenagem a um grande brasileiro que nos deixou recentemente: o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. A esperança foi seu lema, a coragem sua marca. Coragem e sentimento de esperança não me faltarão.

Chegaremos em 2018 preparados e fortes para avançar ainda mais. Peço a você que acredite no Brasil. Desejo um Feliz Natal.

Que seu gesto de amizade e de fraternidade nesta noite se estenda por todo o Ano Novo. Vamos juntos reconstruir o nosso país. Muito obrigado a todos.

Boa noite, Brasil!”

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Comentários

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Marlon Mendonca de Oliveira

26/12/2016 - 22h27

Parabéns pra quem saiu com o patinho amarelo na mão gritando fora Dilma AGORA CHUPA !!! Aposenta só amanha bando de otário!

Torres

26/12/2016 - 15h06

Vale lembrar que empresários e a classe média são brasileiros.

    Marcus Padilha

    26/12/2016 - 15h48

    o saum soh no papel; saum caboclos querendo ser ingleses [ou ‘melhor’, estadunidenses]

      Torres

      26/12/2016 - 15h49

      São de toda forma.
      Parte necessária da sociedade.
      Esquecer disso é bobagem.
      Afinal, de onde surgem os empregos senão criados por empresários?

        Marcus Padilha

        26/12/2016 - 16h05

        os empregos de milhoes de pessoas naum saum criados por empresarios. quer exemplos? professores, medicos, policiais, assistentes sociais, etc… sua resposta certamente serah ‘sim, empregos criados pelo estado atraves da arrecadacaum de impostos pagos por empresarios e classe media’. soh que eh um raciocinio tolo, pois empresario nao paga imposto, repassa e a classe media paga menos impostos que os pobres no sistema regressivo brasileiro. ou seja, se matassemos todos os empresarios e classe media, estariamos no caminho de um pais melhor. e nao me venha com churumelas a la ayan rand. von mises e outras tranqueiras do genero! e antes que me esqueca, va se foder e passe bem, chupa-temer!

          Torres

          26/12/2016 - 16h10

          Professores e médicos trabalham muito na iniciativa privada. Classe média e classe baixa tem empregos nas empresas.
          O Estado não chega nem perto de empregar tantos.
          Se vc matar todos, outros ocuparão o lugar.
          Os impostos brasileiros são uma piada em todos os sentidos.
          Aqui taxamos o emprego, a produção e o consumo.
          Coisa de retarda.

Walter Drummond

26/12/2016 - 14h00

Vampiro cara de pau, ainda cita Dom Evaristo, que nem deu importância de comparecer ao velório por causa de “vaias”, o próprio Meireles já disse que a pequena melhora só se dará no terceiro trimestre do ano, ou seja 2017 perdido economicamente.
Queria saber então como o Frankstemer vai acabar com a crise? Como o mordomo de filme de terror vai gerar empregos? Como os empresários voltarão a investir, se a confiança no governo é ínfima, quase zero?

Resumindo, engodo do pior governante que já tivemos, carisma zero, confiança zero, credibilidade zero, competência zero e por aí vai, inúmeros zeros para o CANALHA, CANALHA, CANALHA.
Não adianta mais o FORA TEMER, temos que tentar agora o MORTE A TEMER!!!!


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