É raro achar esperança em algum setor da política para o governo Temer em 2017. As ruas pedem diretas já. É preciso levar em conta, porém, a prepotência desenfreada da casa-grande e a ciclotimia dos fados.
A solução certa
Diretas antecipadas são a saída que a Razão recomenda para resolver a maior crise da história do Brasil. No entanto…
Por Mino Carta
Diretas já é a proposta que ecoa de diversos cantos. A começar por Lula, mais de uma vez, ao mirar em uma solução para uma saída rápida da crise precipitada pelo golpe. A rapidez é altamente aconselhável, porque as consequências do desastre se acentuam a cada dia e os projetos do governo estão longe de oferecer a mais pálida vez à esperança, pelo contrário, agravam a calamidade.
A saída pela tangente eleitoral é absolutamente sensata, e tal é seu defeito. Há dois anos o País padece a insensatez dos golpistas e nada induz à crença de que esse quadro patológico por ora possa ser revertido. Um debate a respeito do assunto não deixaria de ser, neste exato instante, puramente teórico.
A campanha das Diretas Já de 1984 é um dos raros momentos empolgantes da história brasileira, como movimento popular autêntico e imponente. A mobilização levou às ruas e praças milhões de cidadãos, dispostos a desafiar a ditadura unidos pela ideia. Seria possível hoje uma mobilização similar?
Convoco meus carbonários botões e logo respondem: seria desde que figuras indiscutíveis da cultura, da universidade, da ciência, e mesmo da política, representativas do que nos sobra da inteligência e da Razão, participassem ativamente da campanha com dedicação total. Não acreditam os botões na conveniência da presença de representações oficiais dos partidos e sim na contribuição incessante das redes sociais.
Se fosse assim, o apoio de CartaCapital seria imediato. Ao restabelecer o ideal democrático, caiba ao povo a escolha do futuro. Antes de mais nada, sem a interferência de quem o desgraçou ao longo dos séculos e alcança agora algo assim como a condenação de todos os pecados, da prepotência à hipocrisia, da mediocridade à estultice, da arrogância à incompetência, da ignorância à vulgaridade. Etcétera.
Na Itália, de onde acabo de regressar, uma crise também política e econômica, muito diferente da nossa em um país com 3 mil anos de história, ganha substância a ideia de antecipar as eleições previstas para abril de 2018. Está claro que na Itália um golpe à brasileira é inimaginável, como em qualquer país democrático e civilizado, onde o Estado de Direito permanece em pleno vigor.
Antecipar as eleições de 2018 seria no Brasil o recurso indispensável para recolocar o País na direção certa, ou melhor, colocar, com a clareza e firmeza com as quais nunca se deu. Tudo depende, para o êxito da empreitada, da pressão popular e de como for orquestrada. Memento, recomendaria o arauto da antiga Roma, lembrai-vos do passado, recomendação muito útil no país desmemoriado.
Mesmo triunfantes na mobilização, as Diretas Já de 1984 foram derrotadas pelos fados malignos que sempre rondam nossa história. O enredo poderia ser comparado a um desses contos renascimentais que Shakespeare retomou para torná-los tragédias.
Uma emenda do deputado Dante de Oliveira para a convocação das diretas transita no Congresso e é finalmente rejeitada por uma maioria de dois votos encabeçada por José Sarney.
Forma-se uma Aliança dita Democrática da qual o próprio Sarney participa, juntamente com Tancredo Neves, Antonio Carlos Magalhães e outros, sem exclusão do Senhor Diretas, o doutor Ulysses visivelmente a contragosto. Tancredo é candidato às indiretas contra Paulo Maluf, ganha, adoece gravemente e morre antes da posse. Sarney, seu vice, assume a Presidência.
Nesta ocasião também a Constituição em vigor foi rasgada. Por não ter sido empossado o vencedor do pleito, o vice não poderia substituí-lo e novas eleições teriam de ser realizadas. Temia-se, porém, o retorno da ditadura e tudo ficou por isso mesmo. Shakespeare se regalaria, inclusive com a chance de, aqui e acolá, deitar toques irônicos, como o destino sabe ser, com a devida malignidade.
CartaCapital tem boa memória, e cuida de não se iludir. A proposta de eleições antecipadas é justa e salutar. É preciso levar em conta, porém, a prepotência desenfreada da casa-grande e a ciclotimia dos fados.
lara
22/12/2016 - 03h40
ue onde estavam voces esquerdistas quando collor foi impichado??? não vi nenhum de voces dizendo que foi golpe kkkkkkkkkkk so rindo mesmo para os mais novos faço a mesma pergunta: onde estavam voces quando cunha foi impichado ??? esqueceram que cunha foi-assim como dona marmota-eleito pelo povo para o mandato de deputado???
Anderson Wergutz Flip
21/12/2016 - 16h49
Única solução para o Lula…Sendo candidato lula passa a ampliar seu papel de vitima e jogar para o terreno politico seus crimes, alegando perseguição das “zelites”….
Rosseto
22/12/2016 - 09h44
Get a life bastard.
Atreio
21/12/2016 - 14h20
A luta por justiça é uma luta da memória contra o esquecimento.
Seguiremos até a vitoria, sempre!
Bravos permanecem ao lado dos jsutos, aos covardes restam os canalhas.
Anderson Wergutz Flip
21/12/2016 - 16h52
Cade os recibos?
Torres
21/12/2016 - 14h09
Chance zero.
Não existe um candidato que chame realmente as massas.
Todos estão cansados da política.
Anderson Wergutz Flip
21/12/2016 - 16h52
Ou em via de serem presos.
Torres
21/12/2016 - 18h15
Estão todos enrolados.
Terceira Onda ?
21/12/2016 - 13h52
Esperança nenhuma nessas diretas… quando começar os tiroteios me chamem ¬¬”
Anderson Wergutz Flip
21/12/2016 - 16h52
Aproveite e traga os recibos.
Terceira Onda ?
21/12/2016 - 16h55
Ta carente cara, perdeu o seu plug anal?
Anderson Wergutz Flip
21/12/2016 - 16h58
Na verdade foi o Lula quem perdeu os recibos do aluguel…Se tu achar devolve lá em Curitiba.
Terceira Onda ?
21/12/2016 - 17h23
Então que tal você mandar essa mensagem pra ele, invés de achar que há algum impacto você bancar o retardado mental e escrever uma mensagenzinha estúpida dessa nos meus comentários afim de encontrar alguma atenção, ainda acho que você só perdeu seu plug anal… mas se você diz que está procurando os “recibos”, por mim né…
Antonio Passos
21/12/2016 - 13h37
Mobilização dos intelectuais ? Só se for num teatro da zona sul carioca.
A luta por diretas deveria ter começado em maio, mas a esquerda está sempre atrasada, desmotivada, velha talvez.