Welligton Calasans, correspondente internacional do Cafezinho
Entrevistar Urariano Mota é um desafio para qualquer profissional que comunica para o público progressista. Com um currículo admirável, este escritor de Olinda, Recife, é uma sumidade cultural. Nesta entrevista, exclusiva a este Cafezinho, Urariano ratifica o seu jeito simples de falar sobre assuntos complexos.
Urariano é colunista da Boitempo (duas vezes ao mês, às terças-feiras) e do Direto da Redação, além de colaborar para outras publicações como Vermelho, Carta Capital e Fórum. Nesta entrevista ele fala sobre o seu novo livro, “A mais longa duração da juventude”, disponível para leitura gratuita no Kindle.
Autor de obras brilhantes como Soledad no Recife (Boitempo, 2009), que narra a passagem da militante paraguaia Soledad Barret pelo Recife, em 1973. Impossível não destacarmos também “O filho renegado de Deus” (Bertrand Brasil, 2013), que conta a história da personagem Maria, obra sobre a qual ele também fala nesta entrevista.
Por que assistir ao vídeo da entrevista? Porque nele, Urariano fala sobre o desafio do escritor atual que, longe de ser a tecnologia ou a rede social, é a opção por defender os mais necessitados. O autor afirma que as portas não estão abertas para quem tem uma visão de mundo voltada para a solidariedade. Com muita lucidez, a conversa ultrapassa a literatura e chega ao Brasil de Temer.
Numa dura crítica, Urariano Mota condena o monopólio da mídia e a concentração do poder que, na visão do autor, atribuem uma autoridade equivocada às pessoas, pois essas sequer sabem o que é literatura e insistem em julgar um autor ou uma obra de acordo com os interesses do Status Quo.
Nesta entrevista o escritor adverte para o fato de que aquele (escritor) que cede às imposições do mercado estão fadados ao esquecimento. Urariano que é um escritor comprometido com a narrativa da ditadura brasileira, avalia que foi levado a este estilo literário.
O escritor afirma também que se o Brasil de hoje fosse um livro, daria e ele o nome “Começar de Novo”, pois entende que “a gente não tem o direito de se deitar e morrer”.