Em nova audiência do caso do triplex, testemunho de ex-zelador do prédio não apresenta provas contra Lula

Sérgio Moro continua sem provas contra Lula no caso do triplex. Em audiência, depoimento de ex-zelador do edifício foi claro: ele disse que em seus contatos pessoais com os outros moradores das quatro torres, resolvia problemas nos apartamentos, mas no 164-A, alvo da questão, seu contato nunca foi com a família de Lula, mas com a OAS, que é proprietária de fato e direito do imóvel.

No Jornal GGN

Afonso do triplex, o ex-zelador, não acrescenta nada à acusação de Moro

A testemunha de acusação elencada pelo MPF-PR tentou a sorte na política neste ano, mas não foi eleito

O ex-zelador do triplex fatídico deu seu testemunho ao juiz de primeira instância Sérgio Moro. No seu texto, além de chamar políticos de “lixo”, não apresentou nenhuma prova para sustentar acusação dos promotores contra Lula. Moro negou à defesa o direito de fazer perguntas.

Afonso José Pinheiro, o Afonso do Triplex nas eleições, é ex-zelado do edifício Solaris e seu depoimento aconteceu ontem, dia 16, na Justiça Federal de Curitiba. Ele é testemunha de acusação que afirma que o triplex da OAS é de propriedade do ex-presidente.

O juiz de primeira instância, Sérgio Moro, não permitiu que a defesa fizesse perguntas ao ex-candidato a vereador pelo PP, se ele fizera menção ao ex-presidente em seus discursos de campanha ou ainda se ele apoiara a prefeito alguém de partido de oposição ao PT na última eleição. Moro, juiz de primeira instância, também proibiu que a defesa fizesse perguntas sobre falas públicas do candidato sobre Lula.

Quando Moro permitiu que ele respondesse algo, o ex-zelador do Solaris diz que entrou na política depois de ter sido demitido do cargo pela polêmica do triplex. Diz ele que foi o que “mais sofreu” em toda esta história, com a qual não tinha nenhum relação. Moro, solidário, ao fim da audiência lamentou que ele tivesse perdido o emprego. Mas ele disse estar novamente empregado.

Em um momento do depoimento, Afonso do Triplex ofendeu a defesa de Lula e os políticos em geral, chamando todos de “lixo”, e dizendo que a defesa desrespeitava Moro.

Afonso disse que “todos no condomínio sabiam que Lula era dono”, mas não conseguiu apresentar nenhuma prova para esta alegação. Disse que em seus contatos pessoais com os outros moradores das quatro torres, resolvia problemas nos apartamentos, mas no 164-A, alvo da questão, seu contato nunca foi com a família de Lula, mas com a OAS, que é proprietária de fato e direito do imóvel.

“Quando tinha problemas na unidade 164-A, eu entrava em contato com a engenheira Mariuza”, disse ele sobre o referido apartamento e sobre a funcionária da OAS que tinha as chaves do imóvel e que já testemunhou afirmando que nem Lula nem a família jamais tiveram acesso à chave.

Afonso, o ex-zelador, admitiu nunca ter visto qualquer documento que demonstrasse a propriedade do imóvel como sendo do ex-presidente e de Dona Marisa. E disse que eram os corretores que usavam esta possiblidade como propaganda de venda de imóveis, a de que Lula seria proprietário de uma unidade.

O ex-zelador disse mais, que Igor Pontes, da OAS, o repreendeu por dizer que o apartamento seria de Lula, no lugar de dizer que era da OAS.

Afonso foi o único, entre as 23 testemunhas, que disse que Lula visitou o apartamento duas vezes, e não apenas uma.

Rosivane Soares Cândido, engenheira da construtora Talento, que trabalhou na reforma do triplex do Guarujá, também foi ouvida no mesmo dia que Afonso. Ela afirmou ter presenciado a visita de Dona Marisa e do filho somente uma vez ao imóvel. Disse que ouviu da OAS que Lula seria um cliente em potencial, e que ouviu somente boatos, de comerciantes e trabalhadores do local, como o ex-zelador, de que Lula seria proprietário de uma unidade.

Ela disse que, de concreto, jamais viu qualquer documento que comprovasse os boatos, e que sua empresa foi contratada pela proprietária do apartamento, a construtora OAS.

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