A história do mordomo no Palácio do Planalto está de volta. Sem apoio e incapaz de governar, Temer cede a pressões do PSDB, que já assume a agenda político-econômica do Brasil, apesar do povo ter rechaçado suas medidas neoliberais nas eleições de 2014. Em 2017, o PSBD promete uma nova “fornada” de medidas contra o trabalhador e o fim de garantias constitucionais.
No A Tarde
PSDB costura com governo novas medidas econômicas
Por Adriana Fernandes e Ricardo Brito
Após pressionar o governo Michel Temer por uma agenda de retomada do crescimento, o PSDB considerou positivo o pacote de medidas econômicas anunciado nesta quinta-feira, 15, mas já conversa com a equipe econômica sobre iniciativas que estão no “forno” para serem anunciadas em breve.
Muitas delas foram discutidas no almoço realizado na véspera do anúncio do pacote por senadores tucanos com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na conversa, ele antecipou aos senadores o pacote de medidas – o que foi recebido como um sinal de sensibilidade do ministro para as demandas do partido, um dos mais importantes avalistas no Congresso do ajuste fiscal.
O titular da Fazenda também revelou aos presentes iniciativas que devem ser colocadas em prática pelo governo num futuro próximo. Entre elas, a simplificação tributária, uma unificação no pagamento de débitos municipais, estaduais e federal, e medidas na área trabalhista, a exemplo da jornada intermitente de trabalho, mudanças na legislação de contratos terceirizados e a prevalência do negociado sobre o legislado. Esses pontos são considerados fundamentais pelo PSDB.
Também ficou para uma nova rodada de medidas a facilitação d a recuperação de empresas. A medida muda a legislação para limitar a responsabilidade jurídica de empresas para comparem companhias em dificuldades financeiras, sem correr o risco de ter assumir passivos como os trabalhistas. A aquisição de uma concessão para explorar um aeroporto de uma empresa envolvida na Lava Jato, por exemplo. Essa medida precisa de mais detalhes para ser apresentada ao Congresso por meio de um Projeto de Lei, segundo apurou a reportagem.
Para o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), o partido tem tido um protagonismo ao discutir as medidas de retomada do crescimento econômico. Segundo ele, o PSDB deu total apoio às medidas do ajuste fiscal, mas considera importante a continuação de uma agenda de reaquecimento econômico.
O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, confirmou à reportagem que essas medidas vão ser anunciadas. Para ele, o pacote foi importante porque iniciou um novo ciclo de governo. “Outras e outras ações serão anunciadas”, disse. Ele destacou que o pacote teve como ponto positivo procurar resolver problemas reais das empresas e das pessoas.
Desarmado
Meirelles acertou com os tucanos continuar as conversas para a discussão de medidas a partir de agora e o principal canal será o seu secretário de Acompanhamento Econômico da Fazenda, Mansueto Almeida. O clima do almoço, que teve o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) como anfitrião, foi de descontração. No governo, havia o receio de que os tucanos pressionavam o titular da Fazenda por mudanças de olho numa cadeira da equipe econômica. Um dos presentes lembrou que o ministro de quando Meirelles decidiu concorrer a deputado federal pelo PSDB. “Pega lá a ficha de filiação”, brincou um dos tucanos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.