Pesquisa CNI/Ibope mostra que está caindo a ficha do golpe na população

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Arpeggio – coluna política diária

Por Miguel do Rosário

Jamais tivemos um governo tão impopular quanto o de Michel Temer.

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A situação é perigosa, porque a insatisfação popular contra Temer não é apenas extremamente alta, como lhe falta qualquer apoio junto às organizações de trabalhadores, estudantes ou intelectuais. Temer tem apoio apenas da grande mídia e do grande empresariado, numa caricatura clássica de uma república de banana.

É curioso como a CNI/Ibope deu a notícia, enfatizando que a “satisfação se mantém”, num esforço meio tosco para suavizar a má notícia, coisa que, definitivamente, a entidade jamais fazia com Dilma Rousseff. É sempre um tanto chocante constatar o esforço midiático brutal para manipular a informação e criar uma atmosfera propícia ao impeachment.

Uma das coisas que eu gosto nessas pesquisas é que, mesmo com toda a manipulação, eles não conseguem esconder alguns fundamentos básicos.

Lula e Dilma foram eleitos, como sempre acontece numa democracia, pelos mais pobres, entre os quais mantiveram, ao longo de seus mandatos, índices de aprovação melhores do que entre os mais ricos.

Temer, como sempre acontece num golpe, foi alçado ao poder pelos ricos, e sua aprovação piora na mesma proporção que declina a renda.

Os dados estratificados da aprovação do governo evidenciam que o golpe de Estado de 2016 foi uma agressão classista contra a população mais pobre. Isso explica também o ódio político presente em editoriais e em manifestações.

 

Não foi apenas um golpe de classe. Dada a desigualdade econômica entre as regiões brasileiras, foi também um golpe regional, contra o nordeste. Observe que a aprovação de Temer no Nordeste é a mais baixa de todas. Ele tem um percentual de 57% de ruim/péssimo no Nordeste, sendo que a maior carga está no péssimo (43%).

Os dados são todos ruins para um governo que, a acreditar nas campanhas do golpe, deveria trazer esperança de renovação da política brasileira.

Outro fato que as pesquisas mostram é a brutal concentração de índices negativos para Dilma nos meses do golpe, quando a mídia mergulhou em peso na campanha do impeachment e passou a operar em modo histérico, visando derrubar o governo.

Ainda na tabela estratisficada da pesquisa, que pergunta ao entrevistado se ele acha o governo Temer pior ou melhor que o da presidenta Dilma, nota-se que a maior parte dos que acham o governo pior que o de Temer são do Nordeste, mais pobres e mais jovens.

No entanto, mesmo no geral, os números não são bons pra Temer. Enquanto apenas 21% acham que Temer faz um governo melhor que Dilma, 34% afirma que é um governo pior. 42% dizem que é igual.

A maior força de Temer está no Sul, de maneira que podemos dizer que o impeachment foi um golpe do sul contra o norte.

 

Abaixo, mais alguns gráficos e notas que, acho eu, valem a pena ser examinados pelos assinantes. Observe que disparou o percentual de entrevistados que acha o governo Temer pior que o de Dilma: de 25% em junho para 34% em dezembro.

A desaprovação ao governo saltou de 55% em setembro para 64% em dezembro.

Dê uma nota para o post de hoje (avaliação anônima).[ratings]

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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