A bandeira da esquerda tem quatro letras: Lula

Por Welligton Calasans, correspondente internacional do Cafezinho

Defender “Diretas, já!” seria coerente se fosse uma bandeira lançada logo após a consumação do golpe do consórcio STF/Globo/MP/PF e políticos corruptos. A falta de estratégia da esquerda levou a uma perda de tempo que torna praticamente impossível a realização de eleições diretas. Temer não vai renunciar, sabe que vai cair em 2017 e nós veremos um governo indireto, mais um ilegítimo, assumir.

No mar de absurdos, garantir eleições em 2018 e exigir urnas da quarta geração (que imprime o voto) já será uma grande conquista. Fica cada vez mais evidente que os planos do golpe sempre foram eleições indiretas, revolta popular e um ambiente de instabilidade capaz de jogar as próximas eleições para 2022. Tempo suficiente para destruir tudo que ainda sobrou. É preciso evitar isso.

Alguns setores da esquerda falam que “é necessário repensar a esquerda”. Nisso estamos todos de acordo, mas também temos que concordar que pensar o futuro não significa abandonar o passado e negligenciar o presente. Sem o poder, “repensar a esquerda” é apenas mais uma expressão que resultará no abandono da luta prática, mergulho no debate teórico e não significa nada.

Transformar só é possível por dentro do poder. É com o poder que a esquerda e frentes progressistas podem desfazer o que este governo ilegítimo fez. E isso, em um ambiente em que as feridas do golpe ainda estarão abertas, será mais fácil. Os golpistas não têm propostas para a sociedade.

Uma nova conquista democrática, nas urnas, permitirá à esquerda uma renovação mais rápida, o que evitaria o risco de uma nova “Carta aos Brasileiros”. Esta conquista será uma consolidação do desejo do brasileiro, do povo que está excluído pela turma do golpe.

O presente oferece às forças progressistas uma vantagem imensa de, através de Lula, voltar ao poder e interromper esta agenda do golpe. Neste sentido, a necessidade de defender Lula é sinônimo de defender a democracia.
A perseguição implacável contra este que é o maior nome da esquerda na América do Sul é uma prova de que somente Lula é capaz de derrotar o golpe e interromper esta sequência de perdas sociais e trabalhistas.

Lula já deu provas de que é capaz de governar com êxito o Brasil. Por isso, chegou o momento de toda a ala progressista abandonar as diferenças ou os enfadonhos debates descolados da realidade e trabalhar com a única via que restou como arma: defender Lula.

Por mais duro, ou incrível, que possa parecer, o nome de Lula está acima de todos os outros e de todas as siglas partidárias, inclusive do próprio PT. Não é por outra razão que existe este desespero da ala conservadora do Brasil para tentar incrimina-lo, mesmo que seja com algum crime forjado. Ninguém atira pedras em árvores que não dão frutos.
Enquanto os golpistas estão mergulhados nos absurdos que são revelados através das recentes delações da Odebrecht, é Lula quem segue como o alvo preferencial dos ataques da justiça e da imprensa tradicional. Por isso, é necessário apoia-lo. O futuro da esquerda passa pelo caminho do presente e Lula é a síntese de todas as lutas de hoje.
Em tempo, eu apoio esta campanha e apelo para que você faça o mesmo: https://www.catarse.me/justopratodos

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