(Cartaz nas manifestações do último dia 04/12)
Por Pedro Breier, correspondente policial do Cafezinho
Aécio Neves, em seu artigo de ontem para a Folha, considerou positiva a luta cada vez mais sangrenta entre o legislativo e o judiciário: ‘poucas vezes houve um debate tão agudo acerca de proposições, demandas, argumentos e contraditórios em torno de causas nacionais. (…) São avanços que precisam ser saudados todos os dias’.
Aécio trata a todos como idiotas ao tentar pintar essa guerra insana entre as instituições como um avanço.
Fora da realidade paralela de Aécio a situação está completamente caótica.
A presidenta do STF, Carmem Lúcia, mandou o recado a Renan Calheiros através de Temer (que aparentemente foi promovido de presidente decorativo a garoto de recados): a discussão e votação, no Senado, do projeto que torna crime o abuso de autoridade poderia gerar uma grave crise entre os poderes, com consequências imprevisíveis.
Uma clara ameaça, digna de filme de máfia.
Carmem Lúcia já havia preparado o terreno com a inclusão na pauta do STF de uma denúncia contra Renan. No dia 01/12 o plenário do STF decidiu aceitar a denúncia, tornando Calheiros réu.
Como não houve recuo do então ainda presidente do senado, o ministro Marco Aurélio Mello mostrou que Carmem Lúcia não estava brincando e afastou liminarmente Renan da presidência da casa.
A justificativa jurídica é o julgamento de uma ação proposta pela Rede pedindo que réus em ações penais junto ao STF sejam proibidos de figurar na linha sucessória da presidência da república.
O placar da votação está 6 x 0 a favor do pedido da Rede (Dias Toffoli pediu vista do processo), mas Marco Aurélio resolveu afastar Renan em decisão monocrática (individual).
“Coincidentemente”, no dia anterior ao que seria pautada no senado a votação do projeto que criminaliza o abuso de autoridade de juízes e membros do MP.
Os ministros do supremo tribunal federal estão usando suas funções públicas para atuar politicamente, em uma interferência pesada no legislativo.
Legislativo que, por sua vez, passou a discutir a criminalização do abuso de autoridade como resposta aos absurdos cometidos na Lava Jato. Os congressistas perceberam que ninguém estava a salvo da sanha punitiva de Dallagnol, Moro e companhia.
Os políticos que apoiaram o golpe aplaudiam a Lava Jato pateticamente enquanto o alvo era somente o PT.
Deixaram o monstro judicial crescer, alimentado pelos holofotes da mídia hegemônica, e agora se veem prestes a serem devorados por ele.
Mídia esta que, como sempre, paira acima de todo o imbróglio como o grande poder da república.
Foi ela a grande responsável pela derrubada do governo eleito.
Colocou no poder um presidente pusilânime, completamente submisso ao oligopólio midiático, disposto a fazer qualquer negócio para cumprir a agenda dos patrocinadores do golpe.
Sem a cobertura da mídia a Lava Jato não seria o que é e não teria o poder que tem.
Transformou um juiz que usa métodos fascistas em herói nacional, juntamente com procuradores que acreditam estar em uma missão divina contra a corrupção.
Estes, embriagados pela fama fabricada, aproveitaram o capital político para tentar passar no congresso um projeto que dá mais poder ainda à acusação no processo penal, às custas de garantias fundamentais e do direito de defesa.
O congresso tentou reagir, mas o contra-ataque do judiciário veio pesado.
A insanidade que leva um cidadão a fazer um cartaz como o da foto que ilustra o post parece que tomou conta de todo o judiciário, de Sérgio Moro ao STF.
Quem pode com os representantes de deus na terra, proclamados pela mídia corporativa?
Igor Gonçalves De Macedo
06/12/2016 - 18h17
Deviam fazer QUESTÂO de mostrar a cara do energúmeno segurando esse cartaz.
Maria Aparecida Lacerda Jubé
06/12/2016 - 16h54
E o povo ainda acreditava que DEUS é brasileiro, na realidade ele deve ser americano, se for brasileiro deve ser do tipo, FHC, Serra, Temer, senão, como justifica mandar uma desgraça dessa contra o povo?
Italo Rosa
06/12/2016 - 14h26
o judiciário age de modo irresponsável, agravando a crise institucional. estamos ladeira abaxo, sem freio, e os homens e mulheres que deveriam, em razão de suas atribuições legais, zelar pelo funcionamento das instituições, envolveram-se em uma briga de gangues, no estilo mafioso, como tão bem foi apontado. como juízes, ministros da corte maior, podem se comportar desse modo mesquinho, corporativista, ignorando que sua missão não é fazer política nem legislar, mas somente zelar pela aplicação da constituição? o que aliás não têm feito, permitindo toda sorte de arbítrio de juizinhos de 1a. instância, em Brasília e em Curitiba, e tolerando aquela decisão aburda do TFR4. a constituição começou a ser desrespeitada com o processo que condenou Dirceu sem provas e Pizzolato apesar das provas de sua inocência. estamos em um manicômio, manipulados os desvairados por cínicos que sabem bem o que fazem. o futuro está cada vez mais sombrio.
Marcvs Antonivs
06/12/2016 - 13h16
Esse judiciário provoca vômitos.
Antonio Passos
06/12/2016 - 12h55
DIRETAS JÁ não é suficiente no ponto em que chegamos. Uma CONSTITUINTE para fazer uma reforma política e do judiciário se tornou essencial.
Marcelo Reis
06/12/2016 - 13h27
Para fazer reforma política e no judiciário não é necessário fazer Constituinte. É necessário que haja propostas de emenda à essa Constituição.
Constituinte demora no mínimo três anos para ser concluída.
Primeiramente precisaria eleger uma assembleia constituinte. e começar as discussões.
Há grande parte dos políticos que aí estão defende uma mudança do presidencialismo para o parlamentarismo.
Penso que uma constituinte nesse momento de crise política e institucional é ruim porque além de da demora é possível que eles façam uma Constituição mais conservadora do que a que está em vigor.
É preferível aprimorar leis, quando eu digo aprimorar eu não digo fazer mudanças substanciais como queria o ministério público.
Eu penso que grande parte delas são inexequíveis porque dependia de mudanças constitucionais.
Sou contra punir juízes, a não ser que o texto da lei deixe bem claro as circunstâncias.
Acho errado punir juízes por causa de interpretações de lei que desagradem advogados de defesa que é o caso da emenda do deputado Weverton Rocha.
Em muitos casos o STF interpreta as lacunas da lei devido à ausência de regulamentação que em tese seria função do Legislativo devido à omissão dos parlamentares.
No caso do corte de salário de grevistas não existe regulamentação sobre o assunto.
O STF não age por conta própria, ele tem que ser acionado.
Alguém entrou com alguma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para que o poder público parasse de pagar salário para grevistas.
Ben Alvez
06/12/2016 - 12h26
Jabuticaba News.
Isso pode?
Olha só: o judiciário brasileiro é a instituição mais podre e mais corrupta da República.
Aí aparece um dos seus integrantes, de nome Sérgio Moro, e tem a ousadia de cagar regras contra a corrupção.
Moro tem a ousadia de cagar uma dezena de medidas contra a corrupção e nem se dá conta das dezenas de magistrados corruptos durante o exercício do cargo e que continuam a ser corruptos por receberem salário em decorrência do afastamento devido a… corrupção e até assassinato.
Alguns dos ‘desvios’ praticados pelos colegas de toga do juizeco de Curitiba, todos eles premiados com salário vitalício, sem ter de comparecer ao fórum.
Salário mensal, doze meses de férias por ano, mais décimo terceiro salário, mais aumentos periódicos de salário.
Venda de sentenças,
extorsão,
prevaricação,
desvio de dinheiro público,
assédio moral,
abuso sexual contra adolescentes,
desvio de dinheiro para loja maçônica,
venda de sentenças,
venda de habeas corpus,
manipulação de mercado financeiro e uso de informações privilegiadas,
montagem de esquema, em conluio com advogados, para tirar dinheiro de empresas,
pedido de empréstimos a partes em processos em que atuava,
homicídio qualificado,
concessão irregular de habeas corpus nos plantões de fim de semana,
peculato,
prevaricação,
intermediação de venda de sentenças em favor de quadrilha de narco-traficante,
extorsão por obrigar funcionária subordinada a fazer transferências mensais de dinheiro para o desembargador e sua mulher…
Isso é apenas a ponta do iceberg, pois há os que fazem tudo isso e permanecem no cargo.
Ben Alvez
06/12/2016 - 12h25
Jabuticaba News
Mais em https://goo.gl/BCP7dW – http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/
Maria Thereza G. de Freitas
06/12/2016 - 12h12
estamos numa montanha russa. a cada curva, um susto. o stf comete seu pequeno ato de vingança e ainda vai dizer que ouviu o “clamor das ruas”, como se esse fosse seu papel.
Ben Alvez
06/12/2016 - 12h29
Quem disse isto aqui?
“O clamor das ruas pode ter importância para uma resposta do Poder Executivo ou Legislativo. O Judiciário tem de se pautar pela lei e pelo Direito. Você pode levar em conta esse clamor para colocar um assunto em pauta. O juiz pode até achar que a lei está errada, mas não pode se subordinar a nenhuma pressão. É por isso que os juízes têm mandato vitalício.”
Terceira Onda ?
06/12/2016 - 12h34
Ricardo Lewandovisk?
Ben Alvez
06/12/2016 - 12h48
Renato Janine Ribeiro, professor de ética da USP:
Mais uma frase de efeito, apenas…
Terceira Onda ?
06/12/2016 - 13h01
Chutei :P
Maria Thereza G. de Freitas
06/12/2016 - 13h12
não sei, mas não duvido que tenha sido o próprio Marco Aurélio. Quem foi?
Brother Tzu
06/12/2016 - 13h35
Isso mesmo Maria Thereza..!.. Sobretudo o “Clamor” de meia dúzia de gatos pingados onde a gloBosta chamou de “Multidões”… “Milhares e Milhares”… É aquela velha tônica… Sabemos onde começou, mas, ninguém sabe como vai terminar…
José Ruiz
06/12/2016 - 11h48
Quem pode com os representantes de deus na terra, proclamados pela mídia corporativa? A Assembleia Nacional Constituinte.
Marcvs Antonivs
06/12/2016 - 13h16
Assembléia Nacional Constituinte EXCLUSIVA! Não um Congresso Nacional Constituinte como foi o caso de 1988.
Pedro Tietê
06/12/2016 - 11h34
Isso não tem nada a ver com política e sim instinto animal, cada um defende seu território, cada um defende a sua prole, isto é a natureza .
Maria Thereza G. de Freitas
06/12/2016 - 12h14
o único senão é que há leis justamente para nos proteger uns aos outros dos nossos instintos. Mas como isso foi pro brejo, vou comprar um tacape