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Mais lenha na fogueira no “Caso Iphangate”

Não bastasse a saída de mais um ministro, e também a fuga de Geddel Lima pela porta dos fundos, o “Caso Iphangate” segue dando problemas ao Governo Temer. A estratégia de varrer a poeira para debaixo do tapete não deu certo, e a Advocacia Geral da União veio à público falar sobre o assunto: “As […]

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Não bastasse a saída de mais um ministro, e também a fuga de Geddel Lima pela porta dos fundos, o “Caso Iphangate” segue dando problemas ao Governo Temer. A estratégia de varrer a poeira para debaixo do tapete não deu certo, e a Advocacia Geral da União veio à público falar sobre o assunto: “As eventuais questões jurídicas relacionadas ao caso foram examinadas pela própria Procuradoria do Iphan, órgão competente para analisá-las”.

Na Revista Época

AGU contraria Temer sobre caso Geddel: ‘Em nenhuma hipótese’

“Em nenhuma hipótese a análise do caso se daria diretamente pela advogada-geral da União nem pelo procurador-geral federal”, informou a AGU

O episódio envolvendo a construção do edifício La Vue, em Salvador, não poderia “em nenhuma hipótese” ser encaminhado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a advogada-geral da União, Grace Mendonça. A orientação neste sentido foi feita pelo presidente Michel Temer ao então ministro da Cultura Marcelo Calero, que entendeu o pedido como uma manobra para que a obra fosse liberada.

“Em nenhuma hipótese a análise do caso se daria diretamente pela advogada-geral da União nem pelo procurador-geral federal”, informou a AGU por meio de sua assessoria, em nota enviada a partir de questionamentos feitos pela reportagem.

O órgão esclarece que em casos como o do licenciamento do empreendimento, a AGU se manifesta apenas por meio de parecer da procuradoria, que serve de orientação para a decisão final da presidência do Iphan.

Calero deixou o governo por, segundo ele, ter sido pressionado a alterar um parecer do Iphan que embargou o empreendimento onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) afirma ter comprado um apartamento. Em reunião com Temer, Calero afirmou que o presidente teria sugerido que ele encontrasse uma “saída” para questão e que enviasse o caso para AGU, “porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução”.

O órgão consultivo do governo, no entanto, já havia se manifestado. No dia 9 de novembro, a procuradora federal Genésia Marta Alves Camelo, em nome da AGU, assinou parecer que conclui que a presidente do Iphan tem poder de modificar o entendimento da superintendência do órgão na Bahia e a palavra final sobre o licenciamento. O Iphan baiano havia entendido que a obra estava sendo feita fora do entorno de bens tombados, e autorizava a construção de 30 pavimentos.

No dia 16, fundamentada no parecer da AGU, a superintendente do Iphan, Kátia Bógea anulou o parecer da superintendência do órgão na Bahia e embargou a obra com o argumento de que a construção estava sim no entorno de bens tombados.

Conversa

A conversa entre Temer e Calero, confirmada pelas duas partes, aconteceu no dia seguinte ao embargo da obra pela presidência do Iphan.

No diálogo descrito por Calero no depoimento que prestou à Polícia Federal, Temer teria dito que a decisão do Iphan estava criando “dificuldades operacionais” ao governo, uma vez que tinha irritado Geddel. Ao ser questionado sobre o assunto, Temer afirmou que fez a sugestão porque havia divergências de entendimento, que poderia ser arbitrado pela AGU.

A assessoria da AGU, no entanto, afirma que, no caso específico, o titular da Procuradoria-Geral Federal, órgão subordinado à AGU, é que seria a última instância para avaliar a questão, mas apenas se o caso envolvesse posições divergentes entre órgãos distintos. No imbróglio envolvendo o La Vue houve posicionamentos divergentes entre duas instâncias do mesmo órgão.

Para o ex-procurador de São Paulo Mário Engler, coordenador do Mestrado profissional da FGV-Direito, a AGU tem a prerrogativa de arbitrar conflitos de posicionamentos entre órgãos federais. Mas, segundo ele, “só faz sentido o assunto ser alçado à AGU se ele for objeto de uma dúvida jurídica. “Se é um parecer técnico, um juízo de fato, não tem componente jurídico”.

O governo foi procurado nesta quinta-feira, 1, mas não quis se manifestar sobre o entendimento divergente. Assessores presidenciais argumentaram que não há irregularidade no procedimento e explicaram que contra decisão do Iphan cabe recurso hierárquico, que poderia ser dirigido ao ministro. O normal seria, em caso de recurso, o ministro receber e encaminhar para a consultoria jurídica que o ministério possui, que é composta por membros da AGU. No episódio, como Calero disse que não iria decidir a questão, argumentam que “poderia sim seguir para a AGU”.

Caráter consultivo

A Advocacia-Geral da União já havia manifestado entendimento de que sua participação no caso específico do edifício La Vue teria caráter apenas consultivo, colaborando para que a superintendência do Iphan formulasse seu parecer e desse a palavra final.

“A AGU, no caso, atuou dentro dos estritos limites de sua competência constitucional, pelo seu órgão setorial competente (Procuradoria junto ao Iphan), e tendo como parâmetro a legislação de regência, sem qualquer tipo de interferência ou pressão”, afirmou a AGU na ocasião, em nota assinada pela ministra Grace Mendonça.

“As eventuais questões jurídicas relacionadas ao caso foram examinadas pela própria Procuradoria do Iphan, órgão competente para analisá-las. Tecnicamente, a unidade entendeu que a presidente do Iphan é competente para a anulação de ato da Superintendência estadual e que poderia decidir o caso concreto, conforme os critérios que a área técnica entendesse pertinentes”.

No mesmo texto, Grace afirma ser “irresponsável” a citação a seu nome e reafirma que jamais recebeu “e tão pouco aceitaria” orientações para direcionamento nas manifestações da AGU “que não seja fundamentada na Constituição da República e no ordenamento jurídico pátrio”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Comentários

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Dilma Coelho

03/12/2016 - 11h22

Por favor arangem umas charges, umas caricaturas desses políticos safados, golpistas, corruptos. Param de fazer propaganda tipo, falem mal mas falem de mim. Peçam emprestado ao Altamiro Borges. Ele não faz propaganda de canalhas. Desanima ter que olhar para cara de bandidos cínicos.
FORA TEMER ANCIÃO GOLPISTA, FICHA SUJA, USURPADOR, TRAÍRA, PSICOPATA, E TODA SUA QUADRILHA… FORA DESSE GOVERNO QUE NÃO TE PERTENCE…

Elvis

03/12/2016 - 09h58

Enquanto isto no Tucanistão, vemos de forma triste prédios sendo erguidos na minha visão de forma irregular na cidade de Aperecida do Norte isolando a visão da antiga e da nova basílica, que estão cada vez mais sufocadas por pousadas, hotéis, etc.
Ache a basilica no link abaixo.
https://www.google.com.br/maps/@-22.8456495,-45.2264596,3a,75y,270h,90t/data=!3m6!1e1!3m4!1soug-nK0-hmygQIfr3fQIRw!2e0!7i13312!8i6656!6m1!1e1?hl=pt-BR

Atreio

02/12/2016 - 16h57

miSHELL na rua e depois cadeia?
STF, TSE ….nada?
dr. lewadinho segue esfregando as maos com solvente pra ver se lava?

blz, mas o povo já entendeu. partiu!
se é pra tombar, tombaremos. golpistas cairão!

fora temer!
volta dilma!
diretas já para todo legislativo!


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