Por Cláudio da Costa Oliveira, colunista do Cafezinho
Sempre que é questionado sobre como e porque são estabelecidos os preços dos combustíveis no Brasil, Pedro Parente se “enrola” , não esclarece nada.
Ele diz que é função de fatores externos, sobre os quais a empresa não tem controle, como a variação cambial e o preço internacional do barril.
Ontem um internauta perguntava : “Quando ele fala em “fatores externos” está se referindo a Deus ?”
Na verdade nem fatores externos e muito menos Deus estão envolvidos neste processo no momento.
Acontece que o mercado interno brasileiro de combustíveis vem sofrendo forte retração com a atual crise econômica. Sendo esta a mais rentável e principal fonte de receita da Petrobrás, o fato é preocupante.
Por outro lado, a queda no preço internacional do petróleo e a desvalorização do dólar no Brasil, viabilizaram a atividade de importadores independentes de combustíveis, que passaram a concorrer e a ganhar mercados que tradicionalmente sempre foram da Petrobrás.
Alguns destes importadores são grandes empresas como a Ipiranga e a Raizen (Shell), respectivamente a 3ª e a 4ª maiores empresas do Brasil (segundo a revista Exame), além da Vale que passou a importar diretamente o diesel que consome.
O efeito é muito forte e a própria Petrobrás reconheceu estar perdendo para esta concorrência; uma perda de mais de 20% do mercado brasileiro de diesel, que é sua principal fonte de receita.
Os objetivos das recentes quedas de preços promovidas pela Petrobrás, são de inviabilizar o negócio destes importadores, matar a concorrência e voltar a deter 100% do mercado brasileiro.
Eliminada a concorrência, os preços voltarão a crescer no país pois Pedro Parente tem “carta branca” para isto; e conforme estabelece o PNG 2017/2021, a principal meta é alcançar o indicador de alavancagem 2,5 estabelecido por Wall Street, sendo que , neste sentido, o aumento da geração de caixa é fundamental. No final a conta vai para o consumidor brasileiro.
Com certeza nós não veremos mais a Petrobrás subsidiando o consumidor brasileiro como ocorreu de 2011 a 2014, quando a empresa deixou de ganhar dezenas de bilhões de dólares, vendendo no Brasil combustível com preço inferior ao praticado no mercado internacional. Mesmo assim, a empresa registrou expressivos lucros no período, pagando dividendos aos acionistas e participação nos lucros aos empregados.
Por mais absurdo que possa parecer, temos que admitir que a Petrobras estaria servindo melhor ao Brasil, se fosse hoje administrada por Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque. É fantástico.